"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL...

         Conservar o espírito cristão no período que antecede a data magna da Cristandade nos dias atuais é realmente uma tarefa difícil. Qual o cristão que está satisfeito com o que fazem com a nossa gente, o nosso país. Seja em grupo ou individualmente, os que decidem os destinos do Brasil, ignoram solenemente a situação do cidadão brasileiro: aquele que cumpre as suas obrigações, paga os impostos e tem apenas um desejo, que é: envelhecer com dignidade...
         Eu acho que estão confundindo as coisas. O governo entende que, com casa e alguns reais mensais, está resolvida a questão do brasileiro. Mas, o caminho não é por aí, todo o mundo sabe que o brasileiro precisa, em primeiro lugar, é de trabalho! Sentir o valor do suor ou no agito dos neurônios. Realizar-se como trabalhador, e ao final de cada mês, trazer para casa o sustento da sua família. O pior é que o nefasto desemprego que aqui se instalou, continua aumentando a cada índice.
         Saúde e Segurança são dois itens também essenciais para que possamos ter o mínimo de tranquilidade, o que não ocorre atualmente! A saúde anda em frangalhos, com hospitais fechando, e os que resistem, sem o mínimo de medicamentos que possam socorrer a população mais carente... Já a segurança, (o que é que eu posso falar?) para mim a segurança deixou de existir há muito tempo no Brasil. O que assistimos são bandos, quadrilhas atuando nas cidades grandes, ou no interior infernizando a vida das famílias detonando caixas eletrônicos matando, atacando a polícia e as famílias se acuando e a polícia se defendendo a seu modo, (muitas vezes com atos tão criminosos quanto os dos próprios bandidos).
         Confesso que nunca tinha assistido a um final de ano tão deprimente quanto este de 2015: inflação, depressão, violência, fome, drogas, caos social. O povo, no centro de tudo, se defendendo como pode, assistindo a morte de familiares, um terror! Enquanto isso, bem aparelhado (parentes e amigos bem aquinhoados!) o governo confia nas vantagens oferecidas, premia os que lhe forem favoráveis e condena radicalmente os que forem contra, os que “pularem do barco”, os que não concordarem com o seu “desgoverno”. E, em atitudes extremas, justifica-se taxando-os de traidores, de inimigos, mesmo os que já foram amigos íntimos defenderam suas propostas no parlamento.
         Confesso que para um cristão é muito difícil viver num clima desses. Teremos que ser cordeiros sempre? Perdoando sempre mesmo o que está errado?! Os “aposentados com mais de um salário”, são obrigados a se sentirem felizes com toda angústia desse achatamento do benefício, nenhuma expectativa de melhoria, justo na hora que mais precisam?
         Como cristãos, devemos festejar com alegria o Advento, a vinda do Senhor, certo! Porém, como brasileiros que vivemos os penosos dias de 2015, sabemos a caminhada está muito difícil!
         Feliz Natal para todos! E Dias Melhores para o povo brasileiro no ano que se aproxima!

sábado, 5 de dezembro de 2015

ALELUIA, BARGANHAS E VERGONHA NACIONAL

        Eu andava desanimado com o “andar da carruagem” do processo do “petrolão” que envolve Lula, Dilma, e o PT, principalmente. Não me dispunha nem mais voltar ao computador para escrever algo a esse respeito. Por quê? Porque apesar de todo o empenho do Juiz Sérgio Moro, dos procuradores, da polícia federal e de uns poucos parlamentares sérios, os resultados jurídicos são muito aquém do esperado. Apesar das delações, das devoluções de propinas milionárias, da clara evidência do crime contra a Nação, as ações quase sempre esbarravam no Senado, na Câmara, através das suas presidências comprometidas de alguma maneira com o projeto de poder ilimitado do partido, a custa de propinas e outras vantagens. Até mesmo no Supremo, havia situações duvidosas que davam a entender que a principal corte do país não desejava solucionar o problema da corrupção.
          Um fato novo, porém, me trouxe de volta ao blog. Refiro-me, obviamente, ao pedido de impeachment da “presidenta” da república, trazido a público pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. E, se retorno ao meu velho computador para mais uma crônica política, o faço pelos jovens do Brasil, pelos meus filhos e neto, que precisam de um futuro mais digno para as suas vidas...
          A abertura do processo de cassação da presidente deveria ser um motivo de muitos fogos! Uma mudança cheia de alegria. O que, infelizmente, não chega a ser. Analisemos: Apesar de elaborado por dois eminentes juristas (um deles, fundador do PT), a referida peça jurídica que levou mais de 3 horas para ser lida na Câmara, só foi divulgada agora porque o presidente da casa (que responde a processo por quebra de decoro parlamentar) no seu joguinho de “gato e rato”, com a presidente da república, se sentiu ameaçado. Que vergonha! Nos últimos meses assistimos a frequentes ataques de ambas as partes, alguns, inclusive  insinuando quem cairia primeiro...      
       E, agora? O que o brasileiro assistirá, até o desfecho desta vergonha nacional? Acusações mútuas, ameaças e outras mazelas da nossa política, que só sabe agir em causa própria, na base da propina, do “toma lá, dá cá” e da falsa bandeira da “luta pelo povo”. Uma lástima! O Brasil que, em razão de tudo isso acha-se, economicamente, no fundo do poço, merecia coisa melhor! Lula parece que tinha razão quando chamou os nossos excelentíssimos representantes de “picaretas”! Ou eu estou errado!?...
      Sofredor, porém atento, o cidadão brasileiro permanece curioso, observando onde vai desaguar tanta lama política. Que Deus tenha piedade de nós!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ESCUTE AQUI!...

          É com esta expressão que as pessoas geralmente iniciam um desabafo contra alguém que está nos enganando, roubando, massacrando, não é verdade? Pois bem, é também com ela que eu – cidadão brasileiro, trabalhador aposentado – inicio esta crônica para fazer o meu desabafo.
         Escute aqui, Governo Brasileiro (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário!) até quando vossas excelências vão continuar com essa “enrolação” em relação ao destino do país. Quantos cidadãos precisam ainda enfartar diante da situação nacional tão degradante pelas ações maléficas e irresponsáveis de falsos nacionalistas que querem, a qualquer custo, mandar no país e no povo brasileiro, indefinidamente?
         Nós (eu e o povo brasileiro!) estamos cansados de sermos tratados como idiotas! Vossas Excelências, que chegaram onde estão atualmente, com certeza sabem que aí estão levados pelo povo que os elegeu ou indicados pelo presidente ou “presidenta” da vez, mas quem paga os vossos “respeitáveis” salários, somos nós, os contribuintes, que pagamos regularmente os nossos impostos e não assistimos nenhum benefício em forma de Segurança, Saúde e Emprego, principalmente. A Constituição do país precisa ser respeitada em benefício de todos, sem a preocupação com quem os transformou em supremos juízes da nação. Afinal numa Democracia de verdade, o povo vem em primeiro lugar, não é verdade?
         Não tem cabimento “um grupo” apoderar-se do país, usando todo tipo de artimanhas: saqueando os cofres da nação; destruindo o nosso patrimônio onde quer que haja dinheiro disponível; deixando pelo caminho obras faraônicas com prejuízos incalculáveis: e, mesmo diante de tantas evidências, serem tratados como pessoas HONESTAS. Tenham paciência!...
         Mas, infelizmente, é isso que estamos assistindo há bastante tempo! Afinal, o grupo (sim o grupo, porque a “presidenta” há muito não governa) pode comprar votos à vontade; pode distribuir cargos à vontade; pode fazer o que quiser à vontade; porque, afinal, podem recorrer aos seus afilhados, colocados em postos estratégicos, sempre que preciso! Não é esta a nossa realidade!?
         Excelências! O brasileiro já está cansado de tanto aguardar uma solução de vossa parte! Os senhores, de uma hora para outra foram agraciados com poderes constitucionais. Mas, esses poderes não significam proteção para quem comete crime. Seja ele quem for! Onde está a imparcialidade da nossa lei? Se um pai de família rouba uma lata de leite para matar a fome de um filho, vira criminoso, não tem a menor chance. Enquanto isso, figurões que se destacaram um dia no panorama nacional tem o direito de fazer o que quiser neste país?
         Tenham paciência! A pouca vergonha em Brasília está demais! Vossas Excelências, não acham que já é tempo de dá um basta em tanta bandalheira? Ou, estariam esperando pela ação dos militares!?

sábado, 31 de outubro de 2015

AS DITADURAS QUE EU VIVI

         Nos anos 60 eu estive bem no “olho do furacão” do movimento contra a ditadura militar instalada no Brasil. Participava das ações estudantis contra a cavalaria da polícia militar, na Avenida Rio Branco, no Rio de janeiro: correndo entre os carros. liberando pedras portuguesas das calçadas para serem utilizadas como armas... Nesse contexto, vi muitos carros da polícia serem incendiados, aprendi, na prática, como um jovem vestibulando luta contra um regime totalitário. Talvez, pelo fato de ainda não haver passado num vestibular de Medicina (que fora a promessa aos meus pais, quando saí de casa), eu não tenha participado ainda mais ativamente do movimento. Os universitários, por exemplo, tinham os seus diretórios que, regra geral, os apoiavam, davam guarida, enquanto eu era apenas um vestibulando que fazia refeições no restaurante estudantil Calabouço. Naquela época, o perigo era uma constante. Fazia parte do meu dia a dia. Também, com a idade que tinha, quem ia se preocupar com o tamanho do perigo? O importante era combater a Ditadura; defender a Pátria. Achávamos, simplesmente, que as decorativas pedras portuguesas, acabariam vencendo os confrontos da Rio Branco, por conseguinte, o regime totalitário implantado. Santa ingenuidade! O nosso líder estudantil, Wladimir Palmeira, com a sua voz tonitruante enchendo a avenida, era quem “comandava” a tropa de estudantes. Até que as ações da cavalaria foram se tornando cada vez mais violentas...
         Vi colega com braço quebrado em confronto; outro com a mão mutilada por bomba de gás que explodira no momento em que tentou devolvê-la. E, por pouco não tive o mesmo destino do estudante Edson Luiz, morto numa noite quando os jovens chegavam para jantar no Calabouço. Presenciei, naquela noite, o pungente velório do jovem secundarista sacrificado, enquanto colegas mais exaltados pichavam as paredes com o sangue do morto empoçado no saguão da Assembleia: “Abaixo a Ditadura!” Não sei se foram as preces da minha mãe, ou se Deus me preservou para poder estar hoje aqui, dando este depoimento. O certo é que depois de cada embate entre estudantes e a cavalaria, eu me recompunha no banheiro da primeira lanchonete que encontrasse, colocava a carteira de estudante dentro do sapato e saia, misturado aos funcionários que deixavam os prédios onde trabalhavam, no final do expediente...
         Hoje, vivemos situação muito parecida. Só que imposta por uma ditadura ideológica de esquerda de um grupo que quer se perpetuar no poder. Porém, em ambos os casos, as pessoas se esquecem da índole do povo brasileiro. O seu jeito pacato, família, trabalhador e cumpridor das suas obrigações. O regime ditatorial, seja de direita ou de esquerda, evidentemente, não combina com o modo de ser do brasileiro, principalmente pelo péssimo exemplo apresentado que dizem favorecer os mais humildes através de esmolas oficiais, enquanto amigos e familiares são favorecidos com polpudos empregos públicos, principalmente aqueles que os ajudem a permanecer no poder. Com certeza, não é um regime ditatorial que favorecerá o povo brasileiro, e, ainda por cima, é triste vermos o país afogado na violência, na corrupção, no descaso da saúde e da educação, no descrédito internacional. Não permitamos que a luta do Sergio Moro seja em vão!    

domingo, 25 de outubro de 2015

A ILIBADA “PRESIDENTA”

         Num discurso que pronunciou recentemente na abertura do congresso da CUT, em São Paulo, “a presidenta” saiu-se com esta: "Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?" Num grande nervosismo,  falando um texto não sei por quem escrito, ela, sem querer, “jogou no ventilador” ofensas, não apenas para a Oposição, mas para o país inteiro. Sim, porque não é apenas a oposição que discorda do seu modo de governar. As pesquisas estão aí para mostrar o total descontentamento do povo brasileiro sobre o seu governo.
         Não é a toa que a toda hora tem gente “pulando fora do seu barco”, antes que o mesmo afunde. O que era para ser um projeto bolivariano, independente do custo ou maneira como conseguir, hoje não passa de espetáculo circense de 5ª. categoria, aplaudido por plateia paga, patrocinado por um governo “tampão” que veio para esquentar a cadeira do seu “guru” para a próxima eleição. Na tal reunião, não estiveram presentes o Maduro, nem o Morales; os Castros também não mandaram representantes. No entanto, a figura patética do Mujica dava apoio ao tal sonho lulista que confundiu o povo, e que quase acaba com o Brasil.
         Os questionamentos da “presidenta”, não deveriam ter sido feitos pela televisão para o povo pacífico que suporta a tudo, esperando que, no fim, a situação melhore e haja condição de vida razoável (pelo menos!) para todos. Não. Os questionamentos eram para ser feitos ao seu partido, aos da coligação, aos presidentes das nossas casas parlamentares e seguidores que ainda debatem em eloquentes discursos para defender o indefensável.
         Tem uma música de Chico Buarque, “Geni e o zepelim” se não me engano, que não sei porque razão, veio à minha cabeça depois daquele dramático pronunciamento da “presidenta”. Não era para ninguém jogar nada nela, não. Longe de mim esse ato... de qualquer forma, achava melhor que a presidente fizesse o seu questionamento na Câmara Federal, onde outro “reinado” está chegando ao fim... o “rei” de lá, que já foi amigo íntimo da “presidenta”, salvando-a algumas vezes, com a sua galera do “toma lá, dá cá”, de situações vexatórias, terá, provavelmente, respostas salvadoras, ele que luta já há algum tempo para desmentir o que não tem jeito. Quem sabe? De repente, os dois poderão se salvar ou... se afundarem de vez...
         Voltando à sua pergunta, “presidenta”, já que ela, embora feita com endereço certo, foi transmitida para todo o país, devo dizer que conheço muitos cidadãos que possuem “força moral, reputação ilibada e biografia limpa”, sim senhora! – itens que, por sinal, deveriam ser obrigatórios a todos aqueles que almejam um dia entrar para essa tão desacreditada política brasileira! 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

EXPECTATIVAS

         O ser humano carrega sempre (uns mais, outros menos), doses de expectativas no seu dia a dia. São as esperas pelos resultados das provas escolares, dos primeiros olhares amorosos, do teste para o primeiro emprego, das entrevistas, do casamento, da saída de casa, do nascimento do primeiro filho, da doença com a consequente morte de parentes, da sua própria enfermidade... Junto com os resultados, vem também as reações, que vão desde a alegria extravasada numa roda de cerveja em família ou entre amigos, até a tristeza mais profunda, difícil de ser consolada pelas pessoas mais íntimas. A expectativa é uma coisa complicada, muitas vezes indesejada, mas que faz parte da nossa vida. 
          Só que, passado o trauma ou a grande alegria, vem o período de adaptação à nova realidade. Há casos supremos em que o ser humano não consegue superar dores maiores, principalmente nos casos que envolvam morte por acidente envolvendo ente querido. Mas, regra geral, após um período de adaptação à vida nova, a pessoa retoma a sua realidade diária.
        Eu, com o tempo, fui vivenciando todo tipo de expectativa, reagindo de uma maneira ou de outra, conforme o caso. Quando a coisa era difícil, complicada, reagindo comendo muito. Demais, até. Engordava. Mas, nada que umas boas caminhadas pela ventilada planície goitacá não resolvesse. Tempo depois, estava eu em forma e com o problema resolvido...
         Nos últimos dois anos, no entanto, eu que prefiro escrever sobre as coisas alegres, pitorescas, particulares ou não, coisas do cotidiano, sou obrigado a suportar uma terrível e cruel expectativa que me toma o tempo todo. Claro que estou falando da nossa crise política que se arrasta como uma cobra venenosa ameaçando a todos os que dela se aproximem. Quantas vezes eu não acordei pensando: é hoje! Mas, a serpente, qual um dragão ameaçador, que comanda a nossa politicagem, corrupção, ladroagem, desavergonhadamente, parece dizer: Calma! Tá apressado, por que?! E vem com outro drible, outra trapaça, no momento em que eu já pensava em partir para o abraço, os fogos.
      Pobres de nós, brasileiros. Às vezes penso que nosso problema nem tem mais solução. Assemelha-se muito a um câncer devastador, que vai aos pouco se aproximando da metástase. Sim, porque a cura da doença da nação depende das pessoas por nós escolhidas e que enviamos para o Congresso. Mas, grandes artistas que são, essas pessoas – com mestrado, doutorado, PHD em levar vantagens, ladroagem naquilo que é público – ignorando por completo o significado da palavra PÁTRIA, querem mais é que o país se exploda...
           Oh, Deus, tornai breve esta minha expectativa que já vai além de qualquer perspectiva...  

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O ÚLTIMO CAPÍTULO

         Cheio de ansiedade, espero assistir hoje, 7 de outubro de 2015, ao último capítulo da lastimável novela que tem por protagonistas Lula, Dilma, mais um elenco de apoiadores, e coadjuvantes, que somos eu, você, e o sofrido povo brasileiro. Num dia cheio de embates, espero que a verdade prevaleça e o bem vença o mal de forma retumbante, para que o povo consiga parar de sofrer, respirando aliviado, depois de tantos fatos negativos, num enredo maquiavélico, num verdadeiro vale tudo em que, no afã de perpetuação no poder, está levando o país para um imerecido e depreciativo lugar entre as nações mundiais...
         Sei que não vai ser fácil, porque no momento, a trama dos atores principais que também são responsáveis pelo roteiro e pela direção desse pungente drama brasileiro, é “empurrar com a barriga” para o ano de 2016, quando conseguiriam tempo e espaço para brincar com a Economia, e com a paciência do povo. Para isso, tentarão usar todas as suas forças para conseguir incriminar aqueles que se atreveram em julgar seus crimes. No seu entender, Ministros do TCU ou do STF, são figuras insignificantes, não devendo se intrometer na vida dos grandes ídolos, ou dos grandes deuses que se consideram. No seu roteiro do novelão e na sua imaginação, eles são invencíveis. Só que não contavam com a coragem do juiz do Paraná...
         Só que o povo, já não aguenta mais, diante de tantas roubalheiras e se manifesta, depois de ver irmãos morrendo na porta dos hospitais, por falta de estrutura hospitalar ou de atendimento médico. O povo não aguenta mais a falta de segurança, em razão da qual as famílias se trancam nas suas casas e, ainda assim, são cassadas no trânsito congestionado, ou se por descuido entram num lugar dominado pelo crime. O povo também não aguenta mais os gastos faraônicos do governo sem correto planejamento, como o da transposição rio São Francisco, Apesar de estar secando, como comprova o avanço do mar na sua foz, ainda assim tentam, a peso de ouro desviar sua agua, sem antes garantir seus mananciais, na nascente, nos afluentes, nas margens sem proteção. O povo não aguenta mais tanta corrupção, através da qual consegue fortunas para manter seus acordos políticos tentando a todo custo a sua manutenção no poder.
         Tentando passar para o povo uma imagem de zeladora das finanças do país, a “presidenta”, corta 10% do seu salário. Coitadinha... será que não vai fazer falta aos gastos constantes com a sua imagem: seus penteados, seus modelos, que ela cuida tanto... Afinal, é uma primeira dama mundial. A imagem em primeiro lugar!
         O certo é que esse novelão brasileiro poderá terminar a qualquer dia, a qualquer hora (depende da Justiça!), e que temos uma personagem requintada que já não governa nada, tentando a todo custo, esquentar o assento presidencial para a volta do seu guru, que está prestes a prestar conta com a Justiça. Para que, afinal, possamos ter um Final Feliz nesse sofrido drama  
Nas novelas globais, costuma-se fazer dois ou três finais possíveis. Mas, certamente, o que o povo deseja ver na telinha, é o fim de todo esse desmando, desse desgoverno, dessa falta de planejamento, dessa corrupção que a anos vem tentando tomar conta do país... para sempre!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

ASCENÇAO E QUEDA

         Acordei hoje mais feliz, mas com um pouco de preocupação, ainda. Feliz por acreditar que, (após o pedido de impeachment feito pelo jurista e ex-fundador do PT, Hélio Bicudo), acredito que não resta mais nenhuma  dúvida para que ele seja realizado. Preocupado porque apesar alardearem que vivemos numa “Democracia” onde se pode falar o que quiser, devemos estar sempre atentos às artimanhas que esse pessoal do PT é capaz! Lembram-se quando a presidente foi eleita? Um dos seus primeiros atos, atropelando a nossa gramática, (não sei se para demonstrar poder desde o início!) foi criar para si o neologismo “presidenta”, que partidários e simpatizantes obedecem fielmente. Mas, se o problema fosse apenas esse, e a presidente atuasse com competência, lisura e honestidade, poderíamos até acreditar quando ela fala em Democracia. Porque a Democracia que nós conhecemos não é um regime especializado em iludir o povo; que adota a corrupção, o toma lá dá cá, a “maracutaia”, o caos, enfim!
          Façamos um breve retrocesso:
     Não resta a menor dúvida que o cidadão Luiz Inácio da Silva, mais conhecido pelo apelido de “Lula”, o mentor de tudo que estamos passando, que está levando o país para o caos, tem um Q.I. muito alto e um grande poder para  persuadir as pessoas. Quem não se lembra daquele fantástico coral cantando, uníssono, a música que embalou sua campanha à presidência do país: “Lula lá, brilha uma estrela”... Não era um coral de gente desconhecida, simples, humilde, naqueles três ou quatro degraus de vozes, entoando um jingle eleitoral. Não. O grupo que ali se apresentava era um coral formado por expoentes das artes brasileiras, artistas da Rede Globo, principalmente. Era gente com profundo conhecimento não apenas nas artes, mas também na política. Enfim, um grupo de estrelas que ali estava para apoiar e eleger um cidadão que não deixava dúvida quanto ao seu conhecimento político, refletido no  desejo de levar adiante o progresso da nação e os anseios de um povo. Pelo menos, era isso o que imaginávamos...
       Aplaudindo aquele espetacular coral do “Lula, lá”, estávamos nós, eleitores brasileiros, confiantes no carisma e no patriotismo daquele simples sindicalista que vinha despontado há algum tempo no cenário político nacional. Ele era quase uma unanimidade, diante da empatia que estabeleceu com o povo. Daí, não foi difícil chegar ao Palácio do Planalto e, com um governo voltado para questões populares, conseguir, com facilidade, o seu segundo mandato. O povo, reelegendo-o, parecia entender as suas ideias, as suas intencões, a sua maneira de governar...
         Foi no seu segundo mandato que Lula mostrou a que veio. Sem querer deixar o poder, mostrou toda a sua simpatia pelos governos totalitários, beneficiando Cuba com a construção de um porto, com o custo bem mais elevado do que poderia construir um, tão desejado pelo povo do Piauí. Para financiar os devaneios do seu partido, permitiu que seus agentes dilapidassem o patrimônio da nossa maior empresa, o que foi levado adiante pela sucessora (tão ansiosa de poder que chegou a dizer em campanha que em eleição valia tudo). E valeu mesmo, foi o que todos vimos, com as mentiras deslavadas que resultaram em investigações perigosas para ela.
         O rolo desse desgoverno todo o mundo conhece. E, o povo está cansado de esperar pelo impeachment, pela renúncia, enfim pela saída da “presidenta” que tanto males trouxe à Nação: ela, seu partido e o seu guru e criador! Mas, agora, com o pedido de impeachment do jurista Hélio Bicudo – um dos criadores do PT, partido que comanda toda essa bagunça nacional – acredito que não resta mais nenhuma dúvida. Até porque, se a luta do incansável juiz Sergio Moro der em pizza (como alguns acreditam!) o melhor mesmo é largar tudo e deixar o Brasil por conta de Cuba, de Lula, do exército de Stédile, das ameaças de Ugo Chaves, da pátria bolivariana, de estado islâmico, e de tudo de ruim que essa gente simpatiza, e quer implantar no nosso país...

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

NOVELAS

         Parei de ver novelas. Por quê? Por sentir que a maioria delas é muito parecida. Uma mulher ou um homem surge logo no primeiro capítulo, pronto para encarnar o MAU.  A sua maldade vai sendo “aprimorada” a cada capítulo, com o seu ódio sendo destilado sobre determinado personagem. O(a) personagem sofredor(a) é quem fará contraponto na história. Representando o BEM, o personagem bonzinho da novela, irá sofrer até o último capítulo, quando se vingará do vilão, para a alegria dos telespectadores. Já houve novela em que a vingança não foi executada pelo perseguido, o que rendeu muito Ibope para a emissora, uma vez que o assassino poderia ser um de meia dúzia dos suspeitos. Houve até uma em que o vilão da história, prestes a voar para o exterior, dava uma tremenda banana para os que ficaram, não sendo julgado p... nenhuma, o que era muito comum entre nós até pouco tempo.
         Atualmente, eu assisto apenas ao primeiro capítulo (para ficar atualizado com a trama, o elenco e a maldade da novela), e ao último (para saber o desfecho do folhetim). Não estou dizendo que enjoei de novelas. Como nordestino, vibrei com “Roque Santeiro”  e acompanhei o desenrolar de “Senhora do Destino”, e, como morador do Rio por quinze anos, admirei o desenrolar de  “Avenida Brasil”. Também não estou diminuindo a criatividade dos autores, ou o desempenho dos artistas que a nossa televisão possui, muitos deles oriundos do teatro. O maior destaque desses premiados talentos brasileiros, não resta dúvida que é a fabulosa “doce de mãe” Fernanda Montenegro. Do lado masculino, destaco Lima Duarte, o inesquecível “Sinhozinho Malta”, da novela “Roque Santeiro”. O certo é que a TV-Globo conquistou para si um refinado grupo de autores, diretores e atores e, a exemplo de Hollywood no cinema, passou a produzir novelas com know how próprio, o que agradou em cheio não apenas a brasileiros, mas a telespectadores do mundo inteiro.
         A exemplo do cinema, a novela de televisão é algo que fascina. A grande diferença é que: antigamente, para irmos ao cinema para assistir a um filme, havia uma verdadeira programação: confirmação do horário da exibição; arrumação pessoal e saída de casa; encontrar a namorada; comprar ingresso e aguardar, instalado numa poltrona do imenso salão, o início da película. No caso da novela, não tem nada disso. É bastante se acomodar numa poltrona em frente à sua televisão e assistir àquela ou àquelas novelas, já que são muitas durante a noite. Só que existe um inconveniente: no cinema nós podíamos assistir aos filmes com base na censura (que podia ser livre ou proibido até 18 anos). Os cartazes na entrada do cinema nos davam detalhes sobre a atração do dia. Já a novela não carece de nenhuma preparação. É só ligar o televisor da sua casa e acompanhar o que autores e diretores têm a nos dizer. Bem mais prático, não resta dúvida, mas às vezes o programa pode ser um tanto indigesto, por exemplo, na presença de visitas mais cerimoniosas ou de crianças que não apenas querem ver tudo, como também saber tudo, ignorando na sua inocência o que é capaz de fazer uma concorrência feroz entre redes de televisão, através das suas novelas. 
         Enfim, como na vida real, também na ficção estamos sujeitos a constantes modificações de costumes, cabendo a cada um cuidar da sua adaptação às tais evoluções.  

domingo, 16 de agosto de 2015

“FARINHA DO MESMO SACO”?

     Não concordo com aqueles que dizem que os políticos brasileiros são todos “farinha do mesmo saco”. Quem tem acompanhado o nosso panorama político, através da TV-Câmara e da TV-Senado, principalmente, descobre que existem políticos, sérios, honestos, como o senador José Antonio Reguffe, por exemplo, que, procurando economizar o dinheiro público, cortou benefícios exagerados que lhe eram oferecidos. Além de dar exemplo de honestidade, o senador economizou para o cofre brasileiro, uma considerável parcela de reais. Pena que nem todos os nossos políticos pensem dessa maneira!
     No entanto, seja na oposição, seja no governo, é possível encontrar parlamentares honestos, que lá estão com a missão de colaborar com o país de alguma forma, como o senador Cristóvão Buarque, na sua incansável defesa da Educação, como base para o crescimento do país; Paulo Paim, levantando a bandeira da defesa dos aposentados é um político incansável na luta pelos direitos dos mais fracos; Ana Amélia, senadora que já foi jornalista, considera a discussão dos problemas nacionais prioridade, atuando sempre com posições firmes e coerentes; o senador Magno Malta é um evangélico que costuma se inflamar ao defender os bons costumes da sociedade brasileira que passa no momento por uma intensa degradação social; Cassio Cunha Lima faz, com muita garra, a defesa das nossas instituições e do nosso patrimônio, protagonizando uma luta ferrenha contra a corrupção; a senadora Simone Tebet tem no sangue o “dna da política” e, apesar de nova no Senado demonstra garra e coerência na apresentação de seus projetos ou no apoio a projetos alheios, desde que favoráveis ao progresso do país.  
     Haverão de dizer: “Mas, isto não quer dizer nada diante do batalhão de “sanguessugas” que atua nas nossas casas representativas”. Concordo. Até porque a gente sabe que quem leva sempre a pior com essa fome de privilégios, de “maracutaias”, de “toma lá, dá cá”, é sempre o povo brasileiro. Entretanto, com as suas nobres atuações parlamentares, esses políticos sérios e honrados vão, aos poucos, deixando a sua marca e os seus exemplos para serem seguidos pelos que vão chegando, se incorporando ao parlamento nacional. Maus exemplos de governantes sempre tivemos. Conta-se que a coisa vem desde a época do descobrimento do Brasil, e, virou até a seguinte piada: “Deus, diante das reclamações de um americano, um japonês e um alemão que não se conformavam com os benefícios celestiais concedidos ao nosso país, privilegiado com tantas coisas boas e belas, ao passo que eles só amargavam vulcões, terremotos e desastres ecológicos, cortou as lamúrias dos três, dando-lhes a seguinte resposta: É... mas vocês não sabem o tipo de gente que eu coloquei lá.”
     Mas, será que nós vamos viver eternamente com esta pecha de gente ruim?

quinta-feira, 23 de julho de 2015

CRÔNICA DO RECESSO IMERECIDO

Tentei, como cidadão brasileiro, revoltado com os graves problemas que afetam o país, discutidos diariamente nas TVs Câmara e Senado, aproveitar este imerecido recesso parlamentar: buscar coisas leves, visitar o lado lírico, sentimental da poesia... Mas, (quem falou que seria possível?!) o meu lado poético também anda revoltado com a roubalheira e com o desgoverno que aí estão. Vejam o que ele está sentindo...

A VISÃO DO APOSENTADO

A mim, me bastaria uma velhice
De paz, em que eu zelasse pelos filhos
E rezasse por aqueles mais distantes.

Para que tanta tecnologia “News”,
Se os jornais televisivos respingam
Sangue no meu rosto, o tempo todo?...

Estou carente, e meus parcos ganhos
Mal dão para as mazelas da saúde,
Que nesta idade castigam muito...

Promessas políticas são só promessas:
Aposentado não pode ir além do salário!
Só políticos e apadrinhados podem!...

A violência campeia, igual ao Cangaço.
E, há quem goste das políticas radicais
Que vão mais além, como a degola!...

A guerra fratricida da droga, aqui gerada
- “deseducados” contra “desorientados” –
Mata mais do que conflitos oficiais.

 O que, um dia, foi modelo de prosperidade
Virou engodo para ratazanas palacianas,
Que quase destruíram a nossa Petrobrás

 A esperança, a criança, o futuro, a Pátria...
Sonharemos, ainda, com um futuro radiante?
Ou confirmamos a vitória da corrupção?...

sábado, 11 de julho de 2015

O BICHO

      Ontem à tarde, voltando para casa, na entrada da vila onde moro, havia um homem mexendo nas sacolas de lixo. Eu pensei: deve ser algum catador de material reciclável, pois já abrira algumas sacolas e, verifiquei próximo a ele, uma latinha de refrigerante. Bem na sua frente, no entanto, vi algo que me deixou intrigado...
       Curioso, aproximei-me, com o intuito de lhe chamar a atenção, pedindo-lhe que quando acabasse, deixasse tudo como estava antes. Foi quando vi que, mais próximo de si, num resto de plástico branco, ele já havia separado restos de alface e rodelas de tomate, formando o material, sobre a tela branca do plástico estirada no chão, a mais intrigante pintura que eu já presenciara, trazendo-me, ainda, à mente o poema “O bicho”, de Manoel Bandeira. Aos poucos, no meio daquele resto de lixo alimentar, ele descobria mais elementos, que cheirava, escolhia, e adicionava ao “prato”... Meu Deus! Como pode acontecer isso numa cidade tão rica como a nossa! Não podia ser verdade! Mas, era.
         - Quando acabar deixe tudo como estava antes, ok?
         - Pode deixar.
         Dei dois passos em direção à casa, sem deixar de me comover com a cena vista. Separei uma cédula e, emocionado a entreguei ao infeliz.
         - Aqui para o senhor.
        Ele, agradeceu, invocando a proteção divina para mim. Emocionado, rumei para minha casa, chocado com a cena. “Meu Deus, o bicho de que falava Manoel Bandeira no seu tocante poema, existe.” Eu comprovei. Apesar das imensas riquezas nossas, muitas vezes, mal administradas ou despudoradamente dilapidadas. O pior de tudo é a gente constatar que as nossas praças atualmente estão lotadas de homem-bicho ou bicho homem que enfrentam o frio da noite nas calçadas, debaixo de velhos cobertores, e catam comida nas lixeiras, para saciar a fome. Como cristão que sou, sei que poderia inclusive tê-lo convidado para comer alguma coisa melhor do que o lixo, em minha casa. Infelizmente, outro grave problema social que nos atinge atualmente – a Violência – me impediu de fazer-lhe tal convite. Mas, a cena de ontem me chocou! Chocou tanto que não dormi direito e ao acordar estava com esta crônica pronta na cabeça.      
Há trabalhos poéticos que, de tão vigorosos, não conseguimos retirar da mente. É o caso de “O Bicho”, de Manoel Bandeira, que foi um marco na minha vida e que hoje, numa constatação bem semelhante à do poeta (acredito eu!) foi inspiração para esta crônica. Por isso, resolvi incluí-lo na mesma, para apreciação e reflexão dos leitores:

O BICHO

“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

 O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

 O bicho, meu Deus, era um homem”.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

HISTÓRIAS PRA BOI DORMIR ou DONA DILMA E SEUS (QUASE) QUARENTA MINISTÉRIOS.

         Tudo soa falso neste governo. A começar pela história da criação do termo “presidenta” ao invés de presidente, etimologicamente, a palavra correta. A invenção da mandatária (atropelando o português!) mostrou que muitas “histórias para boi dormir” ainda viriam por aí. Uma das que mais chamou a atenção do povo, foi a da composição do seu gigantesco ministério, o que lhe valeu a comparação com outra história muito famosa  que, de alguma forma, até lembra o seu governo: “Dona Dilma e seus (quase) quarenta ministérios”...
         Como nas histórias de grandes aventuras, ela, personagem principal, precisava  mostrar exuberância no seu governo pois, revezando com o seu guru, pretendiam permanecer eternamente no poder. No entanto, apesar de constar da sua longa lista de ministérios, um do Planejamento, suas obras faraônicas e seus projetos mirabolantes quase sempre resultaram em grandes desastres econômicos.
         A popularidade da presidente começou a despencar, quando pessoas muito intimas do seu governo resolveram atacar o principal patrimônio do país, dilapidando-o como ratos no queijo, tentando se aproveitar ao máximo do dinheiro público. Por outro lado, Dona Dilma, sem priorizar o seu povo, principalmente o trabalhador que a elegeu, dá continuidade a obras herdadas do seu “guru”, beneficiando países vizinhos e simpatizantes da ideologia do seu partido. Chegam ao conhecimento público obras estranhas, com carimbo de “confidencial”, entre outras irregularidades. Com o prestigio em baixa e temendo resultado negativo, Dona Dilma, a presidente, em momento de decisão apelou: prometeu, xingou, mentiu para conquistar a vitória, pois conhecia bem o temperamento ordeiro e obediente do seu povo sofrido. Resultado: o povo iludido com o seu blábláblá demagógico para ganhar eleições, reelege a presidente.
         Depois, veio a realidade: a quase insolubilidade do país e a necessidade de apelar para economista de ideologia diferente da dela, para por as contas em dia. O arroxo financeiro oriundo de medidas saneadoras veio dificultar ainda mais a vida do trabalhador, do aposentado, da pensionista... Como não tinha como se explicar, a presidente buscou a saída que lhe restava: negociar... O apoio parlamentar dos que a apoiaram, renderam-lhes os melhores e bem remunerados cargos do governo: Ministérios, Secretarias, Segundo Escalão, etc., para apoiarem tudo o que a presidente enviasse e para deixa-la “blindada” das acusações que lhe são atribuídas... Um troca-troca, um toma lá, dá cá, promessas feitas abertamente, e prontamente aceitas por parlamentares já acostumados com esse jogo político. Assim, apoiada por explosivos, porém obedientes parlamentares, a presidente vai levando seu barco, se esforçando para evitar  um naufrágio, que pode surgir a qualquer hora.
         Esta história bem que poderia ser contada num estilo de contos infanto-juvenis, onde prevalece a coragem, a ousadia, a defesa da pátria, e da honra. Mas, infelizmente, só pode ser passada adiante como “História pra boi dormir”, com que a presidente e o seu partido abusam da paciência do povo. Até quando?  Uma coisa, porém, é certa: o estudante cheio de ideais, o trabalhador, o cidadão honesto, o aposentado, a pensionista, (por que não dizer: o povo brasileiro!), está todo o mundo de saco cheio!!! 

terça-feira, 26 de maio de 2015

UNIVERSITÁRIOS OU CHAPOLIN COLORADO?

        Entre os muitos casos da violência que a cada dia cresce no Brasil (nascida nas grandes cidades, principalmente, em razão do tráfico de drogas), um não sai da minha mente: é o caso do jovem estudante que, ao retornar à noite, acabou sendo morto na porta da sua casa, mesmo depois de ter entregue o celular aos bandidos. Sei que, atualmente, muitas famílias brasileiras vivem dramas semelhantes, perdendo familiares de forma estúpida, sem que medidas de segurança eficazes em favor da população sejam tomadas. E, por que eu – como pai que sou – me choquei tanto com aquela cena? Porque além da dor da saudade que daqui para frente os seus pais terão de conviver, também fica a enorme frustração pelo sonho interrompido, num país onde a realização dos ideais juvenis torna-se cada vez mais difícil.
         No meu entender, a violência é hoje o problema mais sério do país porque está diretamente ligada à vida do ser humano. Não que a roubalheira na Petrobrás; o caos na saúde pública, com hospitais superlotados e pacientes morrendo por falta de atendimento; a tão decantada Educação, onde pouco se vê do muito que é proclamado; o incalculável prejuízo decorrente das obras faraônicas inacabadas; a política do “toma lá, dá cá!” exercida hoje sem o menor escrúpulo por pessoas em quem  votamos para nos representar; é lamentável! A banalização desse tipo de atentado à vida, em razão da violência que tomou conta da nossa sociedade, é acontecimento assustador, jamais visto no país.
         Não é mais somente no Rio ou em São Paulo onde ocorrem tais violências. Tenho notícias de parentes sendo assaltados em suas casas por pivetes armados com facas, no Rio Grande do Norte, e, em Campos, onde moro, tenho vizinho que já teve sua casa invadida através de uma janela do primeiro andar. Aquela velha história da “tranquilidade de dormir com porta ou janela aberta”, nem pensar mais, em qualquer lugar do país! Como se não bastasse o cidadão ter se tornado prisioneiro da sua própria casa, agora, ninguém está mais seguro na rua, a qualquer hora. Tamanha violência, de que eu tenho notícias, só no tempo do cangaço, onde Lampião e seus cangaceiros promoviam barbaridades por onde passavam e não eram bem atendidos nos seus intentos. A diferença é que a violência do famoso bando se restringia ao Nordeste e há quase um século atrás... Hoje, a falta de respeito ao próximo e a violência, infelizmente, tomaram conta do país. E, a impressão que dá é que há um certo descaso com relação à sua prática. São muitos os casos em que a polícia prende o jovem e logo chega a justiça para colocá-lo na rua. Também, já vi bancas de camelôs exibindo – ao alcance de qualquer um! – belas e sofisticadas facas, bem convidativas à essa onda de violência... Sem falar das armas de fogo mais modernas que possamos imaginar, que entram facilmente pelas nossas fronteiras...
         Agora, só nos resta perguntar: quem poderá nos ajudar? Os universitários? Chapolin Colorado?...

sexta-feira, 24 de abril de 2015

MEU BRASIL BRASILEIRO

            Dia 21 de abril de 2015,
        Aniversário do sacrifício de Tiradentes pela Pátria

        Difícil ser brasileiro neste momento. Difícil, mas ao mesmo tempo instigante e fascinante. Lembro-me de um tempo parecido com o de hoje: quando eu, jovem, no Rio, comia no restaurante Calabouço, frequentava curso pré-vestibular de Medicina, fazia parte da AGEP (Associação Guanabarina de Estudantes Potiguares) e me empolgava com pronunciamentos de líderes estudantis que frequentavam o restaurante – Dirceu Regis, Elinor Brito, Vladimir Palmeira, por exemplo. Naquele tempo, a gente lutava de peito aberto contra a força de uma ditadura instalada no país, fosse no principal campo de batalha, a Avenida Rio Branco, nas ruas adjacentes, ou em torno do restaurante Calabouço, próximo ao Aeroporto Santos Dumont. Afinal, era aluno de um cursinho que não era barato, frequentado por jovens de várias classes sociais e de todo o país, e fazia refeições (bandejão) a preço simbólico no citado restaurante de estudantes. Tinha que lutar, pois, além das dificuldades financeiras, o que mais nos motivava e fervia nas veias, era a defesa de duas instituições sublimes: a Democracia e a Pátria. Na luta instalada, havia o momento do ataque e o momento do recuo, da dispersão. Esse era o momento em que, sozinho e pensando muitas vezes na família distante, procurava um bar ou uma lanchonete para, no banheiro, ajeitar a roupa, lavar o rosto, pentear o cabelo e, o mais importante, colocar a carteira do Calabouço dentro do sapato, para me salvaguardar, no caso de uma eventual “blitz”, muito comum após cada confronto. Era preciso me descaracterizar da figura de estudante militante, misturando-me com escriturários que desciam do trabalho, no final do expediente. Durante algum tempo, foi essa a minha rotina de estudante candidato a vaga numa Faculdade de Medicina, no Rio de janeiro nos distantes anos da década de 1960.
         Mas, a coisa ficou ainda mais difícil em 1968, com o advento do AI-5. Fecharam o restaurante “na marra”, acabando com o ponto de encontro dos estudantes que lá também faziam seus encontros para planejamentos e táticas contra os militares. Empolgação estudantil?... Sentimento pátrio? Como era possível, num combate tão desigual, enfrentarmos as possantes armas dos militares, apenas com as pedras portuguesas retiradas das calçadas? Não era de se estranhar que baixas estudantis acontecessem constantemente. Vi colega de braço quebrado; outro que, ao tentar devolver uma bomba de gás lacrimogêneo, a mesma explodiu na sua mão, causando a perda de três dedos; e, o que mais chocou a todos: a morte do estudante Edson Luis. O seu velório na Assembleia Legislativa foi clamoroso e varou a noite com inflamados discursos estudantis na escadaria do palácio. A “gigantesca” passeata dos 100 mil, que veio em seguida, contou com a participação de inúmeros artistas e intelectuais... Mas, a hora não era mais de se recompor diante de um roto espelho de bar ou de lanchonete do centro, após cada embate. Nem de buscar abrigo em escadaria de edifício, escalando o máximo de andares possíveis, achando guarida muitas vezes em escritórios retardatários, solidários com a nossa luta, até a situação serenar. Não. Não havia mais como continuar. Pelo menos para nós, simples secundaristas, comensais do Calabouço. O próprio Elinor Brito, presidente da FUEC, que liderava os estudantes no restaurante, foi quem, nos convocando para uma reunião geral, comunicou: “A coisa agora, vai ser diferente. A luta vai ser pra valer!” E, foi... Sem o respaldo de um diretório universitário, já que ainda não havia ainda alcançado a faculdade, ou sem apoio político, não dava para continuar: “abaixei as pedras”, dei meia volta, e busquei nos concursos outro rumo para a minha vida.
         A luta passou a ser mais intensa, com apoio de entidades estruturadas, com uso de armas e técnicas de guerrilhas urbanas, etc. Se era grande o número de estudantes e trabalhadores presos, por outro lado, técnicas especiais como sequestros de embaixadores passaram a ser executadas, forçando o governo a ceder. Eu agora observava tudo através dos jornais, rádios e TVs. A sensação não era a mesma, mas eu torcia pelos estudantes, é claro! Tempos depois, o jornalista Fernando Gabeira relataria, em detalhes fatos empolgantes da luta no seu livro “O que é isso, companheiro?” Da mesma forma que o cinema aproveitou momentos impactantes daquela grande aventura estudantil, transformando-os em filmes, como o belíssimo “Pra frente, Brasil!”
         Passados 50 anos, eis que nos deparamos hoje com uma situação esdrúxula de fome de poder bem parecida com a que acabei de narrar, que também acorda a juventude para a defesa da Nação. O país desgovernado, refém de um partido sem escrúpulos que age de qualquer maneira e quer, a qualquer custo, se perpetuar no poder. Um triste momento para a nossa Pátria Amada que se vê humilhada, diante do contexto mundial. Apesar do apoio maciço da população contra os erros do governo, infelizmente, membros do poder judiciário e do parlamento titubeiam na hora de tomar a decisão que o povo exige parecendo, de certa forma, concordar com os erros praticados pela cúpula do partido do governo. Nesse contexto, a garra da juventude brasileira entra novamente em cena, em defesa da Pátria.  E, eu, do alto dos meus 70 anos me emociono ao sentir a bravura com que eles atuam, em prol da nossa soberania, valendo-se atualmente, não mais das pedras portuguesas, mas de teclados de micros que também não são letais, mas alertam, denunciam, convocam e levam para a rua, não mais “cem mil”, como em 1968, mas milhões de brasileiros ávidos pela decência, pela seriedade, pela soberania de uma Pátria muito amada, acima de tudo; por um estado democrático, honrado, com oportunidades para todos; e por um povo alegre e fraterno que sempre foi a nossa marca entre as nações.      

sábado, 11 de abril de 2015

ED MOTTA: INACREDITÁVEL!

                      Inacreditável, a falta de respeito com que o cantor Ed Motta de se referiu ao Brasil e aos fãs brasileiros ao comentar uma turnê que faz atualmente por alguns países da Europa. Incrível a falta de educação com que o referido cantor se dirigiu a seus conterrâneos, humilhando-os, tratando-os com adjetivos chulos, e o mais grave, se referindo ao nosso país como país de m...
                   Das duas, uma: ou cantor estava muito “doidão”, e se prevaleceu do seu estado lastimável, para dizer o que lhe viesse da cabeça, ou, imitando os nossos atuais políticos, falou a bobagem que veio à cabeça, em seu proveito, para mostrar que tem talentos (é fluente em inglês e canta nesse idioma, coisa que qualquer calouro de programa televisivo faz atualmente), se esquecendo do público nacional que o apoiou e o colocou no lugar de destaque em que se encontra.
                    Como se fosse coisa muito normal, o tal cantor proferiu tremenda grosseria, para não falar outra palavra... Mas, alertado sei lá por quem, resolveu desculpar-se sobre o que, para ele pode ter sido uma citação impensada, quando na realidade são declarações pesadas e humilhantes sobre o combalido povo brasileiro e sobre um país que atualmente só tem levado porrada. Entretanto, é interessante observar a banalidade com que nossos políticos, se valem da palavra “Democracia” que usam como bandeira, e falam o que querem, mentem ao seu bel prazer, para mais tarde se desculparem, achando que é tudo normal. A velha história: se colar, colou! “No fim, fica tudo legal”. Mas, não fica, não! O Brasil e os brasileiros não merecem isso! Chega de tanto desrespeito!
                      A infelicidade com que o cantor tratou seus fãs e o seu país, pode até ser o reflexo da falta de decoro que estamos presenciando há algum tempo no Pais. Ed Motta jogando o que não devia no ventilador da mídia eletrônica, alegando posteriormente estresse, depressão, sei lá o que mais, não descaracteriza a atitude de uma pessoa sem respeito e sem patriotismo, de forma alguma! 
                  Mas, o que é que estamos habituados a assistir atualmente diante de um aparelho televisivo!?     

domingo, 5 de abril de 2015

PETROBRÁS

Caros leitores, 
Como homem de letras, resolvi experimentar a trova. Como fui elogiado, fiquei entusiasmado com a coisa.
Como cidadão brasileiro, atento aos problemas que vivemos atualmente, agravados pelo lance de assalto 
à PETROBRÁS, acabei exercitando no formato de trova o tema que atinge a todos os cidadãos brasileiros. 
Portanto, hoje eu lhes envio este poema cívico, em formato de trovas. Espero que gostem. 
  
PETROBRÁS

 
Saudade, saudade minha!

Tempo bom, anos atrás,

a pátria, rica rainha,

no fulgor da PETROBRÁS.

 
Mas, filhos desnaturados,

sem qualquer contemplação,

em bandidos transformados

assaltaram a nação.

 

E roubaram, os bandidos,

com tanta gana e vileza,

que o símbolo tão querido

mostrou ares de pobreza.

 
Os chefes nada sabiam

- ponto de interrogação! -

da farra que eles faziam

com o dinheiro da nação.

 
Porém, para nossa sorte

homem de ação, destemido,

do Paraná um punho forte,

trouxe alento ao sofrido. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

EU, MEU PAI E A POLÍTICA

       Quando eu era pequeno em Mossoró, nas conversas de família à noite na calçada (ainda não havia televisão na cidade) eu ouvia de vez em quando alguém comentar: “Fulano está bem, ganhando muito dinheiro com o emprego que o político tal arranjou para ele”. No “hum...!” cheio de reticências com o qual o meu pai comentava o assunto, eu via a maneira de censurar de um cidadão que sustentou nove filhos a custa de muita luta. 
         Desde aquela época eu comecei a enxergar Política com olhar diferente porque, juntamente com o favor oferecido, havia também, implícito, o compromisso do beneficiado e sua família com a carreira do político: era o famoso “voto de cabresto”. Isso marcou tanto a minha formação que, quando alcancei a maioridade, tendo servido o Exército e concluído o curso científico, sempre que alguém falava comigo: “Por que você não vai falar com o deputado? Ele consegue uma coisa boa para você!” Eu respondia: “Não tenho cara para isso!” E, não tinha mesmo! O exemplo do meu pai me dava a convicção de que existiam outros meios para se vencer na vida. Foi aí que eu decidi vir para o Rio.
        Vim. E, o mesmo estilo de política (“Toma lá, dá cá!”) que conheci no Nordeste, também havia por aqui. A diferença era que o Rio oferecia múltiplas oportunidades. Desistindo de Medicina, depois de dois vestibulares frustrados, comecei a fazer concursos públicos. Fiz para a EMBRATEL, recém-inaugurada, e passei. Por 10 anos trabalhei na empresa. Casei-me e, já com dois filhos pequenos, fiz concurso para o TRT. Passei novamente, indo assumir na JCJ de Campos dos Goytacazes. O ano era 1980 e com a cabeça ainda cheia de estudos para concursos, aproveitei para fazer mais um: para o Banco do Brasil (sonho de adolescente!). Passei, e fiquei no banco até 1995 quando, em razão de um PDV, resolvi sair.  Queria exercitar o Direito aprendido na faculdade, e permanecer perto da família. No entanto, pairava sobre os que não optassem pelo plano, a ameaça de serem removidos para regiões distantes no país...   
         Estou rememorando tudo isto a título de mensagem para os mais jovens. Eu sei que o tempo mudou. A concorrência em concursos públicos é bem maior. O advento da Informática, que  facilitou a vida do homem moderno e trouxe entretenimentos, também acabou com muitos empregos. Mas, há sempre chances para se lutar por um sonho, sem se ficar na dependência de político A, B ou C..., (muitas vezes maus políticos), ou coisas piores ainda... Para isso, é necessário estudar muito desde cedo. É bem verdade que a qualidade do nosso estudo básico não é lá essas coisas. E, o sonho da faculdade, hoje em dia, não está fácil, em razão da violência que tomou conta do país, principalmente nas grandes cidades onde o estudante não tem a certeza de que retornará com vida à noite para casa. Já se você optou por outra atividade que não exige tanto do intelecto, procure ser “o melhor” naquilo que se propôs fazer, e se relacione bem com todos.
       Porque, nada como você à noite deitar a cabeça no travesseiro e agradecer a Deus por tudo aquilo conseguido, para si e para a sua família, com honradez, a custa do seu trabalho! Foi este o exemplo que herdei de “Seu Juvenal”, meu pai; e, ele que eu sempre procurei honrar, procuro hoje transmitir aos mais jovens.  

sábado, 28 de fevereiro de 2015

ASSOMBRO

        Não sei o que ainda virá pela frente. É provável que lances mais assustadores ainda chegarão às nossas TVs e aos nossos computadores. No entanto, os rios de leite jogados fora por produtores incapazes de industrializar o produto; da mesma forma, milhares de frangos mortos, não para saciar o nosso apetite, mas de forma degradante por falta de ração, retirados das granjas pelo mesmo motivo, foram cenas arrepiantes que presenciamos nas últimas horas!
         Não vou retornar à mesma tecla dos erros governamentais, até porque autoridades do setor da Economia estão aí tentando consertá-los. Entretanto, medir forças com quem ganha o seu dia a dia na boleia de um caminhão transportando tudo o que for necessário para que o país funcione, não abrindo mão da cobrança de aviltante imposto de quem exerce essa dura atividade profissional, soa incoerente. Refiro-me ao preço do óleo diesel que os caminhoneiros consideram extorsivo, uma vez que eles  além das despesas inerentes ao seu árduo trabalho, ainda tem incontáveis pedágios pela frente a encarecer o seu ofício.
         Comentaristas dizem que não seria difícil o governo resolver o problema, evitando assim mais confrontos e prejuízos. Seria uma medida coerente, nobre até, tomada por um governo já afeito a tantos “faz e refaz” econômicos. Mas, não. O que assistimos é que o Governo, o PT, seus dirigentes e seguidores querem exibir forças, poder. Querem o confronto. O povo, apreensivo aguarda respostas em silêncio, torcendo por um melhor desfecho que ajude a trazer o país de volta aos trilhos da ordem e do progresso. Não dá para se viver eternamente viajando por uma estrada repleta de surpresas negativas e de abismos constantes.
         Enquanto fantasmas de todas as origens assustam o país, o brasileiro se choca com esses lances que nos leva, além do drama dos caminhoneiros, à merenda escolar e a fome no país: rios de leite jogados no ralo e frangos mortos por falta de ração, não apenas nos assusta, mas também mexe com o pão nosso de cada dia, já que a falta nos supermercados encarece o produto e mexe com o bolso do cidadão. Oxalá, as mentes sejam iluminadas e encontrem o mais rápido possível uma solução para problema tão grave!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

UMA VIAGEM PARA NÃO ESQUECER

     Peço desculpas aos leitores (será que tenho algum?) pela demora de mais de um mês sem postagens neste blog. É que tive de fazer uma breve viagem ao Rio Grande do Norte. E, como, apesar das facilidades das tais milhagens, que permitem viajar até de graça em determinadas situações, o medo não me permite a aproximação de avião. Daí, enfrentar com muito garbo como se fora um adolescente, a extravagante viagem: sim, porque dois dias sentados num ônibus até o destino final, não é para qualquer um. E, o pior: num prazo de dez dias, dois dias para lá, dois dias pra cá, com apenas seis dias para resolver problemas familiares, cartorários, etc.
        Depois de completar 50 anos de idas e vindas até Mossoró, com escalas em Natal ou Teresina, acho-me apto a emitir alguns conselhos para quem quiser se aventurar sozinho pela BR-101, ou pela BR-ll6. Quero dizer que antigamente, era tudo mais difícil. Ônibus desconfortáveis, sujeitos a trocas de coletivos uma ou duas vezes durante o trajeto. E, se o seu lugar fosse próximo ao banheiro? Havia quem gostasse da posição. Por exemplo, a turma da boemia que prolongava a farra dentro do carro. Antes de iniciada a viagem, eles já começavam a encher a cara. E, tome anedotas em voz alta; tome cantorias pela noite a dentro. Como se não bastassem, as crianças que “abriam o berreiro”, disputando o horário com os pinguços. Mas, isso foi a muito tempo atrás. Agora os boêmios são mais controlados (não se pode beber ou fumar dentro do coletivo) e, os bebês parecem até que entenderam o horário do silêncio. Essa última viagem quase deu para tirar cochilos entre uma parada e outra. Isso, eu, porque tem uns que basta o motorista dar a partida e eles puxam a coberta para cima do rosto e dormem até a próxima parada...
      Para falar a verdade eu gostava mais dos ônibus sem ar condicionado (talvez pelo meu problema de rinite alérgica que sofre com aqueles 20 graus). Naquele tempo a gente controlava o calor pelas janelas, com a vantagem de sentir o ar saudável das manhãs brasileiras, principalmente se a época fosse de chuva.
       Falando em paradas, as atuais estão bem mais modernas e asseadas do que as de antigamente. Em Feira de Santana, o ponto onde o coletivo parou tinha uma ótima aparência. Mármore para todos os lados, o banheiro com televisão, tudo muito limpo. E o salão onde servem as refeições, digno de sediar qualquer encontro importante, com um mobiliário de chamar a atenção, por incrível que pareça! É, os passageiros reclamaram dos preços; uma fatia de bolo por 6 reais, não é tão barato assim... provavelmente, o construtor de tal “palácio”, deva estar precisando do retorno. Sei lá! Mas, seria bom se em todas as paradas de ônibus tivéssemos lugares com estrutura semelhantes à de Feira de Santana.
       Outra coisa que aconselho a quem for empreender viagem do Rio de Janeiro ou de São Paulo ao Nordeste, é se relacionar de cara com seu/sua companheiro/a de viagem. Afinal de contas você passará, pelo menos, mais de um dia ao seu lado. E a pessoa que lhe tocou com vizinha poderá lhe ser útil. Por exemplo: evitando que você entre em outro coletivo quando a pressa do motorista lhe convoca, buzinando sem parar. É como se ganhássemos uma família relâmpago de dois dias. Nessa viagem, um senhor que estava no banco ao lado do meu e com quem conversei bastante, esperou na porta do ônibus duas vezes, aguardando a minha chegada.
        Também, para quem gosta de escrever, aquele interior singular, onde tem quem durma com as pernas para o corredor, arriscando um acidente com algum passageiro que pretenda ir ao banheiro, principalmente à noite onde o espaço é escuridão só. Pois, esse lugar, na falta de bienais, por exemplo, é um espaço interessante para fazer propaganda do seu livro. Já é a segunda viagem que eu experimento a façanha. Até porque, vendo propagandistas “atirados” como os vendedores de água, ou de doce, que invadem o coletivo na busca do seu sustento; ou assistindo a motoristas ainda tímidos a falar baixo para dezenas de pessoas, a gente se empolga e se arrisca vender o seu último trabalho. Não sai quase nada: dois na ida; três na volta. Mas vale a pena!
           Provavelmente eu volte a falar sobre o tema na próxima crônica. Até lá!