"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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domingo, 15 de abril de 2012

ELEIÇÕES À VISTA

Curioso o país em que vivemos, não é verdade? A maioria das pessoas não tem onde morar, não tem trabalho, e vive de benefício do "bolsa isso", "cheque aquilo", "restaurantes, transportes e farmácias quase de graça", e vai por aí... Por outro lado, uma minoria privilegiada tem padrão de vida digno de marajás. E, os escândalos denunciados diariamente demonstram que a riqueza dessas pessoas é, na maioria das vezes, resultado de maracutaias, conchavos, acordos espúrios, troca de favores... tudo financiado com os impostos pago pelo povo. O pior é que, aparentemente, não se vê luz no fim do túnel. Entra governo, sai governo; entra partido, sai partido e a "farra com o dinheiro público" é a mesma.
Esses programas populistas não resolvem os problemas do pobre, no entanto contribuem e muito para o aumento da popularização dos seus autores. Um caso emblemático que, tempos atrás repercutiu por todo o país, é o das costureiras cearenses. Algumas dessas trabalhadoras fizeram um curso de aperfeiçoamento para trabalharem numa cooperativa. Quando foram chamadas recusaram para não perderem o "bolsa sei lá o que"... Nesse caso, parece que o tal auxílio, ao invés de ajudar, incentiva o ócio, para não dizer a vagabundagem. Porque pensando bem, quem é que, não tendo nada, recebendo uma esmola mensal do governo, vai querer "trabalhar"... O bom seria se houvesse trabalho real, honesto e digno para o brasileiro. Ele trabalharia honestamente e ensinaria a seus filhos a importância do trabalho para a vida do cidadão.
Na verdade, se a política governamental beneficia alguns acaba prejudicando outros. Refiro-me àqueles que trabalharam honestamente, descontaram o INSS regularmente, na expectativa de ter, um dia, a sua aposentadoria justa como contratada pelo órgão governamental. Mas, o que esse trabalhador tem em troca, quando se aposenta? A frieza e a indiferença governamental argumenta não ter dinheiro e corrigindo o seu salário diferentemente do "mínimo"acaba achatando o benefício aceleradamente, o que é uma lástima para quem na velhice precisa de um benefício atualizado.
Voltando às manobras políticas. São inúmeras as jogadas que a gente assiste em ano de eleição. Obras de fachada, às vezes faraônicas, quando as necessárias, sob a terra, são esquecidas; concursos que já poderiam ter sido realizados; shows, muito shows... é a velha história do "Panis et Circenses": com a fome sendo controlada por cheques e programas fantasiosos, nada melhor do que no ano eleitoral alegrar o povão. E, povão alegre significa eleição garantida...
Pobre ilusão estudantil aquela minha dos anos 60/70, imaginando que os heróis que enfrentaram a Ditadura Militar, seriam capazes de colocar a honradez, a honestidade, o estudo, o trabalho, e o patriotismo de volta aos trilhos da política brasileira. Pobre de mim que no auge do confronto Estudante x Polícia, no Rio, tantas vezes me arrisquei na Rio Branco, lutando por uma causa que resultou em vão!...