"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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sábado, 29 de agosto de 2009

CARTA A ROBERTO GÓES

Campos dos Goytacazes, julho de 2009.

Caro amigo Roberto Góes,

Nem sei se ainda mereço desculpas pela demora em responder às duas cartas enviadas pelo amigo. Ainda assim, vou tentar justificar a minha demora em respondê-las. Estou com o filho mais velho se formando pela UENF; o segundo, que é biólogo, estudando e buscando oportunidades no Piauí; e o caçula começando a trabalhar... Dentro do possível, vou administrando o meu tempo de viúvo, porque assumi o compromisso (desde que a mãe deles partiu para a eternidade) de não deixar “a peteca cair”. Infelizmente, a atividade que encontrei para preencher o meu tempo não é nada rentável e a aposentadoria, que era para nos dar uma velhice tranqüila, se desvaloriza ano após ano! Ela, a atividade literária, pelo menos, preenche o tempo e me trás alegrias, como a criação do blog http://www.paineldogurgel.blogspot.com/ pelo meu filho Rodrigo. Quer dizer, aquilo que eu fazia a título de “colaboração” para os jornais da cidade, agora faço com uma amplitude bem maior através da Internet, tendo ainda a oportunidade de criar seções como “Meus poetas, Meus amigos”, onde eu publico trabalhos de poetas que me são caros. Em breve incrementarei mais o blog introduzindo uma seção de fotos, entre outras novidades. Por outro lado, o tempo que gasto como essa obrigação, aliado às minhas atividades na Academia Pedralva e no Café Literário, me deixa quase sem nenhuma margem... Sem falar da casa (uma bagunça eterna!) e da comida que faço, de vez em quando para variar o self-service. Bom... é a vida, não é mesmo?
Falando do amigo: em primeiro lugar, conhecendo o seu drama familiar, por já ter vivido problema semelhante, quero trazer a minha solidariedade e a confiança em Deus, que é quem nos sustenta nesses casos. Coragem, amigo! Afinal, estamos todos aqui de passagem...
Voltando às suas remessas de trabalhos, sem achar que sou a pessoa indicada para a tarefa, devo dizer que gostei muito das suas memórias, principalmente quando retratam personagens de Mossoró, que também são muito meus, uma vez que lá vivemos em época semelhante. João Fernandes, Padre Mota e tantos outros que você descreve com precisão e riquezas de detalhes, me deixaram fascinado. Parabéns! Acho que você poderia criar um trabalho agrupando os seus personagens mossoroenses, ambientando-os dentro daquele cenário luminoso e quente que é próprio da cidade.
Peço desculpas mais uma vez pela demora e rogo a Deus pela saúde da sua mulher. Na expectativa de novos contatos, agora mais fáceis, graças à Informática, envio o meu abraço fraterno.

Saúde, sucesso e felicidade, deseja o amigo

José Gurgel dos Santos