A ACIC (Associação Comercial e Industrial de Campos, na comemoração dos seus 120 anos de existência, promoveu uma bonita festa no seu auditório, no 16º. andar do edifício Ninho das Águias, centro da cidade, com entrega de comendas e show com artistas locais.
Em razão dos últimos acontecimentos políticos envolvendo a prefeita e a justiça eleitoral, o Café Literário que aconteceria no CCAG (Centro Cultural Antony Garotinho) na última quinta-feira não foi realizado. deixando o nosso grupo, sempre ávido de diversão e cultura, buscando outras opções...
Diante do fechamento do CCAG nessa noite, restou àqueles que se encaminhavam para o Café Literário, dirigir-se ao imponente prédio da ACIC, no edifício Ninho das Águias, para assistir a um espetáculo comandado pelo ator Toninho Ferreira. E, quem lá esteve não se decepcionou. Às 21 horas, o som do local entra com a possante voz de Vicente Celestino interpretando a sua criação maior, “O Ébrio”. Logo em seguida, é a vez de Toninho Ferreira entrar em cena para interpretar o texto que, no disco, antecede à música. Confesso que me emocionei ao ver Toninho interpretando magistralmente as palavras com que Vicente Celestino preparava o público para a sua inesquecível criação. Simplesmente fantástico! Fez-me lembrar os antigos espetáculos que o Cine Pax, de Mossoró, promovia de vez em quando, com os monstros sagrados da nossa música ou do nosso teatro. De cara limpa, sem os andrajos que o grande tenor vestia para caracterizar o personagem, o ator conseguiu empolgar a platéia. Muitos dos que assistiam ao espetáculo, certamente, nunca ouviram falar em Vicente Celestino, nem das desventuras sofridas pelo personagem criado pelo grande tenor brasileiro, que empolgava multidões onde se apresentava, chegando a se apresentar nos maiores teatros, e ser adorado pelas classes mais influentes. Vem a sua decadência, motivada por traições e por mortes na família. É quando ele se entrega à bebida, acabando por levar vaias no picadeiro de circos miseráveis. Durante a interpretação, notei senhoras mais idosas levando o lencinho aos olhos, enxugando as lágrimas diante da magistral interpretação desse notável ator campista.
Se o espetáculo preparado pela ACIC para festejar a data, compreendesse apenas esse texto vivido pelo Toninho Ferreira, eu já estaria satisfeito. No entanto ainda havia outras boas surpresas, como a marcante interpretação de Adriana Medeiros para o seu poema “Amante” (ou seria “A Poesia”?), vencedor de um dos últimos concursos de poesia falada da FCJOL. Maria Fernanda, muito afinada desfilando pérolas da MPB, e Daniele Nunes em gostosos números musicais e belas declamações. Parabéns para a ACIC e sucesso para os autores do espetáculo.