"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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terça-feira, 26 de maio de 2015

UNIVERSITÁRIOS OU CHAPOLIN COLORADO?

        Entre os muitos casos da violência que a cada dia cresce no Brasil (nascida nas grandes cidades, principalmente, em razão do tráfico de drogas), um não sai da minha mente: é o caso do jovem estudante que, ao retornar à noite, acabou sendo morto na porta da sua casa, mesmo depois de ter entregue o celular aos bandidos. Sei que, atualmente, muitas famílias brasileiras vivem dramas semelhantes, perdendo familiares de forma estúpida, sem que medidas de segurança eficazes em favor da população sejam tomadas. E, por que eu – como pai que sou – me choquei tanto com aquela cena? Porque além da dor da saudade que daqui para frente os seus pais terão de conviver, também fica a enorme frustração pelo sonho interrompido, num país onde a realização dos ideais juvenis torna-se cada vez mais difícil.
         No meu entender, a violência é hoje o problema mais sério do país porque está diretamente ligada à vida do ser humano. Não que a roubalheira na Petrobrás; o caos na saúde pública, com hospitais superlotados e pacientes morrendo por falta de atendimento; a tão decantada Educação, onde pouco se vê do muito que é proclamado; o incalculável prejuízo decorrente das obras faraônicas inacabadas; a política do “toma lá, dá cá!” exercida hoje sem o menor escrúpulo por pessoas em quem  votamos para nos representar; é lamentável! A banalização desse tipo de atentado à vida, em razão da violência que tomou conta da nossa sociedade, é acontecimento assustador, jamais visto no país.
         Não é mais somente no Rio ou em São Paulo onde ocorrem tais violências. Tenho notícias de parentes sendo assaltados em suas casas por pivetes armados com facas, no Rio Grande do Norte, e, em Campos, onde moro, tenho vizinho que já teve sua casa invadida através de uma janela do primeiro andar. Aquela velha história da “tranquilidade de dormir com porta ou janela aberta”, nem pensar mais, em qualquer lugar do país! Como se não bastasse o cidadão ter se tornado prisioneiro da sua própria casa, agora, ninguém está mais seguro na rua, a qualquer hora. Tamanha violência, de que eu tenho notícias, só no tempo do cangaço, onde Lampião e seus cangaceiros promoviam barbaridades por onde passavam e não eram bem atendidos nos seus intentos. A diferença é que a violência do famoso bando se restringia ao Nordeste e há quase um século atrás... Hoje, a falta de respeito ao próximo e a violência, infelizmente, tomaram conta do país. E, a impressão que dá é que há um certo descaso com relação à sua prática. São muitos os casos em que a polícia prende o jovem e logo chega a justiça para colocá-lo na rua. Também, já vi bancas de camelôs exibindo – ao alcance de qualquer um! – belas e sofisticadas facas, bem convidativas à essa onda de violência... Sem falar das armas de fogo mais modernas que possamos imaginar, que entram facilmente pelas nossas fronteiras...
         Agora, só nos resta perguntar: quem poderá nos ajudar? Os universitários? Chapolin Colorado?...