Triste, muito triste, a notícia do fechamento do jornal Monitor Campista, de Campos. Não só pelo fato de ser mais uma empresa que deixa dezenas e dezenas de pais de família desempregados numa cidade onde as oportunidades são cada vez mais difíceis, mas, por sentir que o terceiro jornal mais antigo do país, em atividade, ao fechar as suas portas, encerra o ciclo de um jornal que foi testemunha da história campista, atuando sempre com correção e categoria.
O bacana do Monitor começa nas letras do seu título em estilo gótico; passa por colunas como “Campos há 50, 100 e 150 anos”; por matérias isentas de partidarismo político; por um colunismo aberto à criatividade, sem nunca fazer do noticiário policial uma atração. Por tudo isso que o Monitor Campista é tão apreciado pela família campista.
Ao ver as tristes imagens da manifestação de solidariedade em frente à sua sede, com Patrícia, Carla e tantos funcionários em lágrimas, senti um misto de tristeza e de revolta por sentir que a nossa cultura sai ainda mais enfraquecida desse fechamento.
Em momentos assim, eu fico ainda mais melancólico porque inevitavelmente vem à minha mente o “crime” que foi a demolição do Teatro Trianon – símbolo de uma época áurea da cidade! – com toda a sua pompa, e o descaso que acontece com tantos prédios históricos em lamentável estado de conservação que, a persistir a mesma mentalidade, não sobreviverão para mostrar às futuras gerações, o que um dia foi a cidade de Campos...
Infelizmente, parece que preservação da cultura nunca foi o forte da cidade... A mentalidade aqui parece ser outra: “Deu lucro?... derruba! Vende! Que importa o valor histórico de um belo solar, que abrigou figuras históricas, se em seu lugar é possível construir um rentável empreendimento? Às favas com a cultura e a história da cidade!..”
O meu protesto é de um cronista que em 1999 foi colaborador do Monitor. É uma pena que o velho Monitor, por onde passou a nata do jornalismo campista em várias épocas, venha a fechar as portas! Torço por uma possível saída que ainda possa mudar esse quadro sombrio. E, daqui mando o meu abraço de solidariedade ao Jairo e aos demais funcionários do Monitor Campista.