"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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domingo, 1 de dezembro de 2013

A LONGA PENA (SEM CULPA) DOS APOSENTADOS

O sadismo é uma coisa impressionante inerente a este governo. O povo sofre com o péssimo atendimento médico; as crianças sofrem com as escolas em péssimas condições e com a falta de professores. O tráfico toma conta da sociedade. E, pouco ou nada é feito; quando muito, medidas contrárias ao bom senso, à ética e a forma de governar, conforme as contratações de médicos estrangeiros, quando o certo seria dar condições adequadas a profissionais brasileiros, além da implantação de escolas de Medicina em locais mais distantes. Mas, não... acabam não exigindo o necessário dos médicos importados: o domínio da língua, e o mais grave o exame “revalida” já que vão trabalhar com seres humanos. “Dá só um tempinho que o povo cansa de reclamar, a mídia para de comentar e tudo volta ao normal” parece ser o seu lema.
    Agora, vem mais um “grande benefício”: o empréstimo para os compradores de imóveis, encherem suas casas com móveis e eletrodomésticos. Como vão pagar esses empréstimos, é o que menos interessa ao governo. Pois, para isso eles dispõem de polícia para retomar os objetos, e para desocupar as casas, se necessário. Não sei como essa gente vai pagar esse “santo” benefício. Mas, sei muito bem quanto o “generoso” empréstimo consignado, que ele criou para captar da pouca renda dos aposentados, funciona: depois de comprometer 30 por cento de uma já defasada aposentadoria, em intermináááááaveis, (igual ao benefício que uma famosa lâmina de barbear) prestações mensais. Ou seja, cada mais aperta a corda no pescoço do infeliz idoso.
    É engraçado como políticos, membros do judiciário, e do executivo tem o direito de reajustar seus vencimentos, e ainda os levam para a aposentadoria, intocáveis! Muitos, além dos reajustes da ativa, ainda vão receber promoções mesmo na reserva. Enquanto eles, os que mandam, cínicos e sádicos, riem na cara daqueles que nada podem fazer...
    Alegando que se pagar o justo aumento aos aposentados, a Previdência quebra, viram-lhes as costas. E, ficam com a faca e o queijo nas mãos, pois, os velhinhos e as velhinhas não tem forças para gritar em manifestações, para dar prejuízo aos comerciantes, bancos, ou ao governo, nem para envergonhar a polícia, tantas vezes acuada ou ferida por manifestantes que, em muitos casos, parece mesmo apoiados pelo governo, para silenciar aqueles que trazem para as ruas as suas justas e honestas reclamações.
    Janeiro vem aí. Será que dessa vez o governo vai olhar para os aposentados com olhos mais humanos, pois, dinheiro para tanta coisa menos importante, ele tem; ou vai penalizar mais uma vez os aposentados – que trabalhou duro e honestamente – como criminosos, passiveis de pena até o fim da vida. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

FILHO NÃO É UMA COISA QUALQUER

Ultimamente, tenho me chocado muito com a maneira como as nossas crianças tem sido tratadas. O caso mais recente – do menino Joaquim – causou estarrecimento, apesar de fatos dessa natureza já estarem se tornando rotina nos programas policiais das nossas televisões. Cada dia que passa nos deparamos com mais acontecimentos cruéis semelhantes.
Não sou filósofo, religioso, educador, nem alguém “mestre” ou “doutor” no tema. Mas, acredito que alguma coisa deveria ser repensada para que erros familiares traduzidos em ciumadas, frustrações, irresponsabilidades, desvios psicológicos, vicio em drogas, erotismos exagerados – falta de Deus, principalmente! – não continuasse a produzir notícias tão profundamente tristes quanto a desse garoto...   
Gente, filho diante da magnitude da sua concepção, é coisa para ser pensada quando a união do casal já estiver solidificada e não restem dúvidas quanto à escolha, e não de qualquer maneira, num alegre “ficar” de um mega show qualquer, regado a “sei lá o que”... Semelhante à criação do Deus, a concepção nos torna coparticipe da Sua obra ao gerarmos um ser a nós semelhante. Daí, o respeito com que o fato deve ser tratado. Planejado com amor, o novo ser deve ter a atenção e o carinho do casal sempre: do berço ao Jardim de Infância; das travessuras de criança à responsabilidade de jovem; das primeiras letras ao curso técnico ou à universidade que lhe abra o caminho da vida profissão, é essa a missão dos pais. FILHO não é uma coisa qualquer, que possa ser descartada, jogada no lixo, ou eliminada por qualquer problema inerente à criança ou, muito mais grave ainda: problemas inerentes aos seus pais.
No momento em que já se vislumbram as festas natalinas, quando os nossos corações se regozijam com a chegada do menino Jesus, elevemos a Deus as nossas preces! Que o inocente Joaquim (tão brutalmente sacrificado!) tenha a recepção que merece nos céus. E que a nossa pátria pare de produzir tanta coisa ruim como passou a fazê-lo ultimamente.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DAS DUAS, UMA


Ou o governo está apoiando o vandalismo (faria parte do seu projeto de governo “eterno”) ou não tem pulso para acabar com o mesmo. Senão, vejamos. Desde o movimento iniciado em junho quando, após as fantásticas passeatas dos internautas, os Black block promoveram as primeiras destruições no Rio de Janeiro, todo mundo sabia que aquilo não era legal. No entanto, os baderneiros desde o início das manifestações tem sido tratado com um cuidado que é quase um respeito, como se as autoridades estivessem tratando com irmãs de caridade ou crianças de jardim de infância: “pisando em ovos”. A impressão que temos é que apesar de toda insegurança que estamos vivemos, de todo prejuízo ao país, de todo o transtorno por que passa a população... Depois de tudo, mesmo sem a devida proteção ao cidadão e ao bem público, o governo sai mais prestigiado. Sinceramente, o cidadão honesto que paga seus impostos não consegue entender...
Estarrecido, o povo assiste diariamente, há mais de quatro meses, a um desfile de escaramuças, de vandalismo, de praça de guerra, de bem publico depredado, de bens particulares incendiados, milhões e milhões em prejuízo, população de periferia refém das balas perdidas e, consequentemente, o povo se revoltando com o que está ocorrendo em todo o país, principalmente, no triangulo Rio, São Paulo, Belo Horizonte, onde já está impraticável andar de ônibus ou de trem. Dá para o cidadão viver assim? Claro que não! Quantas notícias de “saidinhas de banco” envolvendo aposentados (que já faz um tremendo malabarismo para ver chegar ao dia do próximo pagamento). E, as mulheres, que já procuram cursos de defesa pessoal para proteger seus celulares, suas bolsas, sua honra, sua vida... parece tudo entregue aos vândalos.
A vida deixou de ser julgada por uma Justiça questionável para ser julgada por tribunais do crime; ou, defendida, muitas vezes com riscos, quando o cidadão decide pelo enfrentamento para proteger os seus bens e a sua família. É duro constatarmos a realidade que estamos vivendo. E, um partido que prometia o paraíso terrestre (em forma de “bolsas”, inclusive para presidiários, e de Copa do Mundo onde, devido ao alto custo, poucos poderão ter acesso...), tenta se perpetuar no poder fazendo as mais esdrúxulas jogadas como acordos com antigos adversários comprovadamente corruptos; tratando as grandes empresas nacionais como fontes de renda para seus projetos; para agradar a Cuba, trás de lá “batalhões” de médicos, quando poderia aproveitar os nossos, desde que lhes dessem condições mínimas de trabalho no interior.
A insatisfação é grande. Inúmeras são as classes que reivindicam melhorias para suas dificuldades financeiras, para o deleite dos Black bloc, que veem mais chances para a sua livre atuação destruidora. Parece estar tudo errado. Enquanto isso, a presidente tentando “tapar o sol com a peneira”, sorridente e se multiplicando nos meios de comunicação, procura justificativas para dizer que nunca houve um governo igual a esse. Pensando bem, é verdade: nunca houve nada igual ao que estamos obrigados a assistir!

sábado, 19 de outubro de 2013

A QUE PONTO CHEGAMOS...



Tornou-se banal, corriqueiro, nós brasileiros convivermos com o crime. Ele está ao nosso lado vinte e quatro horas por dia. E, o que é pior: comandado, em grande parte, por aqueles que nós nos  acostumamos chamar de “futuro da Nação”. Como é que pode o Brasil chegar a uma situação dessas? Se ainda havia alguma dúvida a respeito do problema relacionado à violência no seio da nossa juventude, o episódio exibido nos jornais televisivos desta semana vem esclarecer: um adolescente, na garupa de uma moto, tenta roubar outra moto, ameaçando seu ocupante com um revolver. Para sorte do dono do moderno veículo, um policial militar ativo e consciente do seu dever, passava na ocasião e evitou que o crime se consumasse, baleando o menor criminoso e recuperando a moto para o seu dono.
A cena que a televisão exibiu chocou a sociedade brasileira. Não foi apenas o dono daquela moto que se viu ameaçado. Quem ali estava sob a mira de uma arma, era a própria sociedade refém, em grande parte, de uma juventude entregue às drogas e ao crime, quando deveria estar em boas escolas, com professores bem pagos, estudando em turnos integrais para amanhã ou depois estar no mercado de trabalho como um profissional competente e de responsabilidade, livre do futuro que espera essa garotada que ora se encontra praticando crimes, como o que vimos...
Não se trata aqui de tecermos elogios gratuitos a quem quer que seja. No entanto, a ideia de Darci Ribeiro e Leonel Brizzola, se fosse levada a sério, certamente teríamos hoje no país outro quadro educacional: com menos jovens delinquindo e mais estudantes em cursos modernos. E, não são apenas eles que merecem citações. Cristóvão Buarque, por exemplo, tem debatido constantemente o assunto na tribuna; e Paulo Freire, um idealista, que não viu o seu sonho de erradicar o analfabetismo no país se tornar realidade. Afinal, para tudo dependemos da política, coisa que aqui não é levada a sério. A meta dos que entram para a Política neste País, na grande maioria, é “encher os seus bolsos”, da sua família e de seus amigos e correligionários. O resto... bem, o resto nós, que agimos com seriedade, pagando os nossos impostos e, acima de tudo, amamos o nosso maltratado Brasil, somos obrigados a assistir diariamente pela televisão...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

NORMA BENGELL



O cinema sempre me fascinou. Na minha infância havia apenas um cinema na cidade e nos divertíamos com os filmes de cowboys do tipo Roy Rogers, que passavam colados ao seriado. O seriado que mais me impressionou em criança foi o de Flash Gordon. Mais tarde, vieram as famosas chanchadas da Atlântida, onde se destacavam: Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Eliana, Fada Santoro, Dercy Gonçalves, Violeta Ferraz, Zezé Macedo, Zé Trindade e tantos outros...
A essa altura, na adolescência, eu já frequentava as sessões noturnas. E, como era divertido! Havia um frequentador na cidade que era uma alegria extra, em virtude de sua gargalhada espalhafatosa que contagiava toda a plateia. Oscarito não podia “atropelar” Grande Otelo numa fuga, na história, sem que ele não disparasse a sua estridente gargalhada. E, o público vinha junto.
Foi numa dessas chanchadas da Atlântida, cujo tema era espionagem e tratava do satélite russo “Sputinik” que teria caído no interior do Brasil, que eu a contemplei pela primeira vez no cinema. No filme, algumas nações se interessavam pelo objeto e providenciavam agentes para obtê-lo. Engraçado é que um dos agentes americanos era Jô Soares, no início da sua carreira. Mas, sem dúvida, a grande estrela de “O homem do Sputinik”, era ela: NORMA BENGELL. Parodiando Brigitte Bardot, na época o grande apelo sexual do cinema, a nossa Norma ficava dengosa e fazia inúmeros trejeitos para cima do Oscarito, dono da casa onde caíra o tal objeto, tentando conseguir pistas que levasse os espiões franceses ao tal Sputinik. Foi uma participação curta, mas marcante, desta grande atriz brasileira falecida recentemente. 
Depois, ela fez dois grandes filmes: “Noites Vazias” e “Os Cafajestes”. No primeiro, foi protagonista, com outra grande estrela do nosso cinema, Odete Lara, de cenas quentes entre duas mulheres; já no segundo, ela era vítima de uma curra (ou estupro!) pelos “cafajestes” Daniel Filho e Jece Valadão, no filme de Ruy Guerra. Além disso, deslumbrou o país ao apresentar a famosa cena de sexo frontal feminino explicito (Hoje, o “Amor e Sexo” da TV, já exibe ambos os sexos frontais e explícitos...). Nos dois filmes, a despeito do apelo sexual, a artista demonstrou talento tão grande que passou a ser escolhida pelos melhores diretores brasileiros, entre eles Anselmo Duarte, que consagrou, com “O Pagador de Promessa” o nosso cinema, com a obtenção da “Palma de Ouro” do festival de Cannes, o que levou a nossa Norma ao estrelato internacional.
A partir daí, ela participou de uma série de películas italianas e francesas, tornando-se – excetuando atuações em Hollywood – a grande estrela brasileira do Cinema Mundial.
Depois, eu vim embora para o Rio. Depois, a televisão tomou o lugar do cinema, que foi vendido a supermercados e igrejas evangélicas, e Norma Bengell, nossa grande estrela, ficou um tempo esquecida. Até que alguém inventou que, ao contrário da sua marcante sensualidade feminina, ela poderia ser um grande trunfo no papel de “sapatão”, no seriado de TV,  “Toma lá, dá cá”. Não sei se por dinheiro ou se por estar sempre pronta a qualquer desafio, ela (atuante até nos movimentos contra a Ditadura!) que ultimamente reclamava da falta dos amigos que sumiram, topou. Topou e, apesar da doença que a vitimou, ainda foi fazer sucesso na televisão com um personagem que não tinha nada a ver com a sua trajetória de deusa do Cinema Brasileiro.

domingo, 29 de setembro de 2013

RENDENDO HOMENAGENS A WALDIR CARVALHO

Para lembrar seu pai, o grande escritor Waldir Carvalho, a poetisa Walnize Carvalho criou o blog historiandowaldir.blogspot.com.
Ao lê-lo e ao recordar tocantes encontros que tive com o escritor nos seus últimos anos de vida, entrei com contato com a minha amiga Walnize, parabenizando-a:

Walnize,

Depois de anos de convívio com a Internet, raras vezes tive a oportunidade de me empolgar com o advento de uma página tão marcante como a que você acaba de criar para homenagear o seu pai, WALDIR CARVALHO. Numa terra, onde a regra é, quase sempre, se empolgar com o fácil, o fútil, numa lastimável troca de favores, e a exceção fica por conta do saber, da seriedade, da honestidade, toda homenagem a esse fantástico escritor torna-se bem vinda! O Dr. Waldir, todos sabemos, foi um homem íntegro, que lutou desde cedo para ganhar o seu pão e, aproveitando o talento para as letras, utilizou-as desde cedo para homenagear a sua querida Campos, especialmente a sua Baixada, através de contos, crônicas, trovas, teatro e da história da cidade. O pai dedicado, o cidadão responsável, foi fazer faculdade já em idade já avançada, como mais uma opção profissional.
Não vou falar da sua obra literária porque isto, o blog criado pela escritora Walnize Carvalho promete fazê-lo muito bem, inclusive com detalhes inerentes à sua vida de escritor. Prefiro, numa época de tantos desenganos que estamos vivendo, elogiar as suas qualidades humanas, desejando sucesso a você Walnize, na nobre empreitada a que se propõe: manter viva a memória de um talentoso escritor, de um grande cidadão!

PARABÉNS!

domingo, 8 de setembro de 2013

OUTRAS IMPORTAÇÕES

 Todos nós sabemos que o brasileiro gosta de ter boa vida. Isso, aliado a falta de estrutura do setor nos lugares mais distantes deste país, levou profissionais da área médica a rejeitar as propostas do governo para atuarem no interior. Aí, para limpar a barra, suja desde a copa das confederações, quando veio à tona a diferença entre o luxo dos novos estádios de futebol e os arremedos de hospitais e postos médicos caindo os pedaços no interior do país, sem a mínima estrutura para atender pacientes, os “cérebros” do governo acharam que o problema estaria solucionado com a importação de médicos, a maior parte, de Cuba. Quem assiste pela TV as necessidades do setor nas áreas mais carentes, constata que a solução não está apenas em suprir a falta de médicos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Acredito que, instalações adequadas, equipamentos modernos, remédios, além de uma boa dose de dedicação e de humildade por parte dos profissionais (coisas implícitas nos juramentos dos formandos), bastariam para que inexistisse, ou fosse bem menor o problema com os médicos brasileiros que, atualmente, resistem a essa convocação. Os nossos formandos que, em geral, optam por atuar nas grandes cidades, muitas vezes desistem do sonho do curso, por outra atividade: dão aulas, assumem a direção de negócios da família, evitando assim se arriscar à vergonhosa ciranda dos que acumulam 3, 4, às vezes até mais empregos, em busca da boa vida... pois, não é fácil atender a tantos compromissos esquecendo,  agindo sem escrúpulos, muitas vezes entrando em jogadas, esquemas sujos  (coisa tão banal no país, nos dias atuais!),  avessos ao sofrimento daqueles que buscam socorro médico e tantas vezes morrem pelo não atendimento...
         Há os que culpam a falta de seriedade dos brasileiros aos degredados portugueses que, na época dos descobrimentos, eram enviados à Colonia para cumprimento de pena. Mas, será que passados todos esses séculos, não houve nenhuma depuração nessas índoles? Brasília, por exemplo, tornou-se um modelo de pouca vergonha. No entanto, seria injusto não assinalar que nos canais TV Câmara, TV Senado e TV Justiça, a gente descobre que no meio do flagelo da corrupção do péssimo exemplo dado por homens públicos, há sempre bons elementos dispostos a lutar pela Pátria. Alguns políticos tradicionais que se juntam outros, jovens e inflamados, no judiciário há quem queira trabalhar com lisura, dando exemplos de seriedade, igualando todos no cumprimento da Lei. 
         Infelizmente, nós temos o hábito de copiar de outras nações apenas o fácil, o fútil, o que não dá trabalho e rende bom dinheiro. No entanto, há tanta  coisa importante que poderíamos “importar” de outros povos, e que contribuiria para transformar o Brasil, numa moderna Nação. A política séria! Por exemplo, o socialismo da Suécia, onde os político não são tratados com as regalias com que são tratados os brasileiros; o bipartidarismo de tantas grandes nações; o sistema penitenciário e as leis dos Estados Unidos cumpridas rigorosamente; a seriedade, do Japão ou da Suíça no trato com a coisa pública, praticado em países de mínimas áreas geográficas. Até mesmo leis rigorosas de alguns países árabes já davam para ser “importadas”, para combater a bagunça da nossa lei onde só é beneficiado quem possui dinheiro...
         Raras nações do mundo podem competir em tamanho e riquezas minerais ou agrícolas que a mãe Natureza e os portugueses nos contemplaram. Riquezas em profusão, espaços que poderia acomodar famílias com dignidade, sem precisar ferir as poucas matas que restam nos grandes centros. Com honestidade, planejamento, sem “toma lá, dá cá”, nem “é dando que se recebe”, nem tantas mazelas que atacam como vírus feroz os homens públicos do Brasil, poderíamos resolver os nossos problemas utilizando nossos próprios cidadãos além de transformarmos enfim este país numa grande Nação.

sábado, 20 de julho de 2013

O ESCRITOR



Mais uma vez, aqui estou eu selecionado na categoria de escritor campista, na homenagem que o CCAG presta à classe, na noite de 19 de julho. Mas, seria Escritor um cronista que de vez em quando acorda fazendo poesia? Ou tem, ainda, engavetados textos de teatro? Ou escreveu livros e organizou a antologia da Academia Pedralva, de onde é acadêmico? Não sei... Mas, como adquiri este hábito de passar sentimentos para o papel, seja em que formato for, e, já com 6 livros escritos e 2 em preparação, o que na realidade eu sinto é uma grande satisfação em poder expressar esta dádiva que Deus me deu,
Porém, não custa nada questionar:
Se você, quando pequenino, ouviu da sua mãe histórias que costumavam levá-lo ao sono mas que, aos poucos, a sua mente infantil transformava em sonhos....
Se, mais tarde, na alfabetização, você conheceu a magia da leitura e, com ela, a curiosidade pelos primeiros textos que, apesar de singelos, mexeram com o seu inconsciente...
Se, com a adolescência, o seu coração bateu mais forte por uma vizinha, uma colega de escola, ou mesmo uma amiga da sua irmã que um dia esteve em sua casa, e você não conseguia tirar aquela imagem da sua cabeça...
Se, depois, no colégio o professor de português lhe pedia para falar sobre determinado tema e a sua dissertação acabava elogiada pelas construções que você costumava empregar no texto...
Se, um livro que marcou, um poema que tocou fundo o seu coração, uma peça teatral que lhe arrebatou, um artigo jornalístico que você por empolgação, leu e releu tantas vezes, mexendo com seus sentimentos de cidadão...
Se, na morte do seu pai, da sua mãe, no seu casamento, ou no nascimento dos seus filhos, meditando sobre o inevitável CICLO DA VIDA, você escreveu textos e poemas tocantes que causaram admiração dos que leram...
Se, nas suas noites de angústias, na sua solidão, quando você tantas vezes recorreu a DEUS, e rezou uma prece que um dia ouviu ou leu e que nos seus momentos de sufoco a ela recorreu, como remédio, um bálsamo para a alma...
Se, você já passou, ou passa por tudo isso, meu caro, acredite: são momentos como esses que fazem de alguém um poeta, um cronista, um escritor. E, é esse ESCRITOR que, ao transpor para o papel o seu sentimento, vai construindo as suas criações, que manipula, dá vida e sentimento, transferindo-lhes sempre um pouco daquilo que já viveu...
Via de regra, cada autor tem a sua característica, a sua  marca, ou seja: a maneira como escreve o seu texto. Com sutileza, graça, malícia, erotismo, amor, retórica, crença no que está dizendo, e tudo o mais que, com o seu estilo peculiar, vai torná-lo conhecido como ESCRITOR.

terça-feira, 9 de julho de 2013

O MEU MINISTÉRIO

Não é preciso, apenas, apontar erros. Necessário se faz também apresentar sugestões. Por isso, descrevo aqui como queria o meu ministério, já que o atual se apresenta como um dos pontos causadores da crise governamental. Aliás, tudo no governo soa falso, parece brincadeira. As chefes dos ministérios reunidas, com o devido respeito, parecem mais festa de debutantes de antigamente, clube da Luluzinha ou deslumbradas que muito tagarelam, mas pouco sabem das suas atribuições.
Bom... mas deixa eu falar do “meu ministério” que, não precisaria de mais que 15 pastas, certamente.  É claro que Educação, Saúde, Transportes e Segurança, não poderiam faltar. Estes itens, que desde muito tempo são temas de discursos inflamados de políticos, com promessas que muitas vezes chegam a convencer os mais incautos, mas que, regra geral, são esquecidas tão logo o candidato assume o seu mandato.
Tempos atrás, eu achei que haviam descoberto o “x” da questão, a solução dos nossos problemas, quando criaram o Ministério do Planejamento. Eu assim pensava: “não necessitamos de mais nada, pois já temos um lugar onde pessoas sensatas e de caráter possam buscar a solução dos problemas brasileiros”. Enganei-me. Vocês já imaginaram como estaríamos agora (nós, povo amante do futebol!) se, após a euforia da escolha da Copa no Brasil, os planejadores brasileiros entrassem em ação vendo os prós e os contras, levando em conta nossos problemas básicos e as disponibilidades financeiras do país para a construção de monumentos faraônicos?
- Ah, mas aí a competência não é do Ministério do Planejamento. É do Ministério dos Esportes...
- E, por quê existe o Ministério dos Esportes?! Para agradar Pelé, Havelange, Plater, Ronaldinho??? Esse ministério, juntamente com o da Cultura, poderiam ser partes do MISTÉRIO DA EDUCAÇÃO!...
Continuando. Uma coisa, certamente, eu desdobraria. O atual Ministério da Defesa. (E, olha que em 1968 eu fui para as ruas contra os militares). Penso que, como está, Exército, Marinha e Aeronáutica não correspondem às suas finalidades básicas. Com status de ministério, nossas forças armadas seriam muito mais eficientes no combate ao problema crucial do tráfico de drogas, na vigilância das nossas fronteiras e na defesa da Pátria, quando necessário.
O Ministério das Cidades e outros, que a gente fica imaginando para que servem – além de beneficiar partidários, parentes e amigos dos companheiros! – seriam extintos, ajudando o governo a solucionar problemas mais prementes como o reajuste dos benefícios dos aposentados que com o achatamento das suas aposentadorias e pensões ano após ano, mal sobra dinheiro para os seus remédios vitais. É uma situação lamentável a que vive os idosos no Brasil, já que estão sempre precisando de um serviço médico, e, com o que contamos, como é que fica?
De uma coisa eu garanto que não abriria mão: da criação do ministério da SERIEDADE e da COMPETÊNCIA. Talvez alguns questionassem, porque, normalmente, há sempre uma fila de “afilhados” aguardando a sua “boquinha”, para “mamar nas tetas do governo”, mesmo que, nem sempre, tenha afinidade com o cargo que venha ocupar. Por outro lado, quem conhece a desorganização dos nossos empreendimentos públicos, já está cansado dos seus desmandos. São financiamento milionário para filme inacabado; rodovias que não são concluídas; pontes que se tornaram monumentos à falta de seriedade com o dinheiro público; porto largado no meio do caminho com milhões enterrados; e, transposição de um rio que, “no andar da carruagem”, empacou e jamais solucionará o problema da seca no Nordeste. Tudo gerando prejuízos incalculáveis para os cofres públicos. Mesmo assim, depois de tantos fracassos e prejuízos, chegamos à constatação que, certos da Impunidade, muitos continuam brincando com o dinheiro público – o nosso precioso dinheiro público para o qual eu e você contribuímos – que tanta falta faz na Educação e na Segurança, por exemplo.
Mas, pensarão alguns: “o que significam esses detalhes para um país tão rico e abençoado por Deus (como o nosso!) onde o governo faz tudo para que ao povo nunca faltem o “pão e o circo”, hoje representados por bolsa “isso”, bolsa “aquilo” e por construções monumentais, onde ao pobre, ironicamente, não é dado o direito de assistir a sua diversão predileta, em razão do elevado preço dos ingressos... Como diria o Boris, “isto é uma vergonha!”
Até o surgimento das atuais manifestações políticas, encabeçadas pelos jovens das redes sociais, sinceramente, eu não acreditava que houvesse mais uma solução para o Brasil, tamanha a bandalheira aqui está implantada e o aparente desinteresse da juventude pelos problemas nacionais. Puro engano, graças ao bom Deus!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O CIDADÃO E A FARSA DO PODER


O governo está brincando... Enquanto o povo na rua protesta, exigindo coisas imediatas e essenciais, existentes em qualquer país, como a boa educação pública (onde o filho da empregada possa estudar ao lado do filho dos patrões); saúde “padrão FIFA”, para acabar de vez com a tragédia dos hospitais públicos, onde pacientes morrem na porta, antes de serem atendidos por falta de vagas ou de equipamentos básicos para o exercício de uma boa medicina; sistema de transportes que dê melhores condições financeiras e de segurança aos motoristas de caminhões, que hoje se encontram nas estradas, reivindicando melhorias; segurança pública, para tranquilizar a família brasileira que a todo dia, vê seus filhos, - que estudam ou que já se formaram - serem executados por criminosos que matam como se estivessem brincando; e menores ou ex-menores, que um dia já foram “aviões” do crime, beneficiados por uma lei ultrapassada, que o governo insiste em ignorar. Governo que, ao invés de atacar com pressa problemas necessários e imediatos que toda a população clama por soluções, e outros tão graves quanto aqueles, como a exagerada corrupção, os desvios do dinheiro público, as cadeias entulhadas de presos como “sardinha em lata” - uma vergonha nacional! A despeito de tudo isso, o governo, travestido de imperador romano, toca sua harpa alucinada e se extasia diante dos colossos por ele criados, a custa de gastos astronômicos, ignorando os clamores do povo.  Depois que os jovens das redes sociais levaram multidões à rua para protestar, dá para se notar a reação dos representantes do povo, em razão da pressa com que deputados e senadores desengavetam projetos guardados por muitos meses e anos e, que, por algum motivo escuso, só agora chegam ao consenso e à resolução...
Enquanto isso, feito o mais snob dos intelectuais que busca sempre utilizar-se de palavras eruditas para mostrar a sua pretensa sabedoria, (modo com que procura iludir pacatos ouvintes ou leitores), o Governo “tira onda” de bom moço e oferece ao povo um PLEBISCITO. Sim, plebiscito, coisa com seria certamente beneficiado, pois teria como certos preciosos meses para urdir novos planos, para engabelar seus clientes fiéis: aqueles que nem querem mais trabalhar, por causa do “bolsa isso”, “bolsa aquilo”  (até porque, na prisão, além dos Direitos Humanos, ele terá a sua ótima “bolsa detenção” garantida!).  Por isso, é permitido aos baderneiros que se infiltrem nas passeatas, fazendo quebradeiras, que nada tem a ver com o movimento. A farsa que querem nos impor, e até agora não conseguiram, seria demonstrar que o movimento surgido na Internet era o responsável pela baderna. Felizmente, deputados e senadores acordaram e estão bradando do alto da tribuna, em favor do povo brasileiro. Alguns velhos patriotas de outros combates. Muitos, de olho nos eleitores, visando as próximas eleições. Outros, com bem menos idade já conhecemos a sua luta como representantes do povo . Isto leva-nos a crer que ainda resta uma luz no fim do túnel, a despeito de eles catequizar-nos como se fossem os salvadores da Pátria. Só se for a “pátria de chuteiras”, como muitos consideram o país, onde qualquer um pode ser tratado como HERÓI, como alguns locutores muito bem pagos, enchem a boca para chamar; muito embora, alguns desses “heróis” na sua vida privada, deixem muito a desejar... HERÓI, é quem dá o seu sangue lutando pela Pátria... Pelo menos, foi esse o conceito que aprendi em no grupo escolar, com TIRADENTES, como símbolo maior!
O ruim de tudo isso é que, como diz o ditado,  “O exemplo vem de cima!” E, pelo país afora, ficamos sabendo que em menor escala, muitos políticos se locupletam dos seus mandatos, e brincam com o dinheiro público como se fosse propriedade sua, da sua família e da de seus amigos, travestidos de bons moços, de pastores e de tudo o mais que possa disfarçar a roubalheira... Mas, eu tenho fé que a luz no final do túnel que chegou com a garotada da Internet, não se apague tão cedo, para o benefício nosso, da Democracia e do BRASIL!

terça-feira, 18 de junho de 2013

A VOZ DO POVO


Seria omissão da minha parte eu não emitir uma opinião sobre o momento em que estamos vivendo. Como “blogueiro” mas, acima de tudo  como cidadão brasileiro, devo dizer que me surpreendi, não com a razão do protesto, mas com a mobilidade dos internautas que se uniram através da rede, e levou o povo à rua. Isso foi algo positivo, mostrando que a Internet não está aí apenas para cultivar futilidades, mas serve também, em determinados momentos, para levar a população a se manifestar.
Sabemos que a Democracia é o governo do povo. Quando o povo fica esquecido, em benefício de minorias, mais cedo ou mais tarde, a revolta eclodirá. Nos anos sessenta, a falta dela no Brasil, fez com que o povo fosse à rua, lutasse, e derrubasse o regime ditatorial. Hoje, a história se repete. Não, com os militares no poder. Mas, sob o comando de gente que lutou pela Democracia.
Alguns itens essenciais a qualquer governo são muito lembrados durante as eleições: Educação, Emprego, Moradia, Saúde, Segurança... No entanto, depois de eleitos, parecem que os políticos entram numa longa crise de amnésia. Esses itens citados são suficientes para mostrar o sofrimento atual do brasileiro. Basta assistirmos aos atuais jornais televisivos.  Acrescentem-se a eles, os benefícios a parentes e amigos dos governantes, a má aplicação de verbas em obras publica, a corrupção... Mas, quando arguidas, as autoridades não aceitam conversa. Para elas, está tudo certo. Está tudo bem. Será?! A fortuna que estão gastando para a tal Copa das Confederações, contrasta com a péssima situação das escolas, dos hospitais, das estradas, acima de tudo, a segurança, não apenas no Rio e em São Paulo, mas no país inteiro. Crimes bárbaros estão diariamente nas manchetes. Em geral, praticados por menores que, beneficiados por leis omissas que parlamentares não demonstram interesse em modificar, se tornaram os juízes das ruas, matando quem acha que deve morrer.
Está difícil. Parece que a alienação é geral e o governo se beneficia disso. Estádios são preparados para que a juventude desafinada moral e pedagogicamente se divirta, embalada pelo tchan ou pelo tchu... o resto que se dane! Por isso mesmo, deve ter causado surpresa a sonora vaia na presidente, ao lado do presidente da FIFA, na abertura do torneio... Mas, o povo não suporta mais tanto descaso. E, as pessoas colhem o que plantam, não é verdade?... Pena que não tenhamos hoje, como tema musical do movimento, o Chico, o Vandré, o Milton (“Apesar de você”,  “Caminhando e cantando”, “Coração de Estudante”, “Pode ser a gota d’água”)... Lula e Dilma iriam se emocionar, lembrando os velhos tempos...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

LEMBRANDO O POETA


O poeta Antonio Roberto Fernandes foi uma pessoa admirável. Nascido na cidade de São Fidélis, município fluminense vizinho de Campos, alfabetizado muito cedo, muito cedo começou a fazer poesia, familiarizado que estava com a leitura dos clássicos da poesia brasileira. As grandes famílias brasileiras de antigamente tinham que ter um médico entre os seus filhos. Na de Antonio Roberto, ele fora o escolhido. Com um pouco de sacrifício de todos, lá estava ele na Faculdade de Medicina de Campos, mexendo com autópsias, operações, aprendendo como tratar fisicamente dos mais diferentes órgãos do corpo humano, inclusive o coração. Mas, o poeta não tinha muita habilidade com a profissão. Para ele era difícil lidar com diagnósticos, estetoscópio, doenças, consultas ou técnicas para cuidar de órgãos humanos, incluindo aí o coração. Sua habilidade com esse órgão vital do ser humano, principalmente o feminino, ele aprendera a tratar desde muito cedo de outra forma. O seu tratamento exigia galanteios, atenções, flores e versos. Isso, o fazia uma pessoa extremamente humana no tratamento dos seus semelhantes. Por essa razão, ele, após conclusão do seu curso, renunciou a Medicina e, passando num concurso para o Banco do Brasil, desenvolveu sua vida profissional, constituiu família e educou seus três filhos.
Antonio Roberto não possuía curso de letras, mas sabia, como ninguém, tudo sobre literatura brasileira. E, o mais importante, partilhava o seu conhecimento com qualquer um que o buscasse para esclarecer uma dúvida ou uma prosear sobre assunto literário. Eu, que em Campos fui seu colega no BB, aos poucos fui conhecendo melhor o poeta. Primeiro, participando dos lançamentos dos seus livros. Depois, participando de um curso de literatura por ele criado no Palácio da Cultura, onde era Diretor da Biblioteca. A partir do ano 2000, ele passou a comandar, no palácio, a sua criação maior, o “Café Literário”, onde, durante oito anos, doou o melhor de si, numa grande festa em que intercalava declamações de poesia com música, folclore, dança, e convidados importantes da literatura brasileira. Em determinado momento das duas horas que durava o café, ele costumava dizer, após a leitura de um vibrante texto poético: “Eu não tenho inveja de nada de nada nesta vida, a não ser de alguém que escreveu um texto como esse!...” Um grande homem e poeta que, entre as inúmeras atrações, apresentadas no seu Café Literário, nos presenteou com uma grande mulher e poetisa: LYSA CASTRO.

Obs: o texto acima faz parte de um livro sobre a poetisa Lisa Castro, em preparação.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O INFERNO É AQUI?

         - Não. Aqui não é o Inferno! Aqui é o Paraíso! Ou você nunca ouviu falar que Deus é brasileiro?
         - Peraí! Está havendo alguma coisa errada... Não é no Inferno que as pessoas ardem no fogo? Não é no inferno que grandes demônios iludem o povo, passando por bons pastores ou administradores, oferecendo, não trabalho, mas vantagens caídas do céu ou esmolas enganadoras? Não é no inferno que drogas são presenteadas a jovens incautos e, depois, os mesmos jovens incautos são tratados como escravos, para pagar-lhes dívida que jamais acabará? E, quando faltam com o compromisso são julgados por tribunais diabólicos e, executados? Isso não é a Pena de Morte?
         - Bom!...
         - Não é no inferno que demônios estupram, traumatizam e matam crianças desde a mais tenra idade? Que mãe acorrenta filho? Que filho tetraplégico é torturado? Que filhos matam pais, avós? Que velhos sofrem humilhações por quem deveria dar-lhes atenção?
         - Bom!...
         - Não é no inferno que o povo fica de castigo, preso nas suas residências, torcendo para que os filhos retornem dos seus trabalhos ou seus estudos? E, quando já formados, viram fogueira na antessala dos seus consultórios, ou são assassinados, no retorno à casa? E passageiras de coletivos são ameaçadas por armas, perdendo seus bens materiais, e, mulheres sofrem estupros em vans ou ônibus, em plena luz do dia?
         - Bom!... Eu continuo achando que aqui é o Paraíso? Temos as melhores mulheres do planeta? Meninas que desde cedo aprendem a rebolar até o chão, são observadas e candidatas a modelos, atrizes, acompanhantes, capas de revistas, atrizes pornôs, etc. Ou seja, são mulheres trabalhadoras que  garantem o futuro desde cedo. Temos o melhor futebol do mundo. Meninos que também rebolam, ou são observados, e logo se candidatam a futuros craques do Barcelona; a usuários de drogas; a aviões; a manchetes como autores de crimes estarrecedores; tudo protegido por Lei que “simpáticos” palhaços, sem dentes ou com possantes “tridentes”, insistem em não modificar! Não é interessante toda essa tecnologia, esse humanismo, esse cuidado em prol de uma juventude “sarada” e com belo futuro pela frente?
         - E, as crianças órfãs, as mães que pranteiam os filhos, os pais que lamentam a carreira dos filhos abruptamente interrompida, as mulheres estupradas, os prejuízos materiais de entusiasmados investidores, os aposentados privados dos parcos recursos para remédios... para o mês?
         - Deixa de bobagens, moço! Você tá muito em casa, vendo novela! Vai dizer que acredita nessas notícias! Saia mais! Aproveite o Paraíso! Ele é aqui!...

terça-feira, 16 de abril de 2013

GAROTOS DO CRIME


Com a violência tomando proporções inconcebíveis, a gente fica a pensar onde vai parar tudo isso? Parece até que se tornou romântico o fato de ser bandido, de contrabandear armas, drogas, de vivenciar o crime. Sob esse aspecto, estar no crime antes de completar 18 anos é fascinante! A ponto de um rapaz, faltando apenas 2 dias para a data limite da sua maioridade, deixar a sua marca, com direito a filmagem e exibição em todos jornais televisivos do país: o assassinato de outro jovem, que já lhe havia entregue o bem exigido, o celular. Mas, não! O barato mesmo era a sua atitude delituosa ficar registrada em câmeras, passar na televisão, ficar conhecido no pais inteiro. Um barato! Uma doideira! Dizer mais, o quê?
Atualmente um cara de menor envolvido no crime, numa situação como essa acima, é como um noivo que parte para o casamento, e providencia uma grande comemoração. Mas, diferentemente, do noivo que, alegremente comunica e convoca os amigos para a festa do seu enlace, a festa desse adolescente tinha data marcada e teria que ser feita a seu modo, com a sua arma, com a droga para “esquentar o clima”, a rua vazia, de moradores “prisioneiros em suas próprias casas”, protegidas por grades e com câmeras em pontos estratégicos. A trilha sonora do evento, ainda não existe. Mas a letra ele conhece bem: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que ele conhece de cor e salteado e que doravante, após os 18 anos, lembrará com saudade...
O interessante é notar que enquanto deputados se omitem em diminuir a maioridade para 16 anos, armamentos pesados chegam para o crime  com facilidade nas grandes cidades; são distribuídos, e adolescentes, muitos ainda quase crianças são abastecidos com modernas e potentes armas, pois, devido ao seu salvaguarda da menoridade, eles tornaram-se importantes agente da criminalidade. Saindo do treinamento fantasioso dos  videogames, de jogos em que, para vencer, tem que matar o máximo, já entram na faculdade do crime com o seu “treisoitão” do lado, pronto para ser chefiado ou mesmo chefiar precocemente atividades criminosas. Atualmente, é raro um crime mostrado diariamente nos jornais televisivos em que menores não estejam envolvidos.
Independentemente da idade, a vida ceifada pelo crime é sempre uma dor a mais no seio de uma família, no meio de amigos. Torna-se ainda mais dolorosa quando se mata um estudante cheio de sonhos; um noivo que desejava constituir a sua família. Mas, os garotos do crime não querem saber da dor alheia. E, acobertados por lei protetora que deputados e senadores, nem sempre “ficha limpa”, insistem em manter, eles fazem o que querem...
É difícil vislumbrar uma solução plausível para esse problema hoje em dia, com cadeias e abrigos lotados. É bem verdade que nós temos  Presidência, Senado, Câmara dos Deputados, Ministério da Justiça, Tribunais de Justiça e toda sua ramificação, Juizados de Menores, de Maiores, do “escambau”, mas, ninguém acha solução, para o envolvimento cada vez maior de garotos no crime. Parece até que quem pode fazer, faz corpo mole porque, de alguma forma, não quer se prejudicar. Mas, senhores dirigentes da nação, a Copa do Mundo está chegando. As Olimpíadas, também. Gastos milionários estão sendo providenciados. E, como fica a situação da população e do turista diante do problema? Dos que pagam impostos e/ou, eventualmente, ingressos caros, que garantem os polpudos salários dos senhores, já que não se vê uma mobilização necessária a esse respeito...
Diz o ditado que “o exemplo vem de cima”. Será que a problemática que estamos vivendo decorre de erros e da negligencia das autoridades para resolvê-las? Ou fatores exigidos há muito pela sociedade, como a diminuição da maioridade, estaria esbarrando em interesses escusos? Uma resposta precisa ser dada. Afinal de contas são muitos os políticos que procuram o povo na hora do voto. Depois de eleito, é fácil dá-lhe uma esmola oficial. Deixá-lo mal acostumado. E, quando surge um sério problema social como esse que há muito estamos vivendo, prefere recorrer a medidas paliativas e assistir de camarote o circo pegar fogo. Não é brincadeira!

domingo, 10 de março de 2013

AS MINA PIRA... PIRA... PIRA... É VERDADE!

    É... dá para notar que a concordância foi pro beleléu, levando junta a nossa pobre Língua Portuguesa. A gramática foi jogada pra escanteio, e a gíria, o erotismo e o duplo sentido tomaram conta do nosso novíssimo panorama musical. É assim que a banda toca por aqui atualmente. Se o produto vende, o que importa a qualidade? O importante é que ele faça a cabeça da garotada, que lote estádios, e que proporcione boas vendas de CD, DVD e produtos similares dos novos ídolos.
    O mais curioso é que quem atropela a língua, e faz sucesso nas paradas é um movimento que surgiu com o pomposo nome de “Sertanejo Universitário”. U-N-I-V-E-R-S-I-T-Á-R-I-O ??? É... tudo é possível, dentro do quadro de atrações que, atualmente, frequenta a nossa mídia. A pena que eu tenho é sentir o abismo para onde a nossa juventude caminha diariamente, ouvindo os Michels, os Luans, os Gustavos, tidos hoje como os reis da mídia televisiva, tendo como parceira a deplorável linguagem que a nossa juventude criou para se comunicar através da Internet.
    Saudades que eu sinto de outros tempos, onde compositores como Chico Buarque, Edu Lobo, entre outros, capitaneados por “mestres” como Vinícius de Morais e Tom Jobim, não proclamavam os seus graus universitários, mas em compensação, produziam joias musicais...
    Ainda que os criadores da novidade quisessem se justificar, dizendo que é próprio do sertanejo o linguajar inferior, singelo, sem a obrigação de preciosismos linguísticos, o fato é que não há como comparar, por exemplo, “Luar do Sertão” com qualquer um dos hits do momento. “Luar do Sertão” é poesia pura e será lembrada eternamente, enquanto os hits classificados de “sertanejos” e “universitários” são descartáveis e, no máximo, servem para os seus intérpretes rebolarem no palco em movimentos sensuais para delírio das adolescentes, que não querem nem saber se, o Sujeito tem que combinar com o Verbo. Jamais alguém falaria: “As minas, pira, pira, pira...” Se foi cantada por ignorância, é grave. Mas, pior ainda, se a criação foi proposital. É um desrespeito à nossa Educação, à nossa juventude, aos nossos universitários, muitos deles lutando com extremo sacrifício para realizar o sonho de concluir uma faculdade.
    Conseguirão esses seguidores do tal movimento “Sertanejo Universitário” passar num Vestibular? Tenho cá as minhas dúvidas. Mas, como a televisão está cheia de programas do tipo reallity show, poderão se candidatar a um lugar nesses confinamentos. Lá, por exemplo, tem poeta famoso incentivando o povo brasileiro a “dar uma espiadinha” e outras futilidades que talvez combinem bem com o seu estilo... a escolha é sua!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

PARA AQUELES QUE NÃO VÃO CAIR NA FOLIA

O texto abaixo é sensacional. O poeta Antonio Roberto no seu Café Literário, diante de uma bela poesia, costumava dizer: “Eu não tenho inveja de nada a não ser de uma poesia destas...” Eu faço minhas as suas palavras diante deste texto,  do jornalista mexicano CATÓN, que descobri dia atrás, na Internet. Por esta razão, não poderia deixar de dividi-lo com os leitores do Painel...
    No seu fabuloso texto, Catón diz o seguinte:
    “Tenho a intenção de processar a revista "Fortune", porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo, e nesta lista eu não apareço. Aparecem: o sultão de Brunei, os herdeiros de Sam Walton e Mori Takichiro.
Incluem personalidades como a rainha Elizabeth da Inglaterra, Niarkos Stavros, e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcarraga.
    Mas eu não sou mencionado na revista.
    E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não? vou mostrar a vocês:
    Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que conservo não sei como.
    Eu tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade.
    Eu tenho irmãos que são como meus amigos, e amigos que são como meus irmãos.
     Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos.
Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles lêem o que eu mal escrevo.
    Eu tenho uma casa, e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa).
Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs e que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso.
Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra.
    Eu tenho olhos que vêem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim não haviam ocorrido nunca.
    Eu sou a herança comum dos homens: alegrias para apreciá-las e compaixão para irmanar-me aos irmãos que estão sofrendo.
    E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito.
    Pode haver riquezas maiores do que a minha?
Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta? "

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cida Cidinha Aparecida, na Praia do Farol

A peça "CIDA, CIDINHA, APARECIDA", escrita por José Gurgel dos Santos e dirigida por Fernando Rossi, será apresentada na Tenda Cultural da praia do Farol (Campos RJ) no dia 16/01/2013 às 20:00 HS.