"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

FALANDO DE BLOGS

O que é um blog? É um lugar na Internet onde você expõe as suas idéias para o mundo. Isso mesmo: para o mundo! Pode até ser que ninguém o acesse. Não importa, mas a chance de você ser lido em qualquer parte do planeta, é real! Quando o meu filho Rodrigo me propôs criar este blog, confesso que tive medo. Não das palavras que produziria, mas de um mecanismo que já em 2009, fazia girar esse mecanismo ultramoderno, capaz de enviar sua mensagem na mesma hora para qualquer lugar do planeta.
Em 1970 eu fui admitido na EMBRATEL, que fora criada no  país, indo trabalhar como Operador de Telex Internacional. Em tese, fazia o mesmo trabalho que a INTERNET faz hoje, sem a mesma tecnologia. O operador de telex completava ligações para diversos países, algumas vezes solicitando auxílio de terceiros (Italcable, Wui, Wud, entre outras companhias). Bem diferente do sistema atual onde, do conforto da sua casa você consegue, sem auxílio de ninguém, conexão no mesmo instante com qualquer parte do planeta, podendo ainda utilizar o recurso de imagem, desde que disponha de câmara acoplada ao seu micro...
Bom, eu comecei falando a respeito do Blog e acabei falando da minha experiência como operador de telex, que vem a ser um parente distante da atual comunicação Via Internet, que acabou interferindo em todos os meios de comunicação. Além disso, ela dá a chance de qualquer pessoa ser,  ao mesmo tempo, usuário e protagonista de fatos inusitados, ao colocar na rede seus momentos divertidos ou curiosos.
Quanto ao blog, em geral, é utilizado pelos seus criadores para expor suas idéias, questionando, divulgando pensamentos, o cotidiano do lugar, etc. Em Campos, por exemplo, tem excelentes Blogs, como o de Roberto Morais, o de Claudio Andrade, que tratam de política; o Historiar, de Helvio, Enockes e Leandro, que fala, basicamente, da história da cidade, o Estou procurando o que fazer, surgido após o fechamento do jornal Monitor Campista onde emitem suas opiniões, entre outros, Sergio Mendes, Jane Nunes e Rose Davi. A nossa Academia Pedralva, além do blog da entidade, criado pelo acadêmico Carlos Augusto de Alencar, também possui os blogs de Agostinho Rodrigues, de Roberto Acruche, e o Gurgeldapedralva. Na verdade, são inúmeros os bons blogs, podem ser visitados a qualquer hora, por qualquer usuário “urbi et orbi”... 
Como Campos, Mossoró também não foge à regra da modernização informática. O blog mais importante da cidade é o Azougue.com, do homem de comunicações que adotou o nome “internáutico” de Caby. O blog do meu amigo Caby permite a conterrâneos distantes, ausentes há pouco ou muito tempo, matar um pouco a saudade da cidade, já que oferece um Menu variado: “Do bumba”, “Mossoroenses-out”, “Entrevistas”, “Antigamente”, “Marcos”, “Identidade”, além das colunas do criador do blog e de outros bons cronistas locais.
Na verdade, o que vemos hoje em dia é a migração do jornal de papel para os mais variados tipos de blogs; é a modernização da Internet  nos obrigando a incríveis adaptações.  O êxito fica por conta do talento de cada um.

domingo, 15 de abril de 2012

ELEIÇÕES À VISTA

Curioso o país em que vivemos, não é verdade? A maioria das pessoas não tem onde morar, não tem trabalho, e vive de benefício do "bolsa isso", "cheque aquilo", "restaurantes, transportes e farmácias quase de graça", e vai por aí... Por outro lado, uma minoria privilegiada tem padrão de vida digno de marajás. E, os escândalos denunciados diariamente demonstram que a riqueza dessas pessoas é, na maioria das vezes, resultado de maracutaias, conchavos, acordos espúrios, troca de favores... tudo financiado com os impostos pago pelo povo. O pior é que, aparentemente, não se vê luz no fim do túnel. Entra governo, sai governo; entra partido, sai partido e a "farra com o dinheiro público" é a mesma.
Esses programas populistas não resolvem os problemas do pobre, no entanto contribuem e muito para o aumento da popularização dos seus autores. Um caso emblemático que, tempos atrás repercutiu por todo o país, é o das costureiras cearenses. Algumas dessas trabalhadoras fizeram um curso de aperfeiçoamento para trabalharem numa cooperativa. Quando foram chamadas recusaram para não perderem o "bolsa sei lá o que"... Nesse caso, parece que o tal auxílio, ao invés de ajudar, incentiva o ócio, para não dizer a vagabundagem. Porque pensando bem, quem é que, não tendo nada, recebendo uma esmola mensal do governo, vai querer "trabalhar"... O bom seria se houvesse trabalho real, honesto e digno para o brasileiro. Ele trabalharia honestamente e ensinaria a seus filhos a importância do trabalho para a vida do cidadão.
Na verdade, se a política governamental beneficia alguns acaba prejudicando outros. Refiro-me àqueles que trabalharam honestamente, descontaram o INSS regularmente, na expectativa de ter, um dia, a sua aposentadoria justa como contratada pelo órgão governamental. Mas, o que esse trabalhador tem em troca, quando se aposenta? A frieza e a indiferença governamental argumenta não ter dinheiro e corrigindo o seu salário diferentemente do "mínimo"acaba achatando o benefício aceleradamente, o que é uma lástima para quem na velhice precisa de um benefício atualizado.
Voltando às manobras políticas. São inúmeras as jogadas que a gente assiste em ano de eleição. Obras de fachada, às vezes faraônicas, quando as necessárias, sob a terra, são esquecidas; concursos que já poderiam ter sido realizados; shows, muito shows... é a velha história do "Panis et Circenses": com a fome sendo controlada por cheques e programas fantasiosos, nada melhor do que no ano eleitoral alegrar o povão. E, povão alegre significa eleição garantida...
Pobre ilusão estudantil aquela minha dos anos 60/70, imaginando que os heróis que enfrentaram a Ditadura Militar, seriam capazes de colocar a honradez, a honestidade, o estudo, o trabalho, e o patriotismo de volta aos trilhos da política brasileira. Pobre de mim que no auge do confronto Estudante x Polícia, no Rio, tantas vezes me arrisquei na Rio Branco, lutando por uma causa que resultou em vão!...

domingo, 1 de abril de 2012

UM ANJO FANTASIOSO SOBE AO CÉU

Mossoró certamente está mais triste. Partiu para o céu na semana passada a mítica Nazira, filha de D. Tonha e S. Quincas Gomes, irmã de Nilza, Neuza, Naíde, Nilde e Neide, pelo time feminino, e Nilo, Nicomedes e Nemézio, pelo masculino, se não me falha a memória...
Nos anos 50 e 60, não havia televisão na cidade. Informática, Internet eram "ficção científica". Mas, em compensação, havia dois clubes sociais com bailes semanais, dois cinemas com filme novo praticamente todos os dias, salão de sinuca, churrascaria que avançava sobre o rio Mossoró e zona do meretrício onde o sexo pago era festejado todas as noites. Além de praças ajardinadas onde garotas bonitas passeavam e trocavam olhares com rapazes interessados em namoros. Os bairros mais distantes com ruas sem asfalto sofriam com a poeira. E, era nessa mágica cidade que Nazira morava, apesar de viver num mundo só seu...
Qualquer descuido familiar significava uma fuga incrível que podia levá-la rapidamente a qualquer ponto da cidade. Da rua do comércio, onde uma loja qualquer a atraía com o brilho de uma pulseira de miçanga, aos pontos mais distantes, familiares (ou não!), onde as damas da noite a respeitavam e cuidavam de providenciar o seu retorno ao lar, ela tinha uma compulsão pela fuga de casa. Tantas e tão frequentes se tornaram as suas fugas, que restou ao velho Quincas providenciar a colocação de uma corrente junto à sua rede, fixada à parede, o que mantinha Nazira em casa, para o sossego dos familiares. Mesmo assim, em razão das suas constantes fugas, como que um folclore. muitas histórias surgiram, como esta em que ela apressada, em fuga, tromba com um cego:
- Você parece que vem "cego"! fala ela. E o ceguinho:
- E você, parece que vem "doida"!
É incrível como certos personagens ficam gravados em nossa mente para a vida toda. Nazira, que foi vizinha nossa da Souza Machado, foi uma dessas pessoas. Não havia viagem que fizesse a Mossoró que não fosse visitá-la. Levando sempre uma pulseira ou outro acessório que alegrasse a sua fantasia. Porque, se não levasse a cobrança era inevitável.
- Hei, não trouxe a minha pulseira, não!...
Nazira partiu para uma boa. Com certeza, será mais um anjo no céu. Livre da severa vigilância familiar. Se bem que a corrente, em razão da sua idade avançada já fora aposentada, ficando a vigilância bem mais light.
Mossoró, não possui mais sinuca no Bar Suez; cinema, no Cine Pax; nem bailes, nos clubes ou na churrascaria. O Clube Ipiranga, bem em frente à casa de Nazira, sucesso no meu tempo de adolescente, sem restauração, cai aos pedaços. Tudo leva a crer que, com a era do petróleo e de outros empreendimentos, o romantismo não tem mais vez. Quem sabe se Nazira, na inocência das suas fantasias, de repente, lá do céu, não consegue de volta um pouco do romantismo daquela época para os dias de hoje.

Entrevista com Millor Fernandes

Uma pequena homenagem para um grande artista!


Entrevista com Millor Fernandes, Programa Roda Viva (Bloco 1)
http://www.youtube.com/watch?v=ylPkFIwS29k


Entrevista com Millor Fernandes, Programa Roda Viva (Bloco 2)
http://www.youtube.com/watch?v=6m0heyPiLoA&feature=related&noredirect=1