"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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sábado, 19 de outubro de 2013

A QUE PONTO CHEGAMOS...



Tornou-se banal, corriqueiro, nós brasileiros convivermos com o crime. Ele está ao nosso lado vinte e quatro horas por dia. E, o que é pior: comandado, em grande parte, por aqueles que nós nos  acostumamos chamar de “futuro da Nação”. Como é que pode o Brasil chegar a uma situação dessas? Se ainda havia alguma dúvida a respeito do problema relacionado à violência no seio da nossa juventude, o episódio exibido nos jornais televisivos desta semana vem esclarecer: um adolescente, na garupa de uma moto, tenta roubar outra moto, ameaçando seu ocupante com um revolver. Para sorte do dono do moderno veículo, um policial militar ativo e consciente do seu dever, passava na ocasião e evitou que o crime se consumasse, baleando o menor criminoso e recuperando a moto para o seu dono.
A cena que a televisão exibiu chocou a sociedade brasileira. Não foi apenas o dono daquela moto que se viu ameaçado. Quem ali estava sob a mira de uma arma, era a própria sociedade refém, em grande parte, de uma juventude entregue às drogas e ao crime, quando deveria estar em boas escolas, com professores bem pagos, estudando em turnos integrais para amanhã ou depois estar no mercado de trabalho como um profissional competente e de responsabilidade, livre do futuro que espera essa garotada que ora se encontra praticando crimes, como o que vimos...
Não se trata aqui de tecermos elogios gratuitos a quem quer que seja. No entanto, a ideia de Darci Ribeiro e Leonel Brizzola, se fosse levada a sério, certamente teríamos hoje no país outro quadro educacional: com menos jovens delinquindo e mais estudantes em cursos modernos. E, não são apenas eles que merecem citações. Cristóvão Buarque, por exemplo, tem debatido constantemente o assunto na tribuna; e Paulo Freire, um idealista, que não viu o seu sonho de erradicar o analfabetismo no país se tornar realidade. Afinal, para tudo dependemos da política, coisa que aqui não é levada a sério. A meta dos que entram para a Política neste País, na grande maioria, é “encher os seus bolsos”, da sua família e de seus amigos e correligionários. O resto... bem, o resto nós, que agimos com seriedade, pagando os nossos impostos e, acima de tudo, amamos o nosso maltratado Brasil, somos obrigados a assistir diariamente pela televisão...