"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

FALTOU WALNIZE NA BIENAL

Minha querida Walnize Carvalho, acredito que compromissos geográficos ou familiares tenham determinado a sua ausência nesta festa fantástica que foi a VI Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes. Por isso, tento em breve relato passar para você o que foi o acontecimento que agitou a cidade durante dez dias. Devo informar-lhe que você não foi a única da Pedralva que esteve ausente ao espetáculo. O acadêmico Amir Barbosa, por exemplo, encontra-se na Beneficência Portuguesa onde, em breve, será operado.

Mas, vamos às notícias do evento. A Bienal deste ano foi uma festa! A começar pela criançada que no afã de aproveitar o máximo a novidade, percorria a feira fazendo alvoroço pelos corredores, mais parecendo – na busca por seus primeiros livros! – um chilrear de pássaros na hora matinal do seu alimento, ou à noitinha quando retornam em bandos. Desta vez, a boa localização e a ótima estrutura implantada que cobria as duas praças em frente à catedral, tornaram bem maior a afluência do público à feira. Para você ter uma idéia, no último dia, faltando poucas horas para o encerramento, a lotação era quase total e o público super animado.

Uma atração à parte. A estátua do soldado no centro da praça (homenagem aos pracinhas brasileiros mortos na II Guerra Mundial) normalmente ignorada pelo campista que por ela cruza diariamente na sua luta pelo ganha pão, virou atração. Por ser mais alta que o teto comum da bienal ela ganhou uma espécie de cúpula que a cobria e, conforme a iluminação, reproduzia beleza toda especial.

Você, cronista e poeta como eu, iria adorar o bate-papo desses dois mestres da crônica brasileira moderna: Luiz Fernando Veríssimo e Zuenir Ventura, que num humor refinado divertiram uma arena lotada de pessoas interessadas nas opiniões dos autores de “O analista de Bagé” e de “1968 - o ano que não acabou”. Falaram, dentre outras coisas, da amizade que os une e das suas esposas, com quem estão sempre viajando pelo Brasil.

Devo dizer que por estar dando uma atenção ao stand da Academia Pedralva, não tive oportunidade de assistir a todas as palestras que desejava. No entanto, conhecer “ao vivo e a cores” o pensamento de Cora Ronai, de Rui Castro, de Moacir Scliar e de Ivan Junqueira foi sensacional. Como sensacional foi trocar palavras com essa extraordinária mulher chamada Suzana Vargas, que fez de tudo na Bienal: mediou debates, lançou livro, e acima de tudo foi a curadora desse fantástico evento literário em terras campistas.

Houve falhas? Houve, sim. Num projeto gigantesco como esse seria impossível que uma ou outra não acontecesse: ausência de conferencista; carpetes levantando em determinados locais provocando tombos; sons e gritaria próximos ao Café Literário, tirando um pouco o brilho da palestra, por exemplo... Nada, no entanto, que impedisse que o evento ganhasse o entusiasmo e o aplauso da população. De parabéns, portanto, os seus organizadores