"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

MEUS POETAS, MEUS AMIGOS

O meio cultural de Campos viveu nos últimos anos uma grande efervescência motivada pelo evento criado pelo poeta Antonio Roberto Fernandes: o seu Café Literário. Nesse evento, ele tratava de Literatura, mas introduzia, sempre que possível, outras artes o que o tornava sempre atraente. Assim é que, durante oito anos de existência do Café Literário, tivemos a oportunidade de apreciar, no Palácio da Cultura, onde era realizado: a dança clássica, o folclore, o teatro, mas, acima de tudo, as declamações de poemas ou as leituras de crônicas, contos, etc. Do script, onde o poeta convidava os presentes a se apresentar, constava sempre cantores interpretando uma bonita seleção do cancioneiro popular. Quase sempre tínhamos em pauta “Lua Branca” e/ou “Carinhoso”, o que fazia daquele evento de todas as quintas-feiras à noite, um agradável e moderno sarau campista.
Foi no Café Literário que muitos poetas se destacaram e muitos cronistas passaram a escrever para jornais... Tudo graças à criatividade e ao desprendimento de um poeta que mais parecia um Missionário do Amor, tão grande a sua dedicação à Poesia e a forma que partilhava seus conhecimentos. Assim, inspirado e profundo conhecedor da matéria, não se cansava de ensinar detalhes do verso ou do poema, para que se tornasse mais bela a Poesia.
Ao criar a seção “Meus poetas, meus amigos” – forma de relembrar todos aqueles anos de saraus, de grande criatividade lítero-cultural e de formação de excelente camaradagem envolvendo pessoas de todas origens e de todas as classes, estarei realizando não somente uma justa homenagem ao poeta Antonio Roberto, mas abraçando, também, a todos aqueles que participaram de um movimento tão envolvente...
Mas, a coluna não ficará restrita apenas aos poetas e amigos de Campos, uma vez que a vinda de outros poetas à cidade, para eventos, ou as minha viagens ao Nordeste, para lançamento de livros fizeram com que eu me relacionasse com um grande número de excelentes poetas, a começar pelo meu irmão Deífilo Gurgel que, mesmo tendo passado dos oitenta, e abraçado outras atividades como o folclore, por exemplo, continua a ser lembrado por suas belas páginas poéticas. O meu desejo é manter viva toda a beleza que emana da poesia, algo tão proclamada pelo saudoso poeta e amigo Antonio Roberto Fernandes.