"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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domingo, 1 de novembro de 2009

E, SE...

E, se... o Brasil entendesse que tem uma missão a cumprir, e que já não é mais “o país do futuro”, porque o futuro chegou?...
E, se... crianças e jovens aprendessem desde cedo a importância de cuidar do meio ambiente, como condição fundamental para a preservação da vida?... E, com relação à Amazônia, aprendêssemos a respeitar opiniões sérias, principalmente de estudiosos da região; e, o problema fosse tratado com seriedade, sem protecionismo, visando preservar a mata milenar, o silvícola, o solo nacional?...
E, se... os políticos entendessem que são representantes “do povo”, por quem devem lutar; e não apenas da “própria família e dos amigos”, a quem acham que devem beneficiar?...
E, se... nos habituássemos a copiar de outros povos não apenas a futilidade, a corrupção, a bandalheira, mas também o respeito, as necessárias punições, as leis justas?...
E, se... tivéssemos leis mais sérias, que punissem o bandido comum, mas não se esquecessem do bandido de colarinho branco, que teve boa educação, dinheiro fácil, e no fim, certo da Impunidade, age irresponsavelmente, aceitando conchavos, roubando o erário público, ceifando vidas, contribuindo para o desastre da nossa sociedade?...
E, se... o zelo pela a coisa pública fosse obrigatório e não ocorressem: medicamentos jogados no lixo, hospitais inacabados e aparelhagens de custo elevado sendo destruídas pelo tempo?...
E, se... entendêssemos que a tecnologia, a informática, que nos dá conforto e prazer, também é responsável pelo desemprego e pelo lucro cada vez maior dos empresários e banqueiros?...
E, se... os dirigentes buscassem fórmulas para a sobrevivência do povo que não fosse o clientelismo ou o trabalho informal sem nenhuma segurança física ou previdenciária?...
E, se... houvesse um entendimento de que o país é formado por incontáveis regiões e micro-regiões, e que a realidade do Leblon é bem diferente da realidade de Eirunepé; E que a concorrência desenfreada da mídia confunde e desagrega?...
E, se... houvessem oportunidades reais para que não fosse preciso o mestre, o doutor, os formandos em geral buscar a profissão de “gari” para sobreviver?...
E, se... o governo entendesse que o trabalhador que chega honestamente à aposentadoria, merece o benefício integral tanto quanto os funcionários públicos que, muitas vezes, como “afilhados políticos”, não estão submetidos ao controle do relógio, ou ganham sem trabalhar; que o trabalhador aposentado merece a velhice tranqüila com que sonhou!...
E, se... lembrássemos que Jesus nunca foi corretor de imóveis no Céu e que, certa vez, até expulsou os vendilhões da casa do Pai?...
E, se... o “filhinho do papai” aprendesse desde cedo que é o seu dinheiro que sustenta a guerra do tráfico?...
E, se... o carro com a proteção do insufilm nos vidros não tornasse “iguais” pessoas boas ou mal intencionadas?...
E, se... a motocicleta circulasse, apenas, para fins honestos?...
E, se... o trabalhador favelado fosse respeitado tanto pelo bandido quanto pelo policial autêntico, não acontecendo em confrontos tantos crimes, tantas lágrimas, tantas crianças órfãs?...
E, se... finalmente, entendêssemos que não basta proclamar que “Deus é brasileiro!” ou que “O Paraíso é aqui!”... mas que é preciso fazer por onde merecer?...