"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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domingo, 28 de junho de 2009

SONHAR, NÃO CUSTA NADA...

Na minha concepção de garoto do interior, admirador do way of life americano que via sempre nos filmes no cinema da minha cidade, as coisas aconteciam assim: países que se destacavam no cinema ou em outras artes, eram paises de 1º mundo; assim como aqueles que incentivavam o espírito olímpico dos seus jovens; eram civilizados, também, aqueles que tinham boas universidades de fácil acesso e laboratórios onde os jovens pudessem desenvolver pesquisas científicas; bem como aqueles cujas leis fossem práticas, exeqüíveis, sem brechas para a corrupção; ainda os que, com a quantidade mínima de partidos fizessem constantes alternâncias no poder; e os que, sendo presidencialistas ou parlamentaristas, tivessem como objetivos primordiais a educação dos filhos, o bem estar da sociedade, a manutenção da ordem e a busca pelo contínuo desenvolvimento do país...
Pois é, “sonhar não custa nada”, já dizia um samba famoso... E eu sonhava que um dia chegaria ao primeiro mundo, “sem precisar sair do Brasil”. Nos meus sonhos, eu imaginava que chegaríamos ao ano 2000 com auto-estradas amplas, trem-bala interligando o país, metrôs em todas as capitais, ensino básico com horário integral para a garotada, saúde digna para o povo, e aposentadoria que não fosse achatada tão depressa, (levando aqueles que trabalharam tantos anos a sofrerem humilhações constantes!); a Amazônia sendo tratada com mais espírito ecológico e menos privilégios políticos; nos grandes centros, ações que viessem a quebrar a vergonhosa corrente “falta de instrução/desemprego/tráfico/milícias/barbarie”, e mais: o fim das prisões lotadas e desumanas, além do “prende e solta” abonado por uma justiça retrógrada, que costuma beneficiar apenas o rico...
O que parece é que o projeto do grande estadista brasileiro Juscelino Kubischek de encontrar o desenvolvimento através da integração, transferindo os poderes para o interior do país, transformou-se numa grande “ilha da fantasia”, onde cada um procura adquirir mais fortuna, desviando ilicitamente montanhas de dinheiro que poderiam, se cumprissem seus objetivos originais, mudar o destino do país. É... com a atuação desonesta e de conluio das nossas elites, o país de primeiro mundo dos meus sonhos parece ainda estar muito longe da realidade!
Mesmo assim, brasileiros sérios, talentosos e conscientes, lutaram e lutam para honrar o nome do país, e fazem aqui, muitas vezes, o que deveriam fazer os governantes. São talentos como Ayrton Senna, Fernanda Montenegro, Gisele Bunchen, Diane dos Santos, Diego Hipólito, o pessoal do futebol, do vôlei, da natação, nossos médicos, físicos, cientistas... Vencedores, eles fazem a sua parte com extrema galhardia, honrando o seu nome e o nome do país, ao contrário daqueles que ganham para serem nossos representantes, mas se acostumam com as “maracutaias” fáceis do poder e envelhecem, melancolicamente, tentando impor ao povo que “o certo é fazer o errado”!...