"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

AS OLIMPÍADAS

Estou, provavelmente, há dez dias em frente à televisão, torcendo por resultados favoráveis ao Brasil nas Olimpíadas e... nada! Ou, quase nada, para quem pretende ser potência olímpica e vai sediar os próximos Jogos. Senão, vejamos, quantos dias ficamos na dependência das 3 medalhas ganhas no início dos jogos? A de bronze, do judô; a de prata, da natação; e a de ouro, também do judô. Sobre esta última, que nos encheu de orgulho durante muitos dias dos jogos, é muito emblemático notar que foi conquistada por uma singela piauiense, que nem de longe deixava transparecer a garra e o amor que dedicava ao esporte e à pátria.
Sarah Menezes nos deu uma lição de como honrar a camisa do seu time, do seu país. Enfrentando de igual para igual, sem temor algum, as adversárias, ela provou que nem é preciso sofisticados treinamentos nos Estados Unidos ou em outro grande centro esportivo, para lutar por medalha de ouro e por glória para o país. Com treinamento modesto, lá mesmo na brava e fraterna Teresina ela, na hora do "vamos ver", transformou-se numa leoa, e não deu chance a nenhuma adversária da sua categoria, no judô. Por comprovar que quando se deseja com ardor uma conquista tudo é possível, a nossa pequenina, mas gigante Sarah, não só nos emocionou, como nos encheu de orgulho pátrio. Parabéns! O povo de Teresina, como é da índole de todo nordestino soube, com muito entusiasmo, prestar grande homenagem à conterrânea vencedora.
Foi preciso uma semana sem grandes destaques para que Arthur Zanetti, um jovem nascido em São Paulo, também nos desse outra medalha de ouro, desta vez na ginástica olímpica, nas argolas. Foi outro feito digno de admiração de todos, bastando verificarmos as modestas instalações onde o mesmo treinava... No sentido contrário temos casos de atletas consagrados que, aparentemente, poderiam aumentar o número das nossas medalhas douradas, mas que decepcionaram. Para alguns, aparentemente, a competição era apenas uma exibição, desta feita, na terra da rainha. Para tanto, era importante, na sua torcida, a presença do pai, da mãe, dos irmãos, da família inteira em Londres. Infelizmente, tal aparato não trouxe bons resultados olímpicos. O pior de tudo, é levar seus próprios instrumentos esportivos e se desclassificar precocemente, deixando frustrados uma legião de fãs e torcedores.
Eu não esperava um declínio tão grande na classificação do Brasil que, no início, chegou a ocupar o quarto lugar e hoje (08/08), encerra o dia em vigésimo quinto, atrás de Belarus, Irã, Cazaquistão, Ucrânia, Nova Zelândia e Coreia do Norte, entre outros países... Uma posição que deixa decepcionados todos aqueles que querem ver o país sempre à frente. É verdade que nem tudo está perdido: estão aí na luta as equipes em conjunto (vôlei, futebol, etc.) que, por contar com apoios mútuos, ainda resistem... Acho que já é tempo de acabarmos com esse clima de suspense, de "haja coração", e assumirmos com orgulho a camisa do time a que pertencemos. Exemplos de vencedores, nós temos: Sara e Artur, nossos únicos medalhistas de ouro até agora, que, para chegarem ao pódio se esforçaram muito, sem qualquer regalia.
De qualquer forma, aquela belíssima abertura dos jogos, com Israel, Irã, China, Rússia, Estados Unidos, Brasil, e praticamente todos os países do mundo, (rivais, inimigos, ou não), numa confraternização fantástica, faz-nos acreditar que vale a pena acreditar no amor fraterno e na paz universal.