Tentei, como cidadão brasileiro, revoltado com os graves problemas que afetam o país, discutidos diariamente nas TVs Câmara e Senado, aproveitar este imerecido recesso parlamentar: buscar coisas leves, visitar o lado lírico, sentimental da poesia... Mas, (quem falou que seria possível?!) o meu lado poético também anda revoltado com a roubalheira e com o desgoverno que aí estão. Vejam o que ele está sentindo...
A VISÃO DO APOSENTADO
A mim, me bastaria uma velhice
De paz, em que eu zelasse pelos filhos
E rezasse por aqueles mais distantes.
Para que tanta tecnologia “News”,
Se os jornais televisivos respingam
Sangue no meu rosto, o tempo todo?...
Estou carente, e meus parcos ganhos
Mal dão para as mazelas da saúde,
Que nesta idade castigam muito...
Promessas políticas são só promessas:
Aposentado não pode ir além do salário!
Só políticos e apadrinhados podem!...
A violência campeia, igual ao Cangaço.
E, há quem goste das políticas radicais
Que vão mais além, como a degola!...
A guerra fratricida da droga, aqui gerada
- “deseducados” contra “desorientados” –
Mata mais do que conflitos oficiais.
O que, um dia, foi modelo de prosperidade
Virou engodo para ratazanas palacianas,
Que quase destruíram a nossa Petrobrás
A esperança, a criança, o futuro, a Pátria...
Sonharemos, ainda, com um futuro radiante?
Ou confirmamos a vitória da corrupção?...
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