"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O MEU AMIGO “SUPERMAN”

        O velho homem, estupefato, parecia não acreditar no que via. Estava diante do “super-herói” da sua longínqua infância. Aquele que freava trens em movimento; controlava avalanches e perseguia perigosos bandidos, estava ali em ação. A admiração por aquele amigo, travestido de super-herói não era diferente daquela que costumava sentir ao ler as histórias do “homem de aço”, o seu herói preferido em criança. Afinal, estava presenciando uma série de impactantes ações contínuas e incansáveis do amigo. Já ouvira falar de outras incríveis histórias suas, como o caso de uma escola de samba, cujo gigantesco carro alegórico quebrado numa pista, obrigou-o a ficar dois dias numa rodovia, sem dormir, buscando uma solução.
         Mas, nunca o vira com tanta força e tamanha agilidade, quanto na mudança dos bens da nossa Academia Pedralva para um local provisório, em razão da reforma do Palácio da Cultura. Era um tal de empacotar livros, desmontar divisória, empurrar geladeira, liberar enorme mesa de reunião, por tudo no caminhão, livrar-se do trânsito caótico de Campos.  Chegar ao destino, descarregar tudo, arrumar, e, num incrível vapt-vupt RESOLVER MAIS UM DIFÍCIL PROBLEMA! E, quem pensou que era chegada a hora de um merecido descanso??? O nosso super-herói ainda tinha reforma para fazer em casa, velhinhos no asilo para cuidar; reunião literária agendada para comandar... não dava para pensar em tempo para descanso ou para se alimentar. Nada disso! Alguém de Goytacazes o convoca e lá segue ele para mais um socorro. “A noite é uma criança”, pensava. Pois é... pensando dessa maneira é que ele encontrou um tempinho para levar a sua amada Marilza para apreciar uns cantores venezuelanos que estavam de passagem pela cidade, num belo recital que acabaria lá pelo fim da noite.
         Retornando ao lar, o nosso super-herói, ao lado da sua inseparável “mocinha” (como se falava antigamente), repassa o dia que findou – o socorro, o bem praticado – e procura estruturar o dia seguinte, pronto, para enfrentar qualquer situação com a incrível disposição de um super-herói dos quadrinhos de antigamente, e com a alegria pura que só os bons possuem.