"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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domingo, 26 de abril de 2009

A NOVA MULHER

Não sou sociólogo, sou bacharel em Direito, mas como cidadão sempre fui um observador das mudanças sociais que acontecem periodicamente na sociedade. Elas costumam levar, a grandes transformações nas relações entre as pessoas, trazendo, em geral, vantagens para quem não as tinham. Especificamente, a mulher tem sido o alvo das grandes transformações, principalmente a partir dos anos 60.
Vejamos alguns exemplos: MINISSAIA. Jogou a saia da mulher lá para cima, muitas vezes, mostrando demais. Então, a mulher que entrara no MERCADO DE TRABALHO pra valer, não tinha como cumprir seu destino de trabalhadora em igualdade com o homem de minissaia. Então, a calça comprida foi a solução encontrada não só no trabalho como no seu dia-a-dia. O que, no meu ponto de vista, tirou muito do seu charme. O AMOR LIVRE foi outra conquista da mulher na segunda metade do século passado. O que até então, oficialmente, só era permitido ao homem, que fazia sexo pagando em bordéis, zonas, casa da luz vermelha, etc. passou a ser praticado também pelas mulheres que já não esperavam o casamento para tal. O DIVÓRCIO foi outra grande novidade. Antes, apenas o homem, casava, descasava, arranjava amante, sem problemas. Já a mulher precisava de uma lei moralizadora que a liberasse das amarras do casamento. (Atenção: sou a favor do casamento duradouro. Como? Não sei a fórmula!) A FAMÍLIA. Agora ela é fracionada, com meios-irmãos, visitas aos respectivos pais nos finais de semana. Até, quem sabe, receberem a companhia de novos meios-irmãos, novos padrastos, nova família.
Evidentemente que a mulher foi a revolucionária (guerreira, ela sempre foi!) nesses mais de 50 anos, passando por todas as transformações, e, como boa equilibrista, tentando controlar todos os fatores: o trabalho, onde já chefia com muita categoria vários serviços, sem abdicar dos seus compromissos de dona de casa; a família, os relacionamentos com novos parceiros, novos enteados e ex-conjuges, etc. Sem descuidar do visual, não mais restrito a minissaia ou calça comprida, mas a trajes e visual compatíveis com o trabalho a que se propõe. As transformações foram difíceis, e exigem tempo para as adaptações. Principalmente no que se refere aos filhos. Não são poucos os dramas familiares que vemos diariamente na televisão. Mas, com a garra que lhe é peculiar, A MULHER certamente vencerá mais esse embate na sua vida de guerreira, mãe, madrasta, ativista, amante, amada, e tudo o mais.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

MEUS POETAS, MEUS AMIGOS

O meio cultural de Campos viveu nos últimos anos uma grande efervescência motivada pelo evento criado pelo poeta Antonio Roberto Fernandes: o seu Café Literário. Nesse evento, ele tratava de Literatura, mas introduzia, sempre que possível, outras artes o que o tornava sempre atraente. Assim é que, durante oito anos de existência do Café Literário, tivemos a oportunidade de apreciar, no Palácio da Cultura, onde era realizado: a dança clássica, o folclore, o teatro, mas, acima de tudo, as declamações de poemas ou as leituras de crônicas, contos, etc. Do script, onde o poeta convidava os presentes a se apresentar, constava sempre cantores interpretando uma bonita seleção do cancioneiro popular. Quase sempre tínhamos em pauta “Lua Branca” e/ou “Carinhoso”, o que fazia daquele evento de todas as quintas-feiras à noite, um agradável e moderno sarau campista.
Foi no Café Literário que muitos poetas se destacaram e muitos cronistas passaram a escrever para jornais... Tudo graças à criatividade e ao desprendimento de um poeta que mais parecia um Missionário do Amor, tão grande a sua dedicação à Poesia e a forma que partilhava seus conhecimentos. Assim, inspirado e profundo conhecedor da matéria, não se cansava de ensinar detalhes do verso ou do poema, para que se tornasse mais bela a Poesia.
Ao criar a seção “Meus poetas, meus amigos” – forma de relembrar todos aqueles anos de saraus, de grande criatividade lítero-cultural e de formação de excelente camaradagem envolvendo pessoas de todas origens e de todas as classes, estarei realizando não somente uma justa homenagem ao poeta Antonio Roberto, mas abraçando, também, a todos aqueles que participaram de um movimento tão envolvente...
Mas, a coluna não ficará restrita apenas aos poetas e amigos de Campos, uma vez que a vinda de outros poetas à cidade, para eventos, ou as minha viagens ao Nordeste, para lançamento de livros fizeram com que eu me relacionasse com um grande número de excelentes poetas, a começar pelo meu irmão Deífilo Gurgel que, mesmo tendo passado dos oitenta, e abraçado outras atividades como o folclore, por exemplo, continua a ser lembrado por suas belas páginas poéticas. O meu desejo é manter viva toda a beleza que emana da poesia, algo tão proclamada pelo saudoso poeta e amigo Antonio Roberto Fernandes.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fotos do lançamento do livro "Nativo", de José Gurgel dos Santos, em Campos dos Goytacazes/RJ e Mossoró/RN (Espaço Chap Chap, de Rogério Dias), 2004.

O autor com a cantora lírica Coema Franco, no Palácio da Cultura Campos/RJ.

O desportista Hélvio Santafé prestigia o lançamento


O autor apresentando "Nativo" em Mossoró/RN.

A sobrima do autor Catarina com sua bela voz, prestigia o evento.


A vez do poeta cordelista Antônio Francisco em Mossoró/RN.

domingo, 12 de abril de 2009

A LANCHONETE QUE VEIO DE LONGE

É uma lanchonete simples, sem o layout ou o luxo de um Bob`s ou de um McDonald. Modesta, instalada num dos prédios antigos próximos à rodoviária de Campos, tem um balcão de vidro em “L” com uma pequena frente e uma parte mais longa que separa os dois ambientes; de um lado, móveis para mostruários, painel de preços, depósitos com refrescos coloridos, moenda de cana e outros apetrechos relativos a qualquer lanchonete; do outro, mesas com 4 cadeiras brancas de plástico. Dando continuidade ao balcão principal, um outro, mais estreito e de inox, com bancos redondos, onde também são servidos lanches, vai até o fundo da loja. Um minúsculo banheiro completa o lado dos fregueses. Do lado de dentro, além do espaço para o atendimento, um outro mais estreito é usado para lavar e secar louças. Lá dentro, a cozinha. Aparentemente, uma lanchonete como tantas outras... Por que então esta me chamou tanto a atenção?
O diferencial fica por conta dos donos do estabelecimento. Longe da improvisação brasileira, os chineses, seus proprietários, apesar de tranqüilos, parecem estar sempre “antenados”. Confesso que gostaria de conhecer mais detalhes daqueles personagens tão curiosos. Infelizmente, porém, a comunicação com eles é muito restrita, já que entre eles é feita na sua língua original; e quando se relacionam com os fregueses, é como se tivessem criado mais um dialeto, ao falar, por exemplo: flango (frango), cazu (caju), cocinha (coxinha), duzicinqenta (dois e cinqüenta). Uma difícil comunicação que se restringe quase sempre ao lanche de deliciosos salgados e ao seu pagamento...
Admirável, no entanto, é a disposição deles para o trabalho. O chinês franzino parece coordenar o funcionamento da loja: toda hora conversa com a mulher, vai à cozinha, volta com salgados para o mostruário. A chinesa que toma conta do balcão também é franzina e, só aparentemente, frágil! Fica na lanchonete de manhã à noite, muitas vezes, horas a fio, com o bebê às costas como se fora uma mochila presa ao seu corpo. O bebê “não está nem aí” para o vai e vem da mãe, que costuma usar da habilidade na sua labuta diária servindo, atendendo, recebendo, etc. sem nunca por a criança em risco com batidas na cabeça, por exemplo. Brasileiras, sem tal precisão e com medidas anatômicas bem mais avantajadas, dificilmente conseguiriam tal façanha naquele espaço tão apertado.
Outra coisa é a obediência e a tranqüilidade que as crianças parecem já trazer no DNA... O maiorzinho, educadamente, se interessa por celulares e calculadoras dos fregueses. Já o bebê, mesmo mal acomodado naquela “mochila” não parece conhecer a palavra choro...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fotos do lançamento do livro de crônicas "A ponte", de José Gurgel dos Santos, na Academia Pedralva - Letras e Artes, em 28 de Novembro de 2007.

O autor na noite de lançamento do seu livro "A ponte".

O saudoso poeta Antônio Roberto comenta o lançamento. Na mesa, além do autor, o presidente José Salles e o secretário Audiney de Souza Sá.

O autor recebe o abraço da educadora Beth Araújo.

Hermes Cunha da Banda Operários Campista e a acadêmica Liza Castro ladeando o autor.


O poeta Otaviano, o autor e o presidente José Salles ouvem o pronunciamento do professor Luiz Magalhães.

O acadêmico José Viana fala sobre o livro, enquanto Gurgel e Salles dialogam e o tesoureiro Geraldo observa.

José Gurgel e o ilustre acadêmico Geraldo Ferreira.

O acadêmico Carlos Augusto Alencar prestigiando o lançamento.

O acadêmico Roberto Acruche quando falava a respeito do lançamento.

O acadêmico Elias Rocha Gonçalves também marcou presença, além de ser o responsável junto com sua esposa, Dra. Regina, pelas fotos do evento.

sábado, 4 de abril de 2009

UM PODER FASCINANTE

Acho que depois que um funcionário de peso como o novelista Benedito Ruy Barbosa (“Pantanal”) enfrentou, coberto de razão, a toda poderosa REDE GLOBO, não vejo porque também não dar a minha opinião. Afinal, nunca ninguém tão importante, se rebelara antes contra as arbitrariedades ditadas pela toda poderosa, o que fez com que ficássemos – os mais antigos – privados, por exemplo, de Dercy Gonçalves por anos seguidos. O mesmo acontece atualmente com Chico Anísio. Enquanto tanta coisa sem graça toma o seu lugar no horário nobre.
Nem tudo na Globo, é como o telespectador gostaria que fosse. Programas como o do Jô Soares e o do Serginho Groisman (mesmo que na versão atual que promovam mais as estrelas globais), e outros como o Telecurso e o Globo Rural, programas de alta qualidade, só são apresentados no ingrato horário da madrugada. Não é desumano obrigar o cidadão que gosta de assistir a uma boa entrevista ou atualizar seus estudos, ficar acordado até mais tarde, ou botar o despertador para assisti-los?
Fanáticos globais que me perdoem! Mas a emissora está repetitiva, enjoada, chata, mesmo! Me parece que obedece ao lema, “cria fama, deita na cama”. Não vejo criatividade nenhuma na sua programação atual. Sérgio Chapelain, por mais caretas que faça, não consegue melhorar o nível do Globo Repórter. Xuxa, qualquer dia vai entrar de bengalinha, para os baixinhos alienados do Brasil. Por que será que ela não encara um programa para adultos ou adolescentes? O pior é que continua pulando e berrando, mostrando para todo o mundo o seu lema: “todo mundo tá feliz”!... Sandra, aquela do “Jornal Hoje”, parece ser uma atriz frustrada: não pára com as mãos, caras e bocas... Às vezes, tirando o som, a impressão que se tem e que estamos diante de um clone de Carmem Miranda. Não sei se é orientação da emissora, mas dar notícias sérias com toda aquela mímica, todo aquele papo de talk show, é muito estranho...
Outra curiosidade desse 4º poder da República (já que as demais emissoras costumam apenas comentar a programação da líder, o que é uma lástima!) são as modas que ela costuma impingir ao brasileiro. À brasileira, principalmente. Há poucos dias (talvez para “empurrar pela boca” a enjoada “Caminho das Índias” Estavam comentando que as brasileiras usariam aquela roupa pesadonas da novela. Será? Já não basta sabermos tudo sobre a Índia: como vivem, rezam, cantam, dançam, casam, ganham dinheiro e transam, ainda teremos que ver as nossas mulheres com aqueles vestidos pesadões? Se era para mostrar o modo de viver dos indianos, fizessem um Globo Repórter, e não uma novela!
O pior é que o núcleo do Brasil também é um desastre. Como pode uma pessoa vivida como a autora, criar personagens tão alienados, surreais como o de Débora Bloch, e sua amiga e rival Letícia Sabatella (linda!) E é novela atual! Atualíssima... coitadas das atrizes. O pior é que querem transformar Letícia numa vilã sucessora de Patrícia Pillar, para levar a novela até o final. Isso tem nome: pouco caso com nossa inteligência!