"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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terça-feira, 9 de julho de 2013

O MEU MINISTÉRIO

Não é preciso, apenas, apontar erros. Necessário se faz também apresentar sugestões. Por isso, descrevo aqui como queria o meu ministério, já que o atual se apresenta como um dos pontos causadores da crise governamental. Aliás, tudo no governo soa falso, parece brincadeira. As chefes dos ministérios reunidas, com o devido respeito, parecem mais festa de debutantes de antigamente, clube da Luluzinha ou deslumbradas que muito tagarelam, mas pouco sabem das suas atribuições.
Bom... mas deixa eu falar do “meu ministério” que, não precisaria de mais que 15 pastas, certamente.  É claro que Educação, Saúde, Transportes e Segurança, não poderiam faltar. Estes itens, que desde muito tempo são temas de discursos inflamados de políticos, com promessas que muitas vezes chegam a convencer os mais incautos, mas que, regra geral, são esquecidas tão logo o candidato assume o seu mandato.
Tempos atrás, eu achei que haviam descoberto o “x” da questão, a solução dos nossos problemas, quando criaram o Ministério do Planejamento. Eu assim pensava: “não necessitamos de mais nada, pois já temos um lugar onde pessoas sensatas e de caráter possam buscar a solução dos problemas brasileiros”. Enganei-me. Vocês já imaginaram como estaríamos agora (nós, povo amante do futebol!) se, após a euforia da escolha da Copa no Brasil, os planejadores brasileiros entrassem em ação vendo os prós e os contras, levando em conta nossos problemas básicos e as disponibilidades financeiras do país para a construção de monumentos faraônicos?
- Ah, mas aí a competência não é do Ministério do Planejamento. É do Ministério dos Esportes...
- E, por quê existe o Ministério dos Esportes?! Para agradar Pelé, Havelange, Plater, Ronaldinho??? Esse ministério, juntamente com o da Cultura, poderiam ser partes do MISTÉRIO DA EDUCAÇÃO!...
Continuando. Uma coisa, certamente, eu desdobraria. O atual Ministério da Defesa. (E, olha que em 1968 eu fui para as ruas contra os militares). Penso que, como está, Exército, Marinha e Aeronáutica não correspondem às suas finalidades básicas. Com status de ministério, nossas forças armadas seriam muito mais eficientes no combate ao problema crucial do tráfico de drogas, na vigilância das nossas fronteiras e na defesa da Pátria, quando necessário.
O Ministério das Cidades e outros, que a gente fica imaginando para que servem – além de beneficiar partidários, parentes e amigos dos companheiros! – seriam extintos, ajudando o governo a solucionar problemas mais prementes como o reajuste dos benefícios dos aposentados que com o achatamento das suas aposentadorias e pensões ano após ano, mal sobra dinheiro para os seus remédios vitais. É uma situação lamentável a que vive os idosos no Brasil, já que estão sempre precisando de um serviço médico, e, com o que contamos, como é que fica?
De uma coisa eu garanto que não abriria mão: da criação do ministério da SERIEDADE e da COMPETÊNCIA. Talvez alguns questionassem, porque, normalmente, há sempre uma fila de “afilhados” aguardando a sua “boquinha”, para “mamar nas tetas do governo”, mesmo que, nem sempre, tenha afinidade com o cargo que venha ocupar. Por outro lado, quem conhece a desorganização dos nossos empreendimentos públicos, já está cansado dos seus desmandos. São financiamento milionário para filme inacabado; rodovias que não são concluídas; pontes que se tornaram monumentos à falta de seriedade com o dinheiro público; porto largado no meio do caminho com milhões enterrados; e, transposição de um rio que, “no andar da carruagem”, empacou e jamais solucionará o problema da seca no Nordeste. Tudo gerando prejuízos incalculáveis para os cofres públicos. Mesmo assim, depois de tantos fracassos e prejuízos, chegamos à constatação que, certos da Impunidade, muitos continuam brincando com o dinheiro público – o nosso precioso dinheiro público para o qual eu e você contribuímos – que tanta falta faz na Educação e na Segurança, por exemplo.
Mas, pensarão alguns: “o que significam esses detalhes para um país tão rico e abençoado por Deus (como o nosso!) onde o governo faz tudo para que ao povo nunca faltem o “pão e o circo”, hoje representados por bolsa “isso”, bolsa “aquilo” e por construções monumentais, onde ao pobre, ironicamente, não é dado o direito de assistir a sua diversão predileta, em razão do elevado preço dos ingressos... Como diria o Boris, “isto é uma vergonha!”
Até o surgimento das atuais manifestações políticas, encabeçadas pelos jovens das redes sociais, sinceramente, eu não acreditava que houvesse mais uma solução para o Brasil, tamanha a bandalheira aqui está implantada e o aparente desinteresse da juventude pelos problemas nacionais. Puro engano, graças ao bom Deus!