Não
é preciso, apenas, apontar erros. Necessário se faz também
apresentar sugestões. Por isso, descrevo aqui como queria o meu
ministério, já que o atual se apresenta como um dos pontos
causadores da crise governamental. Aliás, tudo no governo soa falso,
parece brincadeira. As chefes dos ministérios reunidas, com o devido
respeito, parecem mais festa de debutantes de antigamente, clube da
Luluzinha ou deslumbradas que muito tagarelam, mas pouco sabem das
suas atribuições.
Bom...
mas deixa eu falar do “meu ministério” que, não precisaria de
mais que 15 pastas, certamente. É claro que Educação, Saúde,
Transportes e Segurança, não poderiam faltar. Estes itens, que
desde muito tempo são temas de discursos inflamados de políticos,
com promessas que muitas vezes chegam a convencer os mais incautos,
mas que, regra geral, são esquecidas tão logo o candidato assume o
seu mandato.
Tempos
atrás, eu achei que haviam descoberto o “x” da questão, a
solução dos nossos problemas, quando criaram o Ministério do
Planejamento. Eu assim pensava: “não necessitamos de mais nada,
pois já temos um lugar onde pessoas sensatas e de caráter possam
buscar a solução dos problemas brasileiros”. Enganei-me. Vocês
já imaginaram como estaríamos agora (nós, povo amante do futebol!)
se, após a euforia da escolha da Copa no Brasil, os planejadores
brasileiros entrassem em ação vendo os prós e os contras, levando
em conta nossos problemas básicos e as disponibilidades financeiras
do país para a construção de monumentos faraônicos?
-
Ah, mas aí a competência não é do Ministério do Planejamento. É
do Ministério dos Esportes...
-
E, por quê existe o Ministério dos Esportes?! Para agradar Pelé,
Havelange, Plater, Ronaldinho??? Esse ministério, juntamente com o
da Cultura, poderiam ser partes do MISTÉRIO DA EDUCAÇÃO!...
Continuando.
Uma coisa, certamente, eu desdobraria. O atual Ministério da Defesa. (E, olha que em 1968 eu fui para as ruas contra os
militares). Penso que, como está, Exército, Marinha e Aeronáutica
não correspondem às suas finalidades básicas. Com status de
ministério, nossas forças armadas seriam muito mais eficientes no
combate ao problema crucial do tráfico de drogas, na vigilância das
nossas fronteiras e na defesa da Pátria, quando necessário.
O
Ministério das Cidades e outros, que a gente fica imaginando para
que servem – além de beneficiar partidários, parentes e amigos
dos companheiros! – seriam extintos, ajudando o governo a
solucionar problemas mais prementes como o reajuste dos benefícios
dos aposentados que com o achatamento das suas aposentadorias e
pensões ano após ano, mal sobra dinheiro para os seus remédios
vitais. É uma situação lamentável a que vive os idosos no Brasil,
já que estão sempre precisando de um serviço médico, e, com o que
contamos, como é que fica?
De
uma coisa eu garanto que não abriria mão: da criação do
ministério da SERIEDADE e da COMPETÊNCIA. Talvez alguns
questionassem, porque, normalmente, há sempre uma fila de
“afilhados” aguardando a sua “boquinha”, para “mamar nas
tetas do governo”, mesmo que, nem sempre, tenha afinidade com o
cargo que venha ocupar. Por outro lado, quem conhece a desorganização
dos nossos empreendimentos públicos, já está cansado dos seus
desmandos. São financiamento milionário para filme inacabado;
rodovias que não são concluídas; pontes que se tornaram monumentos
à falta de seriedade com o dinheiro público; porto largado no meio
do caminho com milhões enterrados; e, transposição de um rio que,
“no andar da carruagem”, empacou e jamais solucionará o problema
da seca no Nordeste. Tudo gerando prejuízos incalculáveis para os
cofres públicos. Mesmo assim, depois de tantos fracassos e
prejuízos, chegamos à constatação que, certos da Impunidade,
muitos continuam brincando com o dinheiro público – o nosso
precioso dinheiro público para o qual eu e você contribuímos –
que tanta falta faz na Educação e na Segurança, por exemplo.
Mas,
pensarão alguns: “o que significam esses detalhes para um país
tão rico e abençoado por Deus (como o nosso!) onde o governo faz
tudo para que ao povo nunca faltem o “pão e o circo”, hoje
representados por bolsa “isso”, bolsa “aquilo” e por
construções monumentais, onde ao pobre, ironicamente, não é dado
o direito de assistir a sua diversão predileta, em razão do elevado
preço dos ingressos... Como diria o Boris, “isto é uma vergonha!”
Até
o surgimento das atuais manifestações políticas, encabeçadas
pelos jovens das redes sociais, sinceramente, eu não acreditava que
houvesse mais uma solução para o Brasil, tamanha a bandalheira aqui
está implantada e o aparente
desinteresse da juventude pelos problemas nacionais. Puro engano,
graças ao bom Deus!