"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

OS 100 ANOS DE JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO

       Comemoramos neste mês o centenário de nascimento do mais criativo e exuberante escritor campista – José Candido de Carvalho –, apesar de estarmos sempre lembrando a data desde o início do ano. Nada mais natural, para uma Casa de Cultura que leva o nome do autor; para nós, que fazemos o Café Literário, e, especialmente, para o povo da chamada Baixada Campista.  Afinal de contas, foi graças à sua incrível obra literária,  “O Coronel e o Lobisomem” que a terra, o povo e o linguajar desta região ficaram conhecidos internacionalmente. Neste momento festivo, gostaria de prestar a minha homenagem a este ser humano tímido, filho de modestos lavradores portugueses que, no entanto, criou um romance tão original, rico e grandioso, que é admirado não apenas por leitores do Brasil, como também de inúmeros países que tiveram o prazer de vê-lo editado.
         Alguns fatos curiosos da minha vida em Campos dos Goitacazes, estão de alguma forma ligados a esta Baixada e à obra de José Cândido de Carvalho. Por exemplo: na estrada de Tocos, a caminho de São Martinho, moravam os meus sogros, que eu visitava sempre. A viagem era de ônibus que na época de estiagem me sufocavam de poeira e quando chovia, me emlameavam todo. Foi neles que mantive os primeiros contatos com o povo da região. Anos depois, no meu segundo emprego na cidade, fui trabalhar na Rua Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. No banco onde eu trabalhava, em meio a colegas intelectuais, entre eles, o poeta Antonio Roberto Fernandes, alguém certo dia matou a minha curiosidade. Eu queria saber “Quem fora na história da cidade, o CORONEL PONCIANO DE AZEREDO FURTADO? E, em meio a risos passei a conhecer não somente o extravagante personagem que dava nome à rua do meu trabalho, mas também a me interessar mais pelo criador dessa importante figura da literatura brasileira: JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO. Tomei conhecimento dos seus romances de  personagens exuberantes; das suas atividades como jornalista e funcionário público. Atuando sempre (apesar da sua timidez) com brilhantismo em todas elas, a ponto ser eleito para uma cadeira na Academia Brasileira de Letras – láurea máxima para aqueles que se dedicam à Literatura.
         Outros autores também foram atraídos pelo tema “Baixada Campista”: sua gente, seus atrativos, seus causos... Porém, ninguém com tamanha criatividade conforme o mestre José Candido de Carvalho.