"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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terça-feira, 16 de abril de 2013

GAROTOS DO CRIME


Com a violência tomando proporções inconcebíveis, a gente fica a pensar onde vai parar tudo isso? Parece até que se tornou romântico o fato de ser bandido, de contrabandear armas, drogas, de vivenciar o crime. Sob esse aspecto, estar no crime antes de completar 18 anos é fascinante! A ponto de um rapaz, faltando apenas 2 dias para a data limite da sua maioridade, deixar a sua marca, com direito a filmagem e exibição em todos jornais televisivos do país: o assassinato de outro jovem, que já lhe havia entregue o bem exigido, o celular. Mas, não! O barato mesmo era a sua atitude delituosa ficar registrada em câmeras, passar na televisão, ficar conhecido no pais inteiro. Um barato! Uma doideira! Dizer mais, o quê?
Atualmente um cara de menor envolvido no crime, numa situação como essa acima, é como um noivo que parte para o casamento, e providencia uma grande comemoração. Mas, diferentemente, do noivo que, alegremente comunica e convoca os amigos para a festa do seu enlace, a festa desse adolescente tinha data marcada e teria que ser feita a seu modo, com a sua arma, com a droga para “esquentar o clima”, a rua vazia, de moradores “prisioneiros em suas próprias casas”, protegidas por grades e com câmeras em pontos estratégicos. A trilha sonora do evento, ainda não existe. Mas a letra ele conhece bem: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que ele conhece de cor e salteado e que doravante, após os 18 anos, lembrará com saudade...
O interessante é notar que enquanto deputados se omitem em diminuir a maioridade para 16 anos, armamentos pesados chegam para o crime  com facilidade nas grandes cidades; são distribuídos, e adolescentes, muitos ainda quase crianças são abastecidos com modernas e potentes armas, pois, devido ao seu salvaguarda da menoridade, eles tornaram-se importantes agente da criminalidade. Saindo do treinamento fantasioso dos  videogames, de jogos em que, para vencer, tem que matar o máximo, já entram na faculdade do crime com o seu “treisoitão” do lado, pronto para ser chefiado ou mesmo chefiar precocemente atividades criminosas. Atualmente, é raro um crime mostrado diariamente nos jornais televisivos em que menores não estejam envolvidos.
Independentemente da idade, a vida ceifada pelo crime é sempre uma dor a mais no seio de uma família, no meio de amigos. Torna-se ainda mais dolorosa quando se mata um estudante cheio de sonhos; um noivo que desejava constituir a sua família. Mas, os garotos do crime não querem saber da dor alheia. E, acobertados por lei protetora que deputados e senadores, nem sempre “ficha limpa”, insistem em manter, eles fazem o que querem...
É difícil vislumbrar uma solução plausível para esse problema hoje em dia, com cadeias e abrigos lotados. É bem verdade que nós temos  Presidência, Senado, Câmara dos Deputados, Ministério da Justiça, Tribunais de Justiça e toda sua ramificação, Juizados de Menores, de Maiores, do “escambau”, mas, ninguém acha solução, para o envolvimento cada vez maior de garotos no crime. Parece até que quem pode fazer, faz corpo mole porque, de alguma forma, não quer se prejudicar. Mas, senhores dirigentes da nação, a Copa do Mundo está chegando. As Olimpíadas, também. Gastos milionários estão sendo providenciados. E, como fica a situação da população e do turista diante do problema? Dos que pagam impostos e/ou, eventualmente, ingressos caros, que garantem os polpudos salários dos senhores, já que não se vê uma mobilização necessária a esse respeito...
Diz o ditado que “o exemplo vem de cima”. Será que a problemática que estamos vivendo decorre de erros e da negligencia das autoridades para resolvê-las? Ou fatores exigidos há muito pela sociedade, como a diminuição da maioridade, estaria esbarrando em interesses escusos? Uma resposta precisa ser dada. Afinal de contas são muitos os políticos que procuram o povo na hora do voto. Depois de eleito, é fácil dá-lhe uma esmola oficial. Deixá-lo mal acostumado. E, quando surge um sério problema social como esse que há muito estamos vivendo, prefere recorrer a medidas paliativas e assistir de camarote o circo pegar fogo. Não é brincadeira!