O ser humano carrega sempre (uns mais, outros menos), doses de expectativas no seu dia a dia. São as esperas pelos resultados das provas escolares, dos primeiros olhares amorosos, do teste para o primeiro emprego, das entrevistas, do casamento, da saída de casa, do nascimento do primeiro filho, da doença com a consequente morte de parentes, da sua própria enfermidade... Junto com os resultados, vem também as reações, que vão desde a alegria extravasada numa roda de cerveja em família ou entre amigos, até a tristeza mais profunda, difícil de ser consolada pelas pessoas mais íntimas. A expectativa é uma coisa complicada, muitas vezes indesejada, mas que faz parte da nossa vida.
Só que, passado o trauma ou a grande alegria, vem o período de adaptação à nova realidade. Há casos supremos em que o ser humano não consegue superar dores maiores, principalmente nos casos que envolvam morte por acidente envolvendo ente querido. Mas, regra geral, após um período de adaptação à vida nova, a pessoa retoma a sua realidade diária.
Eu, com o tempo, fui vivenciando todo tipo de expectativa, reagindo de uma maneira ou de outra, conforme o caso. Quando a coisa era difícil, complicada, reagindo comendo muito. Demais, até. Engordava. Mas, nada que umas boas caminhadas pela ventilada planície goitacá não resolvesse. Tempo depois, estava eu em forma e com o problema resolvido...
Nos últimos dois anos, no entanto, eu que prefiro escrever sobre as coisas alegres, pitorescas, particulares ou não, coisas do cotidiano, sou obrigado a suportar uma terrível e cruel expectativa que me toma o tempo todo. Claro que estou falando da nossa crise política que se arrasta como uma cobra venenosa ameaçando a todos os que dela se aproximem. Quantas vezes eu não acordei pensando: é hoje! Mas, a serpente, qual um dragão ameaçador, que comanda a nossa politicagem, corrupção, ladroagem, desavergonhadamente, parece dizer: Calma! Tá apressado, por que?! E vem com outro drible, outra trapaça, no momento em que eu já pensava em partir para o abraço, os fogos.
Pobres de nós, brasileiros. Às vezes penso que nosso problema nem tem mais solução. Assemelha-se muito a um câncer devastador, que vai aos pouco se aproximando da metástase. Sim, porque a cura da doença da nação depende das pessoas por nós escolhidas e que enviamos para o Congresso. Mas, grandes artistas que são, essas pessoas – com mestrado, doutorado, PHD em levar vantagens, ladroagem naquilo que é público – ignorando por completo o significado da palavra PÁTRIA, querem mais é que o país se exploda...
Oh, Deus, tornai breve esta minha expectativa que já vai além de qualquer perspectiva...
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