"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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sábado, 31 de outubro de 2015

AS DITADURAS QUE EU VIVI

         Nos anos 60 eu estive bem no “olho do furacão” do movimento contra a ditadura militar instalada no Brasil. Participava das ações estudantis contra a cavalaria da polícia militar, na Avenida Rio Branco, no Rio de janeiro: correndo entre os carros. liberando pedras portuguesas das calçadas para serem utilizadas como armas... Nesse contexto, vi muitos carros da polícia serem incendiados, aprendi, na prática, como um jovem vestibulando luta contra um regime totalitário. Talvez, pelo fato de ainda não haver passado num vestibular de Medicina (que fora a promessa aos meus pais, quando saí de casa), eu não tenha participado ainda mais ativamente do movimento. Os universitários, por exemplo, tinham os seus diretórios que, regra geral, os apoiavam, davam guarida, enquanto eu era apenas um vestibulando que fazia refeições no restaurante estudantil Calabouço. Naquela época, o perigo era uma constante. Fazia parte do meu dia a dia. Também, com a idade que tinha, quem ia se preocupar com o tamanho do perigo? O importante era combater a Ditadura; defender a Pátria. Achávamos, simplesmente, que as decorativas pedras portuguesas, acabariam vencendo os confrontos da Rio Branco, por conseguinte, o regime totalitário implantado. Santa ingenuidade! O nosso líder estudantil, Wladimir Palmeira, com a sua voz tonitruante enchendo a avenida, era quem “comandava” a tropa de estudantes. Até que as ações da cavalaria foram se tornando cada vez mais violentas...
         Vi colega com braço quebrado em confronto; outro com a mão mutilada por bomba de gás que explodira no momento em que tentou devolvê-la. E, por pouco não tive o mesmo destino do estudante Edson Luiz, morto numa noite quando os jovens chegavam para jantar no Calabouço. Presenciei, naquela noite, o pungente velório do jovem secundarista sacrificado, enquanto colegas mais exaltados pichavam as paredes com o sangue do morto empoçado no saguão da Assembleia: “Abaixo a Ditadura!” Não sei se foram as preces da minha mãe, ou se Deus me preservou para poder estar hoje aqui, dando este depoimento. O certo é que depois de cada embate entre estudantes e a cavalaria, eu me recompunha no banheiro da primeira lanchonete que encontrasse, colocava a carteira de estudante dentro do sapato e saia, misturado aos funcionários que deixavam os prédios onde trabalhavam, no final do expediente...
         Hoje, vivemos situação muito parecida. Só que imposta por uma ditadura ideológica de esquerda de um grupo que quer se perpetuar no poder. Porém, em ambos os casos, as pessoas se esquecem da índole do povo brasileiro. O seu jeito pacato, família, trabalhador e cumpridor das suas obrigações. O regime ditatorial, seja de direita ou de esquerda, evidentemente, não combina com o modo de ser do brasileiro, principalmente pelo péssimo exemplo apresentado que dizem favorecer os mais humildes através de esmolas oficiais, enquanto amigos e familiares são favorecidos com polpudos empregos públicos, principalmente aqueles que os ajudem a permanecer no poder. Com certeza, não é um regime ditatorial que favorecerá o povo brasileiro, e, ainda por cima, é triste vermos o país afogado na violência, na corrupção, no descaso da saúde e da educação, no descrédito internacional. Não permitamos que a luta do Sergio Moro seja em vão!    

domingo, 25 de outubro de 2015

A ILIBADA “PRESIDENTA”

         Num discurso que pronunciou recentemente na abertura do congresso da CUT, em São Paulo, “a presidenta” saiu-se com esta: "Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?" Num grande nervosismo,  falando um texto não sei por quem escrito, ela, sem querer, “jogou no ventilador” ofensas, não apenas para a Oposição, mas para o país inteiro. Sim, porque não é apenas a oposição que discorda do seu modo de governar. As pesquisas estão aí para mostrar o total descontentamento do povo brasileiro sobre o seu governo.
         Não é a toa que a toda hora tem gente “pulando fora do seu barco”, antes que o mesmo afunde. O que era para ser um projeto bolivariano, independente do custo ou maneira como conseguir, hoje não passa de espetáculo circense de 5ª. categoria, aplaudido por plateia paga, patrocinado por um governo “tampão” que veio para esquentar a cadeira do seu “guru” para a próxima eleição. Na tal reunião, não estiveram presentes o Maduro, nem o Morales; os Castros também não mandaram representantes. No entanto, a figura patética do Mujica dava apoio ao tal sonho lulista que confundiu o povo, e que quase acaba com o Brasil.
         Os questionamentos da “presidenta”, não deveriam ter sido feitos pela televisão para o povo pacífico que suporta a tudo, esperando que, no fim, a situação melhore e haja condição de vida razoável (pelo menos!) para todos. Não. Os questionamentos eram para ser feitos ao seu partido, aos da coligação, aos presidentes das nossas casas parlamentares e seguidores que ainda debatem em eloquentes discursos para defender o indefensável.
         Tem uma música de Chico Buarque, “Geni e o zepelim” se não me engano, que não sei porque razão, veio à minha cabeça depois daquele dramático pronunciamento da “presidenta”. Não era para ninguém jogar nada nela, não. Longe de mim esse ato... de qualquer forma, achava melhor que a presidente fizesse o seu questionamento na Câmara Federal, onde outro “reinado” está chegando ao fim... o “rei” de lá, que já foi amigo íntimo da “presidenta”, salvando-a algumas vezes, com a sua galera do “toma lá, dá cá”, de situações vexatórias, terá, provavelmente, respostas salvadoras, ele que luta já há algum tempo para desmentir o que não tem jeito. Quem sabe? De repente, os dois poderão se salvar ou... se afundarem de vez...
         Voltando à sua pergunta, “presidenta”, já que ela, embora feita com endereço certo, foi transmitida para todo o país, devo dizer que conheço muitos cidadãos que possuem “força moral, reputação ilibada e biografia limpa”, sim senhora! – itens que, por sinal, deveriam ser obrigatórios a todos aqueles que almejam um dia entrar para essa tão desacreditada política brasileira! 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

EXPECTATIVAS

         O ser humano carrega sempre (uns mais, outros menos), doses de expectativas no seu dia a dia. São as esperas pelos resultados das provas escolares, dos primeiros olhares amorosos, do teste para o primeiro emprego, das entrevistas, do casamento, da saída de casa, do nascimento do primeiro filho, da doença com a consequente morte de parentes, da sua própria enfermidade... Junto com os resultados, vem também as reações, que vão desde a alegria extravasada numa roda de cerveja em família ou entre amigos, até a tristeza mais profunda, difícil de ser consolada pelas pessoas mais íntimas. A expectativa é uma coisa complicada, muitas vezes indesejada, mas que faz parte da nossa vida. 
          Só que, passado o trauma ou a grande alegria, vem o período de adaptação à nova realidade. Há casos supremos em que o ser humano não consegue superar dores maiores, principalmente nos casos que envolvam morte por acidente envolvendo ente querido. Mas, regra geral, após um período de adaptação à vida nova, a pessoa retoma a sua realidade diária.
        Eu, com o tempo, fui vivenciando todo tipo de expectativa, reagindo de uma maneira ou de outra, conforme o caso. Quando a coisa era difícil, complicada, reagindo comendo muito. Demais, até. Engordava. Mas, nada que umas boas caminhadas pela ventilada planície goitacá não resolvesse. Tempo depois, estava eu em forma e com o problema resolvido...
         Nos últimos dois anos, no entanto, eu que prefiro escrever sobre as coisas alegres, pitorescas, particulares ou não, coisas do cotidiano, sou obrigado a suportar uma terrível e cruel expectativa que me toma o tempo todo. Claro que estou falando da nossa crise política que se arrasta como uma cobra venenosa ameaçando a todos os que dela se aproximem. Quantas vezes eu não acordei pensando: é hoje! Mas, a serpente, qual um dragão ameaçador, que comanda a nossa politicagem, corrupção, ladroagem, desavergonhadamente, parece dizer: Calma! Tá apressado, por que?! E vem com outro drible, outra trapaça, no momento em que eu já pensava em partir para o abraço, os fogos.
      Pobres de nós, brasileiros. Às vezes penso que nosso problema nem tem mais solução. Assemelha-se muito a um câncer devastador, que vai aos pouco se aproximando da metástase. Sim, porque a cura da doença da nação depende das pessoas por nós escolhidas e que enviamos para o Congresso. Mas, grandes artistas que são, essas pessoas – com mestrado, doutorado, PHD em levar vantagens, ladroagem naquilo que é público – ignorando por completo o significado da palavra PÁTRIA, querem mais é que o país se exploda...
           Oh, Deus, tornai breve esta minha expectativa que já vai além de qualquer perspectiva...  

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O ÚLTIMO CAPÍTULO

         Cheio de ansiedade, espero assistir hoje, 7 de outubro de 2015, ao último capítulo da lastimável novela que tem por protagonistas Lula, Dilma, mais um elenco de apoiadores, e coadjuvantes, que somos eu, você, e o sofrido povo brasileiro. Num dia cheio de embates, espero que a verdade prevaleça e o bem vença o mal de forma retumbante, para que o povo consiga parar de sofrer, respirando aliviado, depois de tantos fatos negativos, num enredo maquiavélico, num verdadeiro vale tudo em que, no afã de perpetuação no poder, está levando o país para um imerecido e depreciativo lugar entre as nações mundiais...
         Sei que não vai ser fácil, porque no momento, a trama dos atores principais que também são responsáveis pelo roteiro e pela direção desse pungente drama brasileiro, é “empurrar com a barriga” para o ano de 2016, quando conseguiriam tempo e espaço para brincar com a Economia, e com a paciência do povo. Para isso, tentarão usar todas as suas forças para conseguir incriminar aqueles que se atreveram em julgar seus crimes. No seu entender, Ministros do TCU ou do STF, são figuras insignificantes, não devendo se intrometer na vida dos grandes ídolos, ou dos grandes deuses que se consideram. No seu roteiro do novelão e na sua imaginação, eles são invencíveis. Só que não contavam com a coragem do juiz do Paraná...
         Só que o povo, já não aguenta mais, diante de tantas roubalheiras e se manifesta, depois de ver irmãos morrendo na porta dos hospitais, por falta de estrutura hospitalar ou de atendimento médico. O povo não aguenta mais a falta de segurança, em razão da qual as famílias se trancam nas suas casas e, ainda assim, são cassadas no trânsito congestionado, ou se por descuido entram num lugar dominado pelo crime. O povo também não aguenta mais os gastos faraônicos do governo sem correto planejamento, como o da transposição rio São Francisco, Apesar de estar secando, como comprova o avanço do mar na sua foz, ainda assim tentam, a peso de ouro desviar sua agua, sem antes garantir seus mananciais, na nascente, nos afluentes, nas margens sem proteção. O povo não aguenta mais tanta corrupção, através da qual consegue fortunas para manter seus acordos políticos tentando a todo custo a sua manutenção no poder.
         Tentando passar para o povo uma imagem de zeladora das finanças do país, a “presidenta”, corta 10% do seu salário. Coitadinha... será que não vai fazer falta aos gastos constantes com a sua imagem: seus penteados, seus modelos, que ela cuida tanto... Afinal, é uma primeira dama mundial. A imagem em primeiro lugar!
         O certo é que esse novelão brasileiro poderá terminar a qualquer dia, a qualquer hora (depende da Justiça!), e que temos uma personagem requintada que já não governa nada, tentando a todo custo, esquentar o assento presidencial para a volta do seu guru, que está prestes a prestar conta com a Justiça. Para que, afinal, possamos ter um Final Feliz nesse sofrido drama  
Nas novelas globais, costuma-se fazer dois ou três finais possíveis. Mas, certamente, o que o povo deseja ver na telinha, é o fim de todo esse desmando, desse desgoverno, dessa falta de planejamento, dessa corrupção que a anos vem tentando tomar conta do país... para sempre!