"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

LEMBRANÇAS DE UMA SÓRDIDA CAMPANHA

         Me desculpem, mas só agora consigo fazer este comentário. É que a derrota de um sonho acalentado pela metade da população do país me deixou arrasado, desnorteado. Sem saber o que falar... Acho que ideias, agora, já se encontram perfeitamente aptas para esta exposição.  Por exemplo: eu acho até que se o candidato da Oposição enfrentasse sempre a candidata da Situação com o ímpeto que a enfrentou no debate do SBT, a coisa teria sido diferente (quem assistiu àquele debate, certamente se lembra como a desafiante saiu dele quase “nocauteada”, sem saber o que dizer, tomando água para se acalmar). Mas, vieram os marqueteiros, os partidários do partidão em todos os níveis reclamando do tom do tal debate, pedindo “propostas” e não “baixaria” e o resultado foi que mais “educado” no debate seguinte (Record) o candidato acabou sendo dominado pela desafiante que, de proposta não tinha nada, a não ser levantar a bandeira do Bolsa Família até as últimas consequências, fazendo ver à “base da pirâmide” que tinha que ganhar,  para que o programa pudesse continuar... conta-se que no Nordeste e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a propaganda correu solta, ameaçando os beneficiários com a hipótese da perda do programa.
         Sobre o candidato “filhinho do papai”, tantas outras infâmias e calúnias foram proclamadas, além da perda do “Bolsa Família”: agressor de mulher (talvez por ter respondido à altura, no primeiro turno à candidata do PSOL, ou quase ter levado a nocaute a sua desafiante, no programa do SBT).  Mas, caramba! Não é isso que o Partidão sempre fez? Omitindo dados negativos  ao governo; mentindo,  xingando, caluniando, difamando qualquer um que atravessasse o seu caminho, tentando se manter no poder, a qualquer custo, eternamente?...
         Não vou questionar o resultado eleitoral. Mas é estranho que antes do pleito computadores ligados ao Palácio do Planalto e a órgãos do governo tivessem tentado modificar textos de jornalistas para beneficiar o governo. Por aí, chegasse à conclusão da facilidade de hakers governistas poderem manipular a eleição (que só á noitinha começou a divulgar resultados). Países tecnicamente mais evoluídos que o nosso, por exemplo, ainda se utilizam dos votos contados manualmente. Seria pela segurança?...
          O que eu sei é que um boato, talvez o mais sórdido de todos que circularam foi o da possível divisão do país entre Nordeste e Sudeste, com Minas se transformando num lago imenso. Eu cheguei até a ficar preocupado já que, nordestino como sou, moro em Campos, no Sudeste,  há mais de trinta anos. Teria eu que providenciar passaporte para visitar a terra que me viu nascer? A terra onde meu segundo filho (que fez o caminho inverso ao meu, indo morar no Piauí) lhe deu trabalho, e onde ele constituiu família?
         Acho muito estranho que um país imenso como o nosso deixe de lado tantos problemas modernos – como a informatização, que aos poucos vai acabando com inúmeras profissões – sem buscar (apesar do tantos ministérios, inclusive um de nome pomposo, “Ministério do Planejamento”) criar atividades específicas para o cidadão, principalmente o de baixa renda, para que ele possa honestamente ter sua família. Ao invés disso, o Brasil, ultimamente, prefere dar ouvidos a políticas ultrapassadas, agraciando outros seguidores com verbas produzidas pelo suor do brasileiro que poderiam estar contribuindo para o trabalho do nosso cidadão.
         A expressão de alegria exacerbada do líder do partido (que comanda a braço de ferro a política do partido e tudo o que ocorre no país nos últimos anos), ao lado de uma presidente de sorriso amarelo, no dia da eleição, retrata bem o desejo de mudança do povo brasileiro (no mínimo a metade dele!) para um país sério, sem privilégios, que não  beneficie apenas alguns (filho, filha, parentes e partidários daqui e lá de fora). O país não é apenas um partido.  Em 12 anos, por exemplo, estamos vendo São Paulo e região sofrendo com a seca, com ares do mais árido Nordeste brasileiro.
         Não seria a hora de pensarmos com seriedade essa grande área que herdamos, e passarmos a tratá-la como um legítimo país, uma grande nação?! Não apenas beneficiar alguns em detrimento de todos?! Vejam a falta de planejamento no desmatamento da Amazônia o que está causando. É hora de pensarmos o Brasil como país, nação, pátria, acima de tudo, e, não ficarmos cuidando de problemas alheios, para que não tenhamos, nos próximos anos, não apenas uma região sofrendo com a seca, mas um imenso país, padecendo por falta de um planejamento capaz de administrar  sa nossa potencialidades de Nação. A Saúde, a Educação, a Segurança a Família, acima de tudo, pedem socorro. É tempo de administrar o Brasil com seriedade!

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