"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

LEMBRANDO O POETA


O poeta Antonio Roberto Fernandes foi uma pessoa admirável. Nascido na cidade de São Fidélis, município fluminense vizinho de Campos, alfabetizado muito cedo, muito cedo começou a fazer poesia, familiarizado que estava com a leitura dos clássicos da poesia brasileira. As grandes famílias brasileiras de antigamente tinham que ter um médico entre os seus filhos. Na de Antonio Roberto, ele fora o escolhido. Com um pouco de sacrifício de todos, lá estava ele na Faculdade de Medicina de Campos, mexendo com autópsias, operações, aprendendo como tratar fisicamente dos mais diferentes órgãos do corpo humano, inclusive o coração. Mas, o poeta não tinha muita habilidade com a profissão. Para ele era difícil lidar com diagnósticos, estetoscópio, doenças, consultas ou técnicas para cuidar de órgãos humanos, incluindo aí o coração. Sua habilidade com esse órgão vital do ser humano, principalmente o feminino, ele aprendera a tratar desde muito cedo de outra forma. O seu tratamento exigia galanteios, atenções, flores e versos. Isso, o fazia uma pessoa extremamente humana no tratamento dos seus semelhantes. Por essa razão, ele, após conclusão do seu curso, renunciou a Medicina e, passando num concurso para o Banco do Brasil, desenvolveu sua vida profissional, constituiu família e educou seus três filhos.
Antonio Roberto não possuía curso de letras, mas sabia, como ninguém, tudo sobre literatura brasileira. E, o mais importante, partilhava o seu conhecimento com qualquer um que o buscasse para esclarecer uma dúvida ou uma prosear sobre assunto literário. Eu, que em Campos fui seu colega no BB, aos poucos fui conhecendo melhor o poeta. Primeiro, participando dos lançamentos dos seus livros. Depois, participando de um curso de literatura por ele criado no Palácio da Cultura, onde era Diretor da Biblioteca. A partir do ano 2000, ele passou a comandar, no palácio, a sua criação maior, o “Café Literário”, onde, durante oito anos, doou o melhor de si, numa grande festa em que intercalava declamações de poesia com música, folclore, dança, e convidados importantes da literatura brasileira. Em determinado momento das duas horas que durava o café, ele costumava dizer, após a leitura de um vibrante texto poético: “Eu não tenho inveja de nada de nada nesta vida, a não ser de alguém que escreveu um texto como esse!...” Um grande homem e poeta que, entre as inúmeras atrações, apresentadas no seu Café Literário, nos presenteou com uma grande mulher e poetisa: LYSA CASTRO.

Obs: o texto acima faz parte de um livro sobre a poetisa Lisa Castro, em preparação.

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