Mais
uma vez, aqui estou eu selecionado na categoria de escritor campista,
na homenagem que o CCAG presta à classe, na noite de 19 de julho.
Mas, seria Escritor um cronista que de vez em quando acorda fazendo
poesia? Ou tem, ainda, engavetados textos de teatro? Ou escreveu
livros e organizou a antologia da Academia Pedralva, de onde é
acadêmico? Não sei... Mas, como adquiri este hábito de passar
sentimentos para o papel, seja em que formato for, e, já com 6
livros escritos e 2 em preparação, o que na realidade eu sinto é
uma grande satisfação em poder expressar esta dádiva que Deus me
deu,
Porém,
não custa nada questionar:
Se
você, quando pequenino, ouviu da sua mãe histórias que costumavam
levá-lo ao sono mas que, aos poucos, a sua mente infantil
transformava em sonhos....
Se,
mais tarde, na alfabetização, você conheceu a magia da leitura e,
com ela, a curiosidade pelos primeiros textos que, apesar de
singelos, mexeram com o seu inconsciente...
Se,
com a adolescência, o seu coração bateu mais forte por uma
vizinha, uma colega de escola, ou mesmo uma amiga da sua irmã que um
dia esteve em sua casa, e você não conseguia tirar aquela imagem da
sua cabeça...
Se,
depois, no colégio o professor de português lhe pedia para falar
sobre determinado tema e a sua dissertação acabava elogiada pelas
construções que você costumava empregar no texto...
Se,
um livro que marcou, um poema que tocou fundo o seu coração, uma
peça teatral que lhe arrebatou, um artigo jornalístico que você
por empolgação, leu e releu tantas vezes, mexendo com seus
sentimentos de cidadão...
Se,
na morte do seu pai, da sua mãe, no seu casamento, ou no nascimento
dos seus filhos, meditando sobre o inevitável CICLO DA VIDA, você
escreveu textos e poemas tocantes que causaram admiração dos que
leram...
Se,
nas suas noites de angústias, na sua solidão, quando você tantas
vezes recorreu a DEUS, e rezou uma prece que um dia ouviu ou leu e
que nos seus momentos de sufoco a ela recorreu, como remédio, um
bálsamo para a alma...
Se,
você já passou, ou passa por tudo isso, meu caro, acredite: são
momentos como esses que fazem de alguém um poeta, um cronista, um
escritor. E, é esse ESCRITOR que, ao transpor para o papel o seu
sentimento, vai construindo as suas criações, que manipula, dá
vida e sentimento, transferindo-lhes sempre um pouco daquilo que já
viveu...
Via
de regra, cada autor tem a sua característica, a sua marca, ou
seja: a maneira como escreve o seu texto. Com sutileza, graça,
malícia, erotismo, amor, retórica, crença no que está dizendo, e
tudo o mais que, com o seu estilo peculiar, vai torná-lo conhecido
como ESCRITOR.
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