"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 1 de julho de 2010

TERESINA, DUAS EMOÇÕES

Conhecer meu neto era o objetivo maior da minha viagem ao Nordeste, em maio deste ano. Quando cheguei a Teresina, como um rei mago que viera de longe para adorar o Rei de todos, não encontrei a criança envolta em auréolas, num ambiente resplandecente, mas dormindo seu sono inocente no silêncio, na penumbra do seu quarto. Seus dois meses de vida, o medo de machucar tão frágil criatura, não me permitiram pegá-lo no colo de imediato. Com quase uma semana de contatos superficiais, num dia em que ele chorava bastante, consegui retirá-lo do berço, sentir o seu arroto retido e sua golfada aliviadora. Depois, acomodado sobre o meu peito, ele dormiu um sono tranqüilo por um bom tempo. Naquela hora, superados os receios e com a camisa suja da sua golfada, eu pude enfim conhecer o verdadeiro significado da palavra Avô.

Amante das letras, também estava reservada para mim, em Teresina, outra grande emoção: a minha participação no SALIPI, na capital piauiense. Minhas atividades culturais em Natal e em Mossoró não foram tão grandes. Em Mossoró, visitei jornais, amigos, participei de lançamentos e comprei livros. Mas, devido à coincidência de datas não pude ficar para ver o “Chuva de balas no país de Mossoró”, cujo texto é de autoria do mano Tarcísio. Felizmente, o interesse da mídia (leia-se Jornal Hoje, da Globo) pelos festejos juninos no Nordeste, que este ano chegou a Mossoró e os recursos da Internet permitiram que, na minha volta, e em meio aos jogos da Copa do Mundo, eu assistisse ao grande evento artístico realizado na cidade, que celebra a resistência do povo mossoroense ao bando de Lampião.

O 8° Salão do Livro do Piauí – SALIPI -, não foi para mim apenas uma grande festa, mas um dos grandes acontecimentos da minha vivência literária. Apesar de não estar relacionado como atração da belíssima festa, me envolvi de tal maneira com o espírito da feira, participando de conferências e debates -, que só tenho a agradecer aos seus organizadores (Luiz Romero, Jasmine Malta, Feliciano Bezerra, Wellington Soares e Cineas Santos), bem como à secretária da Fundação Quixote, Lana, e demais colaboradores, que me abriram as portas do evento, permitindo inclusive que lá autografasse os meus livros.

De prestígio nacional (ver matéria na revista CULT de maio), a feira deste ano foi um êxito total, o que vem compensar a luta ferrenha dos seus organizadores. Com um vasto programa que incluía nomes como Afonso Romano de Santana e Marina Colassanti; contando com a participação do consagrado autor piauiense Assis Brasil, autor de mais de 100 títulos, entre os quais “Beira rio, beira vida” e “Os que bebem como cães” (que na ocasião proferiu palestra sobre a criação literária); a feira de Teresina que não é bienal, como as que conhecemos em outras regiões brasileiras, mas sim “anual” e está na sua 8ª edição, viveu durante uma semana, dias intensos e fascinantes de literatura, principalmente para os alunos pequeninos e barulhentos que, com suas professoras, percorriam enfileirados e com grande curiosidade as alas e os stands da feira.

Foi a minha nora Lúcia quem me alertou para a realização da grande festa das letras do Piauí, quando lhe falei da viagem para conhecer o meu neto: “Venha no início de junho que o senhor aproveita para assistir ao SALIPI”. Foi o que aconteceu. E não me arrependi. Ao contrário, sou-lhe muito grato pelas duas grandes emoções por mim vividas em Teresina.

Prometo marcar presença no ano que vem. Para comemorar o 1º aniversário do Leonardo e para participar do 9ª SALIPI. Se Deus permitir!

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