Um
dia desses, ao sair à rua e andar em direção à Pelinca, levei um
baita mas agradável susto que me trouxe à memória um filme do
diretor italiano Federico Fellini. Esse fantástico diretor, na sua
obra-prima “La Dolce Vita” (onde retratou a burguesia italiana
dos anos 60 de maneira magistral), mostra a certa altura a beleza
esplendorosa de Anita Ekberg, uma bela miss Suécia que se tornara
estrela de Hollywood. Fellini, misturando ficção com realidade,
introduz Anita no seu filme, fazendo com ela um incrível alvoroço
pela cidade de Roma. Vão a boates, aos pontos turísticos, incluindo
um sensual banho tomado pela estrela na Fontana di Trevi, e um enorme
out door em que ela faz propaganda de determinada marca de leite.
Essa
ousada propaganda aconselhava a população a beber mais leite, onde
o ponto central da campanha se detinha primordialmente no generoso
decote da atriz, que deixava os homens alucinados com a sua pose
sensual, onde os seios fartos e belos tomavam quase todo out dor.
Estrategicamente, à frente dos famosos seios (àquela altura só
comparados aos de Jayne Mansfield e de Sofia Loren) um grande copo de
leite, principal motivo da campanha, era um mero coadjuvante... os
lábios sensuais da atriz pareciam dizer “Beba mais Leite, que
Leite faz bem...” conforme ensinava um jingle que era tocado no
filme. O certo é que, no enredo do filme, um cidadão romano
enlouquece com o out door tão insinuante, a ponto de ter sonhos
sensuais com a atriz e sua enorme propaganda indo, no auge do seu
delírio, parar entre aqueles fartos e maravilhosos seios,
quase se afogando, no seu fantástico delírio.
Naqueles
anos tão marcantes para as artes, em que o entretenimento era
dominado pelo cinema americano, os atributos físicos mais admirados
da mulher eram os seios. Daí, o enlouquecimento do cidadão romano
no referido filme. Depois o Brasil, através do samba e da praia veio
glorificar o bumbum feminino. Mais, ainda, quando a loura e a morena
do “É o Tchan”, resolveram explorá-lo em todas as dimensões e
em todos os ritmos. Viraram mania e unanimidades nacionais.
No
início da surpresa causado por um sensual out door colocado à
frente de uma academia de musculação, com a nossa fabulosa morena
Sheila Carvalho. Ela ali estava em tamanho natural revelando
sensualidade em tudo: eram os seus belos e profundos olhos verdes;
seus lábios sensuais, provocativos, como a convidar: “faça
musculação, musculação faz bem”...; e um corpo de deixar
alucinado qualquer mortal que ficasse mais tempo a admirar aquele
monumento de pernas esculturais e aveludadas. Se Fellini filmasse
hoje La Dolce Vita, e se conhecesse a sensualidade do out dor da
academia de Sheyla Carvalho, acho que ele pensaria duas vezes em quem
escolheria para simbolizar melhor a sedução no seu filme.
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