"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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quinta-feira, 3 de março de 2011

PREFÁCIO

O meu amigo Roberto Acruche me pede um prefácio para o seu livro “O mangue da moça bonita”. Conhecendo o talento que é, nas letras e na política, esse filho do antigo sertão de São João da Barra, hoje próspero município de São Francisco do Itabapoana, arrisco algumas linhas para o seu mais novo trabalho. Roberto Acruche é um empolgado historiador da sua terra, que conheci declamando românticos poemas, no Café Literário de Campos, criação do saudoso poeta Antonio Roberto, onde buscamos crescer literariamente, partilhando com outros poetas e prosadores nossos trabalhos literários.

Sobre o livro: trata-se de uma bonita lenda passada há muitos anos atrás, no manguezal de Gargaú, na foz do rio Paraíba. Ao lê-lo, lembrei-me de outras duas histórias. A primeira, “Cinderela”. Por quê? Porque essa moça bonita da lenda gerou, desde cedo, a inveja de muitos, inclusive das suas irmãs mais velhas: Ilde e Elda. E, desgraçadamente, acabou morta pelas duas, quando a Moça Bonita conquistando o coração de um moço rico que um dia apareceu no mangue, preparava-se para casar, quando usaria (presente do noivo!) um belíssimo vestido de noiva. Conta-se que é com ele que ela aparece, de vez em quando, vagando pelo manguezal. Outra imagem que me vem à mente é aquela de “Gabriela”, de Jorge Amado, vivida na TV por Sônia Braga. Tanto na novela quanto na lenda, as personagens são misto de inocência e sensualidade, gerando inveja que, no caso da moça, acabou sendo fatal.

Preciso ressaltar também, o valor desse resgate cultural (poderia ser qualquer outra manifestação popular). Um povo que não valoriza o seu passado, não pode ser levado a sério. Constantemente vemos imagens de Olinda (seus casarões, sua musicalidade, seu folclore; idem, Salvador, com suas ricas igrejas, sua história, suas tradições africanas; também as cidades históricas de Minas, onde constatamos o nosso heróico passado.

Por tudo isso, abraço o confrade Roberto Acruche, por seu amor à terra, e pelo resgate dessa bela lenda passada no manguezal de São Francisco do Itabapoana. Parabéns!

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