"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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sábado, 15 de fevereiro de 2014

EIS O HOMEM!

         Confesso a minha grande decepção: não foi o que eu esperava a prisão de Caio Silva Souza, o moço que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da Band, ao acionar um artefato numa manifestação contra o aumento das passagens de trem, na semana passada. Sim, porque pela violência usualmente praticada pelos Black Bloc durante as manifestações de protesto eu esperava que fosse mostrado à imprensa um animal, uma fera raivosa, um pit bull enfurecido, um indivíduo que mesmo acuado estivesse pronto para atacar e destruir quem e o que encontrasse pela frente, não fazendo a menor análise do que os seus atos pudessem produzir. Imaginava que ao ser localizado, o homem (quase adolescente!) tivesse olhos faiscando, boca espumando e atitude de pronto ataque.
         Não foi nada disso que vimos na “triunfal” apresentação de um dos autores do disparo do artefato que matou Santiago, antigo e exemplar cinegrafista da TV Bandeirantes. Operação que, inclusive, contou com a participação da namorada e do advogado de defesa do rapaz. O que se viu pela televisão, foi uma pessoa acuada e arrependida, se entregando; renunciando a um ideal (???); desistindo das “façanhas” dos que hoje se encontram no poder; largando no meio do caminho o sonhado refugio que buscava no Ceará, em troca de uma “confortável universidade do crime”, onde agora ingressa.  
         Eis o homem! Ou “os homens”!? Porque esse que é entregue como troféu, a despeito da sua atuação como black bloc, tinha conceito de pessoa honesta. De classe econômica muito pobre, trabalhava e era elogiado pelos colegas! Para melhorar o seu parco orçamento, fora convocado para “fazer bicos” a R$ 150,00. Para tanto deveria enfrentar policia, depredar, incendiar e correr todos os riscos que correm os fora da lei, por cada manifestação. Além do extra, teria a seu favor o anonimato garantido pelas máscaras negras fornecidas. Em entrevistas, deixou entrever que havia grupos de financiadores bem organizados, que chegavam ao requinte de apanhá-lo de carro para cada “trabalho”. Um trabalho que para ele era muito prático porque podia trabalhar “honradamente” durante o dia, e faturar um ganho “sujo” à noite, ameaçando, destruindo (e, agora, matando). Tudo anonimamente. Jogo estranho e doloroso esse para um jovem de apenas 23 anos, que acabou causando uma dor imensa numa família do Rio, que seguramente, atinge todo o país.  
         A minha decepção maior é saber que Caio Silva não leva consigo para atrás das grades todos os corruptos, que o levaram ao crime, já acostumados a aliciar a nossa juventude, cientes da impunidade que o poder e o dinheiro representam. Eles, que tantas vezes posam de bons moços, de chefes de família exemplares, de benfeitores dos pobres (políticos, principalmente), é que deveriam ser os primeiros a irem para atrás das grades! Mas, infelizmente, continuarão por aí, levando nossas crianças e jovens para o crime, patrocinando Black blocs, destruindo o futuro do Brasil. Até quando?

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

ALEGRIA DE LEONARDO E NOSSAS INCERTEZAS

     Preocupado em concluir e editar o livro em homenagem à grande repórter, cronista e poetisa Lysa Castro, com toda a minha atenção dedicada a esse fim, não pude ainda falar da grande graça e alegria que o meu filho Rodrigo e minha nora Lúcia me proporcionaram, trazendo do Nordeste o meu neto Leonardo para passar as festas de fim de ano conosco. É dispensável dizer do entusiasmo, da alegria, enfim do contentamento que vivemos com cada uma das suas brincadeiras, cada uma das suas perguntas, dos seus apelos que nos levava, invariavelmente ao tempo de criança, partilhando da sua energia, como se criança fosse também...
     Infelizmente, esse maravilhoso quadro descrito acima, torna-se cada vez mais raro na família brasileira, tão humilhada ultimamente. Basta vermos, quando num momento de descanso, nós pegamos um jornal ou ligamos a o computador ou a televisão para nos atualizarmos.  À página Gl de hoje do meu computador, por exemplo, o que trás de bom? Sinceramente, quase nada! Primeiro aniversário do trágico incêndio da Boate Kiss em Santa Maria da Boate, e uma variedade de notícias trágicas resultantes da mudança do tempo, do trânsito alucinante e de manifestações contrárias aos gastos da Copa. E tantas outras notícias desagradáveis. Uma, porém, como pai, me chocou ainda mais. O estudante que foi morto à saída de uma boate em São Paulo havia passado no vestibular. E, eu pergunto: até onde vai o descaso com a nossa juventude e com a segurança do cidadão brasileiro...
     As pessoas criticam o Judiciário pelos desmandos que estão ocorrendo na nossa sociedade. Mas, na realidade, ele é o menos culpado dos poderes constituídos. Porque, quem faz as leis é o Legislativo, que faz “corpo mole” na elaboração de Códigos, buscando sempre mais vantagens junto ao executivo... privam-nos, dessa forma de leis mais modernas e atuantes que aliviariam em muito a situação que vivemos. Já o executivo, parece querer ver o “circo pegar fogo”! Pensando num poder eterno para si, fica com projetos paliativos para “adoçar a boca do povão”, enquanto Poderes Paralelos se enraízam e “dão as cartas” abertamente. Dentro de pouco tempo estaremos com a Copa do Mundo no país. Estaremos? Sim, é perfeitamente cabível a dúvida do cidadão, que a bandidagem já transformou em prisioneiro domiciliar, e, com muita dor  assiste a seus filhos, (a muito custo educados!) serem mortos barbaramente sem que na nada seja feito... Que Deus tenha piedade da nossa Juventude e do futuro do nosso país. Pois, quem sempre foi tratada como “o Futuro da Nação”, não era para ser tratada da maneira que estamos assistindo atualmente!
     E, me desculpe meu neto Leonardo, por ter iniciado essa crônica tão “pesada”, com a sua alegria. Mas, é pelo seu futuro que nós temos que reclamar!

domingo, 1 de dezembro de 2013

A LONGA PENA (SEM CULPA) DOS APOSENTADOS

O sadismo é uma coisa impressionante inerente a este governo. O povo sofre com o péssimo atendimento médico; as crianças sofrem com as escolas em péssimas condições e com a falta de professores. O tráfico toma conta da sociedade. E, pouco ou nada é feito; quando muito, medidas contrárias ao bom senso, à ética e a forma de governar, conforme as contratações de médicos estrangeiros, quando o certo seria dar condições adequadas a profissionais brasileiros, além da implantação de escolas de Medicina em locais mais distantes. Mas, não... acabam não exigindo o necessário dos médicos importados: o domínio da língua, e o mais grave o exame “revalida” já que vão trabalhar com seres humanos. “Dá só um tempinho que o povo cansa de reclamar, a mídia para de comentar e tudo volta ao normal” parece ser o seu lema.
    Agora, vem mais um “grande benefício”: o empréstimo para os compradores de imóveis, encherem suas casas com móveis e eletrodomésticos. Como vão pagar esses empréstimos, é o que menos interessa ao governo. Pois, para isso eles dispõem de polícia para retomar os objetos, e para desocupar as casas, se necessário. Não sei como essa gente vai pagar esse “santo” benefício. Mas, sei muito bem quanto o “generoso” empréstimo consignado, que ele criou para captar da pouca renda dos aposentados, funciona: depois de comprometer 30 por cento de uma já defasada aposentadoria, em intermináááááaveis, (igual ao benefício que uma famosa lâmina de barbear) prestações mensais. Ou seja, cada mais aperta a corda no pescoço do infeliz idoso.
    É engraçado como políticos, membros do judiciário, e do executivo tem o direito de reajustar seus vencimentos, e ainda os levam para a aposentadoria, intocáveis! Muitos, além dos reajustes da ativa, ainda vão receber promoções mesmo na reserva. Enquanto eles, os que mandam, cínicos e sádicos, riem na cara daqueles que nada podem fazer...
    Alegando que se pagar o justo aumento aos aposentados, a Previdência quebra, viram-lhes as costas. E, ficam com a faca e o queijo nas mãos, pois, os velhinhos e as velhinhas não tem forças para gritar em manifestações, para dar prejuízo aos comerciantes, bancos, ou ao governo, nem para envergonhar a polícia, tantas vezes acuada ou ferida por manifestantes que, em muitos casos, parece mesmo apoiados pelo governo, para silenciar aqueles que trazem para as ruas as suas justas e honestas reclamações.
    Janeiro vem aí. Será que dessa vez o governo vai olhar para os aposentados com olhos mais humanos, pois, dinheiro para tanta coisa menos importante, ele tem; ou vai penalizar mais uma vez os aposentados – que trabalhou duro e honestamente – como criminosos, passiveis de pena até o fim da vida. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

FILHO NÃO É UMA COISA QUALQUER

Ultimamente, tenho me chocado muito com a maneira como as nossas crianças tem sido tratadas. O caso mais recente – do menino Joaquim – causou estarrecimento, apesar de fatos dessa natureza já estarem se tornando rotina nos programas policiais das nossas televisões. Cada dia que passa nos deparamos com mais acontecimentos cruéis semelhantes.
Não sou filósofo, religioso, educador, nem alguém “mestre” ou “doutor” no tema. Mas, acredito que alguma coisa deveria ser repensada para que erros familiares traduzidos em ciumadas, frustrações, irresponsabilidades, desvios psicológicos, vicio em drogas, erotismos exagerados – falta de Deus, principalmente! – não continuasse a produzir notícias tão profundamente tristes quanto a desse garoto...   
Gente, filho diante da magnitude da sua concepção, é coisa para ser pensada quando a união do casal já estiver solidificada e não restem dúvidas quanto à escolha, e não de qualquer maneira, num alegre “ficar” de um mega show qualquer, regado a “sei lá o que”... Semelhante à criação do Deus, a concepção nos torna coparticipe da Sua obra ao gerarmos um ser a nós semelhante. Daí, o respeito com que o fato deve ser tratado. Planejado com amor, o novo ser deve ter a atenção e o carinho do casal sempre: do berço ao Jardim de Infância; das travessuras de criança à responsabilidade de jovem; das primeiras letras ao curso técnico ou à universidade que lhe abra o caminho da vida profissão, é essa a missão dos pais. FILHO não é uma coisa qualquer, que possa ser descartada, jogada no lixo, ou eliminada por qualquer problema inerente à criança ou, muito mais grave ainda: problemas inerentes aos seus pais.
No momento em que já se vislumbram as festas natalinas, quando os nossos corações se regozijam com a chegada do menino Jesus, elevemos a Deus as nossas preces! Que o inocente Joaquim (tão brutalmente sacrificado!) tenha a recepção que merece nos céus. E que a nossa pátria pare de produzir tanta coisa ruim como passou a fazê-lo ultimamente.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DAS DUAS, UMA


Ou o governo está apoiando o vandalismo (faria parte do seu projeto de governo “eterno”) ou não tem pulso para acabar com o mesmo. Senão, vejamos. Desde o movimento iniciado em junho quando, após as fantásticas passeatas dos internautas, os Black block promoveram as primeiras destruições no Rio de Janeiro, todo mundo sabia que aquilo não era legal. No entanto, os baderneiros desde o início das manifestações tem sido tratado com um cuidado que é quase um respeito, como se as autoridades estivessem tratando com irmãs de caridade ou crianças de jardim de infância: “pisando em ovos”. A impressão que temos é que apesar de toda insegurança que estamos vivemos, de todo prejuízo ao país, de todo o transtorno por que passa a população... Depois de tudo, mesmo sem a devida proteção ao cidadão e ao bem público, o governo sai mais prestigiado. Sinceramente, o cidadão honesto que paga seus impostos não consegue entender...
Estarrecido, o povo assiste diariamente, há mais de quatro meses, a um desfile de escaramuças, de vandalismo, de praça de guerra, de bem publico depredado, de bens particulares incendiados, milhões e milhões em prejuízo, população de periferia refém das balas perdidas e, consequentemente, o povo se revoltando com o que está ocorrendo em todo o país, principalmente, no triangulo Rio, São Paulo, Belo Horizonte, onde já está impraticável andar de ônibus ou de trem. Dá para o cidadão viver assim? Claro que não! Quantas notícias de “saidinhas de banco” envolvendo aposentados (que já faz um tremendo malabarismo para ver chegar ao dia do próximo pagamento). E, as mulheres, que já procuram cursos de defesa pessoal para proteger seus celulares, suas bolsas, sua honra, sua vida... parece tudo entregue aos vândalos.
A vida deixou de ser julgada por uma Justiça questionável para ser julgada por tribunais do crime; ou, defendida, muitas vezes com riscos, quando o cidadão decide pelo enfrentamento para proteger os seus bens e a sua família. É duro constatarmos a realidade que estamos vivendo. E, um partido que prometia o paraíso terrestre (em forma de “bolsas”, inclusive para presidiários, e de Copa do Mundo onde, devido ao alto custo, poucos poderão ter acesso...), tenta se perpetuar no poder fazendo as mais esdrúxulas jogadas como acordos com antigos adversários comprovadamente corruptos; tratando as grandes empresas nacionais como fontes de renda para seus projetos; para agradar a Cuba, trás de lá “batalhões” de médicos, quando poderia aproveitar os nossos, desde que lhes dessem condições mínimas de trabalho no interior.
A insatisfação é grande. Inúmeras são as classes que reivindicam melhorias para suas dificuldades financeiras, para o deleite dos Black bloc, que veem mais chances para a sua livre atuação destruidora. Parece estar tudo errado. Enquanto isso, a presidente tentando “tapar o sol com a peneira”, sorridente e se multiplicando nos meios de comunicação, procura justificativas para dizer que nunca houve um governo igual a esse. Pensando bem, é verdade: nunca houve nada igual ao que estamos obrigados a assistir!

sábado, 19 de outubro de 2013

A QUE PONTO CHEGAMOS...



Tornou-se banal, corriqueiro, nós brasileiros convivermos com o crime. Ele está ao nosso lado vinte e quatro horas por dia. E, o que é pior: comandado, em grande parte, por aqueles que nós nos  acostumamos chamar de “futuro da Nação”. Como é que pode o Brasil chegar a uma situação dessas? Se ainda havia alguma dúvida a respeito do problema relacionado à violência no seio da nossa juventude, o episódio exibido nos jornais televisivos desta semana vem esclarecer: um adolescente, na garupa de uma moto, tenta roubar outra moto, ameaçando seu ocupante com um revolver. Para sorte do dono do moderno veículo, um policial militar ativo e consciente do seu dever, passava na ocasião e evitou que o crime se consumasse, baleando o menor criminoso e recuperando a moto para o seu dono.
A cena que a televisão exibiu chocou a sociedade brasileira. Não foi apenas o dono daquela moto que se viu ameaçado. Quem ali estava sob a mira de uma arma, era a própria sociedade refém, em grande parte, de uma juventude entregue às drogas e ao crime, quando deveria estar em boas escolas, com professores bem pagos, estudando em turnos integrais para amanhã ou depois estar no mercado de trabalho como um profissional competente e de responsabilidade, livre do futuro que espera essa garotada que ora se encontra praticando crimes, como o que vimos...
Não se trata aqui de tecermos elogios gratuitos a quem quer que seja. No entanto, a ideia de Darci Ribeiro e Leonel Brizzola, se fosse levada a sério, certamente teríamos hoje no país outro quadro educacional: com menos jovens delinquindo e mais estudantes em cursos modernos. E, não são apenas eles que merecem citações. Cristóvão Buarque, por exemplo, tem debatido constantemente o assunto na tribuna; e Paulo Freire, um idealista, que não viu o seu sonho de erradicar o analfabetismo no país se tornar realidade. Afinal, para tudo dependemos da política, coisa que aqui não é levada a sério. A meta dos que entram para a Política neste País, na grande maioria, é “encher os seus bolsos”, da sua família e de seus amigos e correligionários. O resto... bem, o resto nós, que agimos com seriedade, pagando os nossos impostos e, acima de tudo, amamos o nosso maltratado Brasil, somos obrigados a assistir diariamente pela televisão...