"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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domingo, 1 de dezembro de 2013

A LONGA PENA (SEM CULPA) DOS APOSENTADOS

O sadismo é uma coisa impressionante inerente a este governo. O povo sofre com o péssimo atendimento médico; as crianças sofrem com as escolas em péssimas condições e com a falta de professores. O tráfico toma conta da sociedade. E, pouco ou nada é feito; quando muito, medidas contrárias ao bom senso, à ética e a forma de governar, conforme as contratações de médicos estrangeiros, quando o certo seria dar condições adequadas a profissionais brasileiros, além da implantação de escolas de Medicina em locais mais distantes. Mas, não... acabam não exigindo o necessário dos médicos importados: o domínio da língua, e o mais grave o exame “revalida” já que vão trabalhar com seres humanos. “Dá só um tempinho que o povo cansa de reclamar, a mídia para de comentar e tudo volta ao normal” parece ser o seu lema.
    Agora, vem mais um “grande benefício”: o empréstimo para os compradores de imóveis, encherem suas casas com móveis e eletrodomésticos. Como vão pagar esses empréstimos, é o que menos interessa ao governo. Pois, para isso eles dispõem de polícia para retomar os objetos, e para desocupar as casas, se necessário. Não sei como essa gente vai pagar esse “santo” benefício. Mas, sei muito bem quanto o “generoso” empréstimo consignado, que ele criou para captar da pouca renda dos aposentados, funciona: depois de comprometer 30 por cento de uma já defasada aposentadoria, em intermináááááaveis, (igual ao benefício que uma famosa lâmina de barbear) prestações mensais. Ou seja, cada mais aperta a corda no pescoço do infeliz idoso.
    É engraçado como políticos, membros do judiciário, e do executivo tem o direito de reajustar seus vencimentos, e ainda os levam para a aposentadoria, intocáveis! Muitos, além dos reajustes da ativa, ainda vão receber promoções mesmo na reserva. Enquanto eles, os que mandam, cínicos e sádicos, riem na cara daqueles que nada podem fazer...
    Alegando que se pagar o justo aumento aos aposentados, a Previdência quebra, viram-lhes as costas. E, ficam com a faca e o queijo nas mãos, pois, os velhinhos e as velhinhas não tem forças para gritar em manifestações, para dar prejuízo aos comerciantes, bancos, ou ao governo, nem para envergonhar a polícia, tantas vezes acuada ou ferida por manifestantes que, em muitos casos, parece mesmo apoiados pelo governo, para silenciar aqueles que trazem para as ruas as suas justas e honestas reclamações.
    Janeiro vem aí. Será que dessa vez o governo vai olhar para os aposentados com olhos mais humanos, pois, dinheiro para tanta coisa menos importante, ele tem; ou vai penalizar mais uma vez os aposentados – que trabalhou duro e honestamente – como criminosos, passiveis de pena até o fim da vida. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

FILHO NÃO É UMA COISA QUALQUER

Ultimamente, tenho me chocado muito com a maneira como as nossas crianças tem sido tratadas. O caso mais recente – do menino Joaquim – causou estarrecimento, apesar de fatos dessa natureza já estarem se tornando rotina nos programas policiais das nossas televisões. Cada dia que passa nos deparamos com mais acontecimentos cruéis semelhantes.
Não sou filósofo, religioso, educador, nem alguém “mestre” ou “doutor” no tema. Mas, acredito que alguma coisa deveria ser repensada para que erros familiares traduzidos em ciumadas, frustrações, irresponsabilidades, desvios psicológicos, vicio em drogas, erotismos exagerados – falta de Deus, principalmente! – não continuasse a produzir notícias tão profundamente tristes quanto a desse garoto...   
Gente, filho diante da magnitude da sua concepção, é coisa para ser pensada quando a união do casal já estiver solidificada e não restem dúvidas quanto à escolha, e não de qualquer maneira, num alegre “ficar” de um mega show qualquer, regado a “sei lá o que”... Semelhante à criação do Deus, a concepção nos torna coparticipe da Sua obra ao gerarmos um ser a nós semelhante. Daí, o respeito com que o fato deve ser tratado. Planejado com amor, o novo ser deve ter a atenção e o carinho do casal sempre: do berço ao Jardim de Infância; das travessuras de criança à responsabilidade de jovem; das primeiras letras ao curso técnico ou à universidade que lhe abra o caminho da vida profissão, é essa a missão dos pais. FILHO não é uma coisa qualquer, que possa ser descartada, jogada no lixo, ou eliminada por qualquer problema inerente à criança ou, muito mais grave ainda: problemas inerentes aos seus pais.
No momento em que já se vislumbram as festas natalinas, quando os nossos corações se regozijam com a chegada do menino Jesus, elevemos a Deus as nossas preces! Que o inocente Joaquim (tão brutalmente sacrificado!) tenha a recepção que merece nos céus. E que a nossa pátria pare de produzir tanta coisa ruim como passou a fazê-lo ultimamente.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DAS DUAS, UMA


Ou o governo está apoiando o vandalismo (faria parte do seu projeto de governo “eterno”) ou não tem pulso para acabar com o mesmo. Senão, vejamos. Desde o movimento iniciado em junho quando, após as fantásticas passeatas dos internautas, os Black block promoveram as primeiras destruições no Rio de Janeiro, todo mundo sabia que aquilo não era legal. No entanto, os baderneiros desde o início das manifestações tem sido tratado com um cuidado que é quase um respeito, como se as autoridades estivessem tratando com irmãs de caridade ou crianças de jardim de infância: “pisando em ovos”. A impressão que temos é que apesar de toda insegurança que estamos vivemos, de todo prejuízo ao país, de todo o transtorno por que passa a população... Depois de tudo, mesmo sem a devida proteção ao cidadão e ao bem público, o governo sai mais prestigiado. Sinceramente, o cidadão honesto que paga seus impostos não consegue entender...
Estarrecido, o povo assiste diariamente, há mais de quatro meses, a um desfile de escaramuças, de vandalismo, de praça de guerra, de bem publico depredado, de bens particulares incendiados, milhões e milhões em prejuízo, população de periferia refém das balas perdidas e, consequentemente, o povo se revoltando com o que está ocorrendo em todo o país, principalmente, no triangulo Rio, São Paulo, Belo Horizonte, onde já está impraticável andar de ônibus ou de trem. Dá para o cidadão viver assim? Claro que não! Quantas notícias de “saidinhas de banco” envolvendo aposentados (que já faz um tremendo malabarismo para ver chegar ao dia do próximo pagamento). E, as mulheres, que já procuram cursos de defesa pessoal para proteger seus celulares, suas bolsas, sua honra, sua vida... parece tudo entregue aos vândalos.
A vida deixou de ser julgada por uma Justiça questionável para ser julgada por tribunais do crime; ou, defendida, muitas vezes com riscos, quando o cidadão decide pelo enfrentamento para proteger os seus bens e a sua família. É duro constatarmos a realidade que estamos vivendo. E, um partido que prometia o paraíso terrestre (em forma de “bolsas”, inclusive para presidiários, e de Copa do Mundo onde, devido ao alto custo, poucos poderão ter acesso...), tenta se perpetuar no poder fazendo as mais esdrúxulas jogadas como acordos com antigos adversários comprovadamente corruptos; tratando as grandes empresas nacionais como fontes de renda para seus projetos; para agradar a Cuba, trás de lá “batalhões” de médicos, quando poderia aproveitar os nossos, desde que lhes dessem condições mínimas de trabalho no interior.
A insatisfação é grande. Inúmeras são as classes que reivindicam melhorias para suas dificuldades financeiras, para o deleite dos Black bloc, que veem mais chances para a sua livre atuação destruidora. Parece estar tudo errado. Enquanto isso, a presidente tentando “tapar o sol com a peneira”, sorridente e se multiplicando nos meios de comunicação, procura justificativas para dizer que nunca houve um governo igual a esse. Pensando bem, é verdade: nunca houve nada igual ao que estamos obrigados a assistir!

sábado, 19 de outubro de 2013

A QUE PONTO CHEGAMOS...



Tornou-se banal, corriqueiro, nós brasileiros convivermos com o crime. Ele está ao nosso lado vinte e quatro horas por dia. E, o que é pior: comandado, em grande parte, por aqueles que nós nos  acostumamos chamar de “futuro da Nação”. Como é que pode o Brasil chegar a uma situação dessas? Se ainda havia alguma dúvida a respeito do problema relacionado à violência no seio da nossa juventude, o episódio exibido nos jornais televisivos desta semana vem esclarecer: um adolescente, na garupa de uma moto, tenta roubar outra moto, ameaçando seu ocupante com um revolver. Para sorte do dono do moderno veículo, um policial militar ativo e consciente do seu dever, passava na ocasião e evitou que o crime se consumasse, baleando o menor criminoso e recuperando a moto para o seu dono.
A cena que a televisão exibiu chocou a sociedade brasileira. Não foi apenas o dono daquela moto que se viu ameaçado. Quem ali estava sob a mira de uma arma, era a própria sociedade refém, em grande parte, de uma juventude entregue às drogas e ao crime, quando deveria estar em boas escolas, com professores bem pagos, estudando em turnos integrais para amanhã ou depois estar no mercado de trabalho como um profissional competente e de responsabilidade, livre do futuro que espera essa garotada que ora se encontra praticando crimes, como o que vimos...
Não se trata aqui de tecermos elogios gratuitos a quem quer que seja. No entanto, a ideia de Darci Ribeiro e Leonel Brizzola, se fosse levada a sério, certamente teríamos hoje no país outro quadro educacional: com menos jovens delinquindo e mais estudantes em cursos modernos. E, não são apenas eles que merecem citações. Cristóvão Buarque, por exemplo, tem debatido constantemente o assunto na tribuna; e Paulo Freire, um idealista, que não viu o seu sonho de erradicar o analfabetismo no país se tornar realidade. Afinal, para tudo dependemos da política, coisa que aqui não é levada a sério. A meta dos que entram para a Política neste País, na grande maioria, é “encher os seus bolsos”, da sua família e de seus amigos e correligionários. O resto... bem, o resto nós, que agimos com seriedade, pagando os nossos impostos e, acima de tudo, amamos o nosso maltratado Brasil, somos obrigados a assistir diariamente pela televisão...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

NORMA BENGELL



O cinema sempre me fascinou. Na minha infância havia apenas um cinema na cidade e nos divertíamos com os filmes de cowboys do tipo Roy Rogers, que passavam colados ao seriado. O seriado que mais me impressionou em criança foi o de Flash Gordon. Mais tarde, vieram as famosas chanchadas da Atlântida, onde se destacavam: Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Eliana, Fada Santoro, Dercy Gonçalves, Violeta Ferraz, Zezé Macedo, Zé Trindade e tantos outros...
A essa altura, na adolescência, eu já frequentava as sessões noturnas. E, como era divertido! Havia um frequentador na cidade que era uma alegria extra, em virtude de sua gargalhada espalhafatosa que contagiava toda a plateia. Oscarito não podia “atropelar” Grande Otelo numa fuga, na história, sem que ele não disparasse a sua estridente gargalhada. E, o público vinha junto.
Foi numa dessas chanchadas da Atlântida, cujo tema era espionagem e tratava do satélite russo “Sputinik” que teria caído no interior do Brasil, que eu a contemplei pela primeira vez no cinema. No filme, algumas nações se interessavam pelo objeto e providenciavam agentes para obtê-lo. Engraçado é que um dos agentes americanos era Jô Soares, no início da sua carreira. Mas, sem dúvida, a grande estrela de “O homem do Sputinik”, era ela: NORMA BENGELL. Parodiando Brigitte Bardot, na época o grande apelo sexual do cinema, a nossa Norma ficava dengosa e fazia inúmeros trejeitos para cima do Oscarito, dono da casa onde caíra o tal objeto, tentando conseguir pistas que levasse os espiões franceses ao tal Sputinik. Foi uma participação curta, mas marcante, desta grande atriz brasileira falecida recentemente. 
Depois, ela fez dois grandes filmes: “Noites Vazias” e “Os Cafajestes”. No primeiro, foi protagonista, com outra grande estrela do nosso cinema, Odete Lara, de cenas quentes entre duas mulheres; já no segundo, ela era vítima de uma curra (ou estupro!) pelos “cafajestes” Daniel Filho e Jece Valadão, no filme de Ruy Guerra. Além disso, deslumbrou o país ao apresentar a famosa cena de sexo frontal feminino explicito (Hoje, o “Amor e Sexo” da TV, já exibe ambos os sexos frontais e explícitos...). Nos dois filmes, a despeito do apelo sexual, a artista demonstrou talento tão grande que passou a ser escolhida pelos melhores diretores brasileiros, entre eles Anselmo Duarte, que consagrou, com “O Pagador de Promessa” o nosso cinema, com a obtenção da “Palma de Ouro” do festival de Cannes, o que levou a nossa Norma ao estrelato internacional.
A partir daí, ela participou de uma série de películas italianas e francesas, tornando-se – excetuando atuações em Hollywood – a grande estrela brasileira do Cinema Mundial.
Depois, eu vim embora para o Rio. Depois, a televisão tomou o lugar do cinema, que foi vendido a supermercados e igrejas evangélicas, e Norma Bengell, nossa grande estrela, ficou um tempo esquecida. Até que alguém inventou que, ao contrário da sua marcante sensualidade feminina, ela poderia ser um grande trunfo no papel de “sapatão”, no seriado de TV,  “Toma lá, dá cá”. Não sei se por dinheiro ou se por estar sempre pronta a qualquer desafio, ela (atuante até nos movimentos contra a Ditadura!) que ultimamente reclamava da falta dos amigos que sumiram, topou. Topou e, apesar da doença que a vitimou, ainda foi fazer sucesso na televisão com um personagem que não tinha nada a ver com a sua trajetória de deusa do Cinema Brasileiro.

domingo, 29 de setembro de 2013

RENDENDO HOMENAGENS A WALDIR CARVALHO

Para lembrar seu pai, o grande escritor Waldir Carvalho, a poetisa Walnize Carvalho criou o blog historiandowaldir.blogspot.com.
Ao lê-lo e ao recordar tocantes encontros que tive com o escritor nos seus últimos anos de vida, entrei com contato com a minha amiga Walnize, parabenizando-a:

Walnize,

Depois de anos de convívio com a Internet, raras vezes tive a oportunidade de me empolgar com o advento de uma página tão marcante como a que você acaba de criar para homenagear o seu pai, WALDIR CARVALHO. Numa terra, onde a regra é, quase sempre, se empolgar com o fácil, o fútil, numa lastimável troca de favores, e a exceção fica por conta do saber, da seriedade, da honestidade, toda homenagem a esse fantástico escritor torna-se bem vinda! O Dr. Waldir, todos sabemos, foi um homem íntegro, que lutou desde cedo para ganhar o seu pão e, aproveitando o talento para as letras, utilizou-as desde cedo para homenagear a sua querida Campos, especialmente a sua Baixada, através de contos, crônicas, trovas, teatro e da história da cidade. O pai dedicado, o cidadão responsável, foi fazer faculdade já em idade já avançada, como mais uma opção profissional.
Não vou falar da sua obra literária porque isto, o blog criado pela escritora Walnize Carvalho promete fazê-lo muito bem, inclusive com detalhes inerentes à sua vida de escritor. Prefiro, numa época de tantos desenganos que estamos vivendo, elogiar as suas qualidades humanas, desejando sucesso a você Walnize, na nobre empreitada a que se propõe: manter viva a memória de um talentoso escritor, de um grande cidadão!

PARABÉNS!