"Ao fim das crônicas conheça os poemas do autor"

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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

NOVELAS

         Parei de ver novelas. Por quê? Por sentir que a maioria delas é muito parecida. Uma mulher ou um homem surge logo no primeiro capítulo, pronto para encarnar o MAU.  A sua maldade vai sendo “aprimorada” a cada capítulo, com o seu ódio sendo destilado sobre determinado personagem. O(a) personagem sofredor(a) é quem fará contraponto na história. Representando o BEM, o personagem bonzinho da novela, irá sofrer até o último capítulo, quando se vingará do vilão, para a alegria dos telespectadores. Já houve novela em que a vingança não foi executada pelo perseguido, o que rendeu muito Ibope para a emissora, uma vez que o assassino poderia ser um de meia dúzia dos suspeitos. Houve até uma em que o vilão da história, prestes a voar para o exterior, dava uma tremenda banana para os que ficaram, não sendo julgado p... nenhuma, o que era muito comum entre nós até pouco tempo.
         Atualmente, eu assisto apenas ao primeiro capítulo (para ficar atualizado com a trama, o elenco e a maldade da novela), e ao último (para saber o desfecho do folhetim). Não estou dizendo que enjoei de novelas. Como nordestino, vibrei com “Roque Santeiro”  e acompanhei o desenrolar de “Senhora do Destino”, e, como morador do Rio por quinze anos, admirei o desenrolar de  “Avenida Brasil”. Também não estou diminuindo a criatividade dos autores, ou o desempenho dos artistas que a nossa televisão possui, muitos deles oriundos do teatro. O maior destaque desses premiados talentos brasileiros, não resta dúvida que é a fabulosa “doce de mãe” Fernanda Montenegro. Do lado masculino, destaco Lima Duarte, o inesquecível “Sinhozinho Malta”, da novela “Roque Santeiro”. O certo é que a TV-Globo conquistou para si um refinado grupo de autores, diretores e atores e, a exemplo de Hollywood no cinema, passou a produzir novelas com know how próprio, o que agradou em cheio não apenas a brasileiros, mas a telespectadores do mundo inteiro.
         A exemplo do cinema, a novela de televisão é algo que fascina. A grande diferença é que: antigamente, para irmos ao cinema para assistir a um filme, havia uma verdadeira programação: confirmação do horário da exibição; arrumação pessoal e saída de casa; encontrar a namorada; comprar ingresso e aguardar, instalado numa poltrona do imenso salão, o início da película. No caso da novela, não tem nada disso. É bastante se acomodar numa poltrona em frente à sua televisão e assistir àquela ou àquelas novelas, já que são muitas durante a noite. Só que existe um inconveniente: no cinema nós podíamos assistir aos filmes com base na censura (que podia ser livre ou proibido até 18 anos). Os cartazes na entrada do cinema nos davam detalhes sobre a atração do dia. Já a novela não carece de nenhuma preparação. É só ligar o televisor da sua casa e acompanhar o que autores e diretores têm a nos dizer. Bem mais prático, não resta dúvida, mas às vezes o programa pode ser um tanto indigesto, por exemplo, na presença de visitas mais cerimoniosas ou de crianças que não apenas querem ver tudo, como também saber tudo, ignorando na sua inocência o que é capaz de fazer uma concorrência feroz entre redes de televisão, através das suas novelas. 
         Enfim, como na vida real, também na ficção estamos sujeitos a constantes modificações de costumes, cabendo a cada um cuidar da sua adaptação às tais evoluções.  

domingo, 16 de agosto de 2015

“FARINHA DO MESMO SACO”?

     Não concordo com aqueles que dizem que os políticos brasileiros são todos “farinha do mesmo saco”. Quem tem acompanhado o nosso panorama político, através da TV-Câmara e da TV-Senado, principalmente, descobre que existem políticos, sérios, honestos, como o senador José Antonio Reguffe, por exemplo, que, procurando economizar o dinheiro público, cortou benefícios exagerados que lhe eram oferecidos. Além de dar exemplo de honestidade, o senador economizou para o cofre brasileiro, uma considerável parcela de reais. Pena que nem todos os nossos políticos pensem dessa maneira!
     No entanto, seja na oposição, seja no governo, é possível encontrar parlamentares honestos, que lá estão com a missão de colaborar com o país de alguma forma, como o senador Cristóvão Buarque, na sua incansável defesa da Educação, como base para o crescimento do país; Paulo Paim, levantando a bandeira da defesa dos aposentados é um político incansável na luta pelos direitos dos mais fracos; Ana Amélia, senadora que já foi jornalista, considera a discussão dos problemas nacionais prioridade, atuando sempre com posições firmes e coerentes; o senador Magno Malta é um evangélico que costuma se inflamar ao defender os bons costumes da sociedade brasileira que passa no momento por uma intensa degradação social; Cassio Cunha Lima faz, com muita garra, a defesa das nossas instituições e do nosso patrimônio, protagonizando uma luta ferrenha contra a corrupção; a senadora Simone Tebet tem no sangue o “dna da política” e, apesar de nova no Senado demonstra garra e coerência na apresentação de seus projetos ou no apoio a projetos alheios, desde que favoráveis ao progresso do país.  
     Haverão de dizer: “Mas, isto não quer dizer nada diante do batalhão de “sanguessugas” que atua nas nossas casas representativas”. Concordo. Até porque a gente sabe que quem leva sempre a pior com essa fome de privilégios, de “maracutaias”, de “toma lá, dá cá”, é sempre o povo brasileiro. Entretanto, com as suas nobres atuações parlamentares, esses políticos sérios e honrados vão, aos poucos, deixando a sua marca e os seus exemplos para serem seguidos pelos que vão chegando, se incorporando ao parlamento nacional. Maus exemplos de governantes sempre tivemos. Conta-se que a coisa vem desde a época do descobrimento do Brasil, e, virou até a seguinte piada: “Deus, diante das reclamações de um americano, um japonês e um alemão que não se conformavam com os benefícios celestiais concedidos ao nosso país, privilegiado com tantas coisas boas e belas, ao passo que eles só amargavam vulcões, terremotos e desastres ecológicos, cortou as lamúrias dos três, dando-lhes a seguinte resposta: É... mas vocês não sabem o tipo de gente que eu coloquei lá.”
     Mas, será que nós vamos viver eternamente com esta pecha de gente ruim?