Com
a violência tomando proporções inconcebíveis, a gente fica a
pensar onde vai parar tudo isso? Parece até que se tornou romântico
o fato de ser bandido, de contrabandear armas, drogas, de vivenciar o
crime. Sob esse aspecto, estar no crime antes de completar 18 anos é
fascinante! A ponto de um rapaz, faltando apenas 2 dias para a data
limite da sua maioridade, deixar a sua marca, com direito a filmagem
e exibição em todos jornais televisivos do país: o assassinato de
outro jovem, que já lhe havia entregue o bem exigido, o celular.
Mas, não! O barato mesmo era a sua atitude delituosa ficar
registrada em câmeras, passar na televisão, ficar conhecido no pais
inteiro. Um barato! Uma doideira! Dizer mais, o quê?
Atualmente
um cara de menor envolvido no crime, numa situação como essa acima,
é como um noivo que parte para o casamento, e providencia uma grande
comemoração. Mas, diferentemente, do noivo que, alegremente
comunica e convoca os amigos para a festa do seu enlace, a festa
desse adolescente tinha data marcada e teria que ser feita a seu
modo, com a sua arma, com a droga para “esquentar o clima”, a rua
vazia, de moradores “prisioneiros em suas próprias casas”,
protegidas por grades e com câmeras em pontos estratégicos. A
trilha sonora do evento, ainda não existe. Mas a letra ele conhece
bem: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que ele conhece de cor
e salteado e que doravante, após os 18 anos, lembrará com
saudade...
O
interessante é notar que enquanto deputados se omitem em diminuir a
maioridade para 16 anos, armamentos pesados chegam para o crime com
facilidade nas grandes cidades; são distribuídos, e adolescentes,
muitos ainda quase crianças são abastecidos com modernas e potentes
armas, pois, devido ao seu salvaguarda da menoridade, eles
tornaram-se importantes agente da criminalidade. Saindo do
treinamento fantasioso dos videogames, de jogos em que, para
vencer, tem que matar o máximo, já entram na faculdade do crime com
o seu “treisoitão” do lado, pronto para ser chefiado ou mesmo
chefiar precocemente atividades criminosas. Atualmente, é raro um
crime mostrado diariamente nos jornais televisivos em que menores não
estejam envolvidos.
Independentemente
da idade, a vida ceifada pelo crime é sempre uma dor a mais no seio
de uma família, no meio de amigos. Torna-se ainda mais dolorosa
quando se mata um estudante cheio de sonhos; um noivo que desejava
constituir a sua família. Mas, os garotos do crime não querem saber
da dor alheia. E, acobertados por lei protetora que deputados e
senadores, nem sempre “ficha limpa”, insistem em manter, eles
fazem o que querem...
É
difícil vislumbrar uma solução plausível para esse problema hoje
em dia, com cadeias e abrigos lotados. É bem verdade que nós temos
Presidência, Senado, Câmara dos Deputados, Ministério da
Justiça, Tribunais de Justiça e toda sua ramificação, Juizados de
Menores, de Maiores, do “escambau”, mas, ninguém acha solução,
para o envolvimento cada vez maior de garotos no crime. Parece até
que quem pode fazer, faz corpo mole porque, de alguma forma, não
quer se prejudicar. Mas, senhores dirigentes da nação, a Copa do
Mundo está chegando. As Olimpíadas, também. Gastos milionários
estão sendo providenciados. E, como fica a situação da população
e do turista diante do problema? Dos que pagam impostos e/ou,
eventualmente, ingressos caros, que garantem os polpudos salários
dos senhores, já que não se vê uma mobilização necessária a
esse respeito...
Diz
o ditado que “o exemplo vem de cima”. Será que a problemática
que estamos vivendo decorre de erros e da negligencia das autoridades
para resolvê-las? Ou fatores exigidos há muito pela sociedade, como
a diminuição da maioridade, estaria esbarrando em interesses
escusos? Uma resposta precisa ser dada. Afinal de contas são muitos
os políticos que procuram o povo na hora do voto. Depois de eleito,
é fácil dá-lhe uma esmola oficial. Deixá-lo mal acostumado. E,
quando surge um sério problema social como esse que há muito
estamos vivendo, prefere recorrer a medidas paliativas e assistir de
camarote o circo pegar fogo. Não é brincadeira!